Empresa lança oficialmente o modelo B 270 F alegando atender um pedido do mercado
ADAMO BAZANI – CBN
Ônibus mais espaçosos, acessíveis, motorização eletrônica, corredores, faixas preferenciais, BRT (Bus Rapid Transit), corredores de ônibus modernos e rápidos. Nunca se falou tanto em modernização dos transportes e veículos mais tecnológicos. O motor traseiro ou central, na maioria das vezes, oferece mais conforto, menos ruído e calor.
Mas não tem jeito, o dono de empresa de ônibus no Brasil quer ônibus com motor dianteiro. Um dos motivos são as condições de operação nas principais vias e estradas. Corredores de ôpnibus e BRT ocupam mais espaços nas linhas dos textos de reportagens sobre transportes do que na realidade do dia a dia. São buracos, ruas desniveladas, as ultrapassadas lombadas (embora não haja uma solução barata para substituí-la), pavimento ruim e ruas de terra, e essa realidade não está necessariamente apenas em cidades longe dos centros mais desenvolvidos. Nas metrópoles com grandes arrecadações, tanto de impostos como de multas sobre veículos, há também condições severas de operação.
Além deste cenário, o empresário de ônibus brasileiro gosta de motor dianteiro porque são mais baratos tanto para a aquisição como para manutenção.
“O mercado pediu, nós atendemos” – disse Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin América em comunicado divulgado à imprensa pela Assessoria da Volvo.
A montadora de origem sueca, operando em fábricas no Brasil desde 1978/1979 nunca fabricou ônibus com motor dianteiro por aqui.
Mas não resistiu à oportunidade de crescimento na fatia do mercado e a própria pressão do movimento de procura pelos empresários.
O chassi B 270 F é voltado para o segmento de ônibus semipesados e, segundo a Volvo, é Equipado com um motor de 7 litros, molas parabólicas, volante ajustável e chassi em aço especial que fazem dele o mais leve de sua categoria, o novo veículo teve seu projeto inteiramente desenvolvido no Brasil.
Os números explicam a decisão da Volvo. Atuando no segmento de pesados, no Brasil e em outros países da América Latina, ela trabalha num mercado de 4 mil ônibus por ano. Já o volume do segmento de semipesados é de 12 mil veículos aproximadamente, o que faz a Volvo sonhar com a possibilidade de aumentar seus lucros e participação.
Segundo a Volvo, o mercado de ônibus com motor dianteiro de dois eixos, é formado por 60% de veículos urbanos e 40% de rodoviários e fretamento, que normalmente fazem viagens em trajetos curtos ou médios, de cerca de 200 quilômetros. A faixa de peso destes veículos, que fica abaixo dos pesados e acima dos médios, é de 16 a 17 toneladas.
Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin América, disse que com o Volvo B 270 F, a empresa vai atuar num mercado 4 vezes maior do que o atual. Hoje ela concorre numa produção de 4 mil unidade, que agora será somado ao mercado de 12 mil.
“Para a Volvo este lançamento representa um grande salto, pois passaremos a competir em segmentos que juntos somarão aproximadamente 16 mil unidades anuais, ou seja, quatro vezes superior aos segmentos que atendemos até então” – disse Luis Carlos Pimenta.
O Volvo B 270 F foi feito com base na plataforma dos caminhões Volvo VM, semipesados também, mas adaptado para as necessidades dos transportes de passageiros como garante Gilcarlo Prosdocimo, gerente comercial do projeto de colocação do novo chassi no mercado.
“O projeto para o ônibus, contudo, priorizou as necessidades específicas do transporte de passageiros, com atenção especial a itens de conforto, segurança, e cuidado ambiental, até porque o veículo terá uma parte expressiva das vendas destinadas ao mercado de urbanos” – garante o executivo.
A Volvo garante que as instalações da fábrica em Curitiba estão preparadas para atender o aumento da demanda que pode ser provocado com a produção deste chassi.
A expectativa do Volvo é comercializar 1,2 mil unidades por ano e participar de 10% do mercado no segmento. A empresa estima crescimento contínuo da demanda pelo modelo e pretende em 2013 fabricar 3 mil unidades anuais.
A pré-venda, antes mesmo de os chassis serem produzidos, já foi responsável por comercializar 200 unidades.
CARACTERÍSTICAS DO VOLVO B 270 F
O motor central tem 7 litros com seis cilindros em linha e injeção Commom Rail. O chassi é feito com longarinas de aço leve, a suspensão é de molas parabólicas e o volante é ajustável.
A utilização deste aço especial LNE 60 para o quadro do chassi e de materiais mais modernos tanto para a fabricação da suspensão como de outros componentes deixa o produto aproximadamente 400 quilos mais leve.
“A suspensão com molas parabólicas nos eixos traseiro e dianteiro é uma exclusividade da marca, neste segmento, e resulta em mais conforto para os passageiros, mais estabilidade, menor nível de ruído, menos manutenção” – disse Gialcarlo Prosdócimo que foi um dos responsáveis pela colocação do modelo no mercado.
Este tipo de mola, de acordo com a montadora, pesa 150 quilos e menos, é mais resistente e deixa o veículo sempre na mesma altura em relação ao solo, independentemente de sua lotação.
O chassi tem estrutura de longarinas e travessas em escada e pode receber carrocerias de 12,8 metros de comprimento, com entre-eixos original de 5,95 metros. O balanço dianteiro (distância entre o pára-choque dianteiro e o primeiro eixo) é maior para possibilitar o uso de portas mais largas e facilitar o acesso, uma das exigências nas licitações de transportes atualmente.
O modelo compartilha componentes co caminhão semipesado Volvo VM, como o eixo dianteiro e a direção. Tem rolamentos de rodas livres de manutenção nos dois eixos o que proporciona ângulo de giro nas rodas de 48 graus.
O sistema de freios é a tambor do tipo S came com ajuste automático de lonas e sistemas de cubos livres de manutenção em todas as rodas, diferentemente dos concorrentes, alega a Volvo, cuja manutenção nas rodas deve ser feita entre 40 mil e 80 mil quilômetros rodados.
O câmbio é manual com dois tipos de transmissão. Segundo o release da Volvo, os modelos se diferenciam para aplicações rodoviárias e urbanas.
“A transmissão FSO 6406A destina-se a aplicações rodoviárias, com rotação ideal de consumo na última marcha (overdrive). Já a caixa FSB 6406B (direct drive) é a opção apropriada para aplicações urbanas e metropolitanas. Ambas combinam robustez com operação suave e reduzido nível de ruído, para maior conforto dos passageiros e do motorista.”
A nota da Volvo também explica que o chassi de tração, além de ser resistente, proporciona menor nível de ruído:
“O eixo de tração ArvinMéritor MS 23158 é uma solução desenvolvida especialmente para os novos ônibus, cujas engrenagens recebem usinagem de maior precisão para proporcionar o menor nível de ruído possível. Com rolamento de roda livre de manutenção, é um eixo de elevada durabilidade e manutenção reduzida, disponível em três relações de redução: 4,10 para aplicações rodoviárias com caixa overdrive, 4,10 para aplicações metropolitanas com caixa direct drive, 4,56 para aplicação urbana e 4,88 para aplicações mais severas.”
O Volvo B 270 F foi testado em simulações de operação rodoviária e urbana no campo de provas das fábricas e em oito empresas das cidades de Curitiba e Pinhais, no Paraná, Campinas (SP), Betim e Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Goiânia (GO). Os resultados para a montadora foram satisfatórios, mas os testes para aprimoramento continuam.
A fabricante também afirma que garante financiamento para a compra dos veículos, com o banco da empresa o Volvo Financial Services que é credenciado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e oferece vários produtos como Finame, CDC e Consórcio a Volvo. Os prazos de financiamento, dependendo da modalidade, podem variar entre 60 meses e 100 meses.
A empresa diz que aperfeiçoou o atendimento pós venda, para revisões, garantias e manutenção, criando a Linha Azul, autorizadas com mais especialização e maior estrutura para o produto ônibus.
Ônibus Brasil
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