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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Série do NETV 1ª Edição aborda problemas do transporte coletivo na RMR

Recepcionista que sai de casa, na Mirueira, às 5h30, chega no trabalho, no Paissandu, mais de uma hora depois; ela é a personagem da primeira reportagem da série


Quem depende do transporte público no Grande Recife enfrenta problemas todos os dias, com ônibus lotados, muito trânsito, estresse e insegurança. O NETV 1ª Edição traz, a partir desta segunda-feira (04), a série de reportagens “Sufoco”, que vai abordar esse drama.



Créditos: Alisson Pereira/Orkut
 Na primeira reportagem, o repórter Bruno Fontes acompanha a rotina pesada da recepcionista Patrícia Lobo. Casada e mãe de uma filha pequena, ela mora em Paulista e acorda de madrugada para chegar a tempo no hospital onde trabalha, que fica no bairro do Paissandu, no Recife.

Na casa dela, todo mundo já sabe: é preciso ajeitar tudo com antecedência. “Porque eu acordo às 4h30 para chegar ao trabalho, no mínimo, às 7h, para poder tomar café, porque eu começo às 7h30”.

Por volta das 5h30, Patrícia se despede da mãe e da filha Luiza. Dez minutos depois, ela chega ao terminal da Santa Casa, perto do Hospital Geral da Mirueira É lá onde Patrícia e outras pessoas vão pegar o ônibus para o Recife. “Pego aqui, desço mais na frente e pego mais outro, para o Derby”, conta a recepcionista.

Os passageiros que estão esperando o transporte se queixam, dizendo que antes as linhas passavam na parte alta do bairro da Mirueira. A situação das ruas também é criticada: muitos buracos, muitos deles cheios de água e lama.

No Terminal do Treze, já em Águas Compridas, em Olinda, Patrícia desce para esperar o segundo ônibus, Santa Casa/Joana Bezerra. “Ele vem lotado e todas as pessoas que estão aqui vão pegar ele também. São dois reais para ir e dois reais para vir, num caminho com muito buraco, num ônibus muito cheio e daqui para frente vai ser ainda mais cheio”, diz ela.



O porteiro Luiz Alfredo da Silva, passageiro da mesma linha, também reclama. “É um preço alto e a gente não vê retorno nenhum. Um absurdo, uma vergonha e ninguém toma providência de nada. Essa é a grande verdade. Ontem eu tive problema na empresa por causa do horário, porque a gente não tem coletivo suficiente, tem uma cratera que nem Olinda nem Recife resolvem e, quando chega em Joana Bezerra, não tem ônibus”, enumera.

A partir das 6h30, o trânsito já começa a ficar complicado e o ônibus demora mais para cumprir o trajeto. “A rotina todo dia é esta e tem patroa que acha que a gente está mentindo para não chegar no trabalho”, lamenta a doméstica Lourivalda Maria do Vale.

Em quarenta minutos de viagem, a linha Santa Casa/Joana Bezerra passou pelo Terminal do Treze, Águas Compridas, avenida Presidente Kennedy e Estrada de Belém. Por volta das 6h40, ele chega ao trecho da avenida Agamenon Magalhães, no Recife, onde a recepcionista trabalha. “Estou aliviada pelo transtorno, que acabou, e também por ter chegado no horário em que bato o ponto”, disse Patrícia, ao descer do ônibus. E o dia dela só está começando.

A Secretaria de Infraestrutura de Paulista disse que foi feito o serviço de recapeamento da Estrada da Mirueira, no trecho que pertence a Paulista. A outra parte é de responsabilidade da Prefeitura de Olinda, que informou que também recuperou 90% do sistema de drenagem e recapeamento da estrada. Com o trabalho quase pronto, os ônibus voltaram a passar pelo terminal da Mirueira, de acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte.
 
PE 360 Graus/Globo Nordeste

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