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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Indústria apresenta ônibus inovadores

Caio deixou o já consagrado Millennium com linhas mais arredondadas e harmoniosas. Foto: Adamo Bazani
Caio deixou o já consagrado Millennium com linhas mais arredondadas e harmoniosas. Foto: Adamo Bazani/Ônibus Brasil

Discussões numéricas à parte, já que cada um tem seu argumento, um fato é incontestável: a indústria brasileira de ônibus mostrou que têm capacidade para fazer veículos urbanos de alto nível e que atendam às exigências de um BRT – Bus Rapid Transit e de uma mobilidade mais moderna.

Na Transpúblico 2011, evento que reúne empresas de diversos segmentos do setor de transportes por ônibus, foram apresentadas inovações de chassis, equipamentos, carrocerias e métodos de operação.
Os ônibus não ficam atrás do Metrô no quesito conforto, design, renovação da paisagem urbana e segurança. Foram apresentadas diversas novidades.

A Marcopolo, empresa encarroçadora que atua no País desde 1949, mostrou seu Viale BRT. O único ônibus com configuração que levava a nomenclatura e conceitos de corredor exclusivo até então era o Neobus Mega BRT.

O design do veículo mostrado na Transpúblico chama a atenção, por ser limpo e moderno.
Além de contar com computadores de bordo, novo sistema de ar condicionado, poltronas ergonômicas, câmeras de ré, painel que informa em tempo real mais dados de operação, o conjunto óptico do Marcopolo Viale BRT é considerado inovador. Além de lâmpadas de Led, as luzes sinalizadoras de direção na posição vertical o diferenciam dos outros veículos. Os faróis dianteiros têm luzes dianteiras diurnas, que se acendem automaticamente. É o sistema Daytime Running Light.
A Marcopolo garante que o conforto é ampliado pelo maior espaço interno, tanto em relação a altura e a largura.

O gerente de design da Marcopolo, Petras Amaral Santos, conversou com a reportagem do Blog Ponto de ônibus. Segundo ele, o ônibus pode ser um atrativo para estimular o uso do transporte público por quebrar estilos arcaicos e mostrar que o ônibus entra numa nova fase: a de conforto e segurança, sempre aprimorada, mas também à de as pessoas olharem para o veículo e se agradarem esteticamente.
No total (área externa), o Viale tem 2,60 m de largura e 3,560 de altura. O comprimento pode variar de acordo com o chassi. Na versão articulada 6 x 2 (com dois eixos no antes da articulação e após), a carroceria pode varia de 18,75 metros a 21 metros. Na versão 8 X 2 (com dois eixos antes e outros dois depois da articulação), pode chegar a 23 metros de comprimento.

A Scania já possui um veículo articulado para configuração maior que os 18 metros, tamanho mais comum para os ônibus desta configuração. A Mercedes Benz, no entanto, lançou os chassis O 500 UDA (piso baixo) e O 500 MDA (piso convencional), com 4 eixos, dois antes da articulação e outros dois depois, sendo o último direcional, ou seja, esterça também. A plataforma pode receber carrocerias de 23 metros de comprimento, sendo uma opção entre os articulados e os biarticulados, estes últimos predominantemente da Volvo, que neste ano apresentou o maior ônibus do mundo, com 28 metros de comprimento.
Scania apresentou sua versão já utilizada em Curitiba, de articulados maiores, com 20,3 metros de comprimento. Mercedes Benz deve comercializar no ano que vem um articulado de 23 metros. Foto: Adamo Bazani
Scania apresentou sua versão já utilizada em Curitiba, de articulados maiores, com 20,3 metros de comprimento. Mercedes Benz deve comercializar no ano que vem um articulado de 23 metros. Foto: Adamo Bazani/Ônibus Brasil

Além da Marcopolo, outras encarroçadoras apresentaram novidades. A Comil mostrou uma versão de piso baixo do Svelto, tradicional, mas renovado modelo da marca gaúcha. A paulista Caio trouxe a terceira geração do Millennium, carroceria já consagrada nos serviços urbanos, mas que agora possui linhas mais arredondadas e harmoniosas.

A Neobus reforçou a apresentação do seu lançamento no início do ano, a versão BRT, que já está em operação em sistemas de alta capacidade, como de Curitiba, o primeiro BRT do mundo e que é considerado modelo para todo o mundo.

 Neobus refo
Créditos: Adamo Bazani/Ônibus Brasil
 No setor de rodoviários, os lançamentos foram mais tímidos. A Irizar mostrou um modelo topo de linha, o PB, com atualizações. A Comil trouxe um Campione que se destaca pelas linhas harmoniosas. A Marcopolo permaneceu com a Geração Sete, que este ano ganhou dois integrantes, o Paradiso 1600 LD, com salão de passageiros elevado, e o Paradiso 1800 DD, de dois andares.
A Mascarello apresentou o ROMA 370, um ônibus maior do que os da linha da empresa e com inovações funcionais e estéticas, como uma área envidraçada sobre o motorista, clareando seu posto de trabalho mas não permitindo incidência direta do sol, e conjuntos de faróis renovados.

Acessibilidade agora faz parte da rotina dos transportes, seja por força de lei ou por maior conscientização. A Comil apresentou o modelo tradiconal, porém renovado, Svelto, com piso baixo. Foto: Adamo Bazani
Acessibilidade agora faz parte da rotina dos transportes, seja por força de lei ou por maior conscientização. A Comil apresentou o modelo tradiconal, porém renovado, Svelto, com piso baixo. Foto: Adamo Bazani/Ônibus Brasil

A Transpúblico 2011, além de ter sido considerada já no seu primeiro dia um grande palco de negócios e apresentação do que será o futuro próximo do ônibus, também proporcionou uma maior discussão sobre a mobilidade.

O evento vai até esta sexta-feira, dia 26 de agosto, no Expo Center Transamérica, na zona Sul de São Paulo. Os modelos apresentados não são apenas tendência, já são realidade, mesmo que alguns ainda tenham saído da conclusão do produto.

Tendências serão os sistemas, que se forem melhores, poderão receber ônibus ainda mais tecnológicos.

É o que disse o empresário Belarmino de Ascenção Marta, um dos maiores de São Paulo, em entrevista exclusiva ao Blog Ponto de Ônibus.
Temos ônibus bons e mais modernos. Precisamos de corredores e espaços para eles atenderem à população”, disse Berlamino que começou no setor como costuma dizer “exatamente em março de 1961” e viu desde os mais simples LP 312 da Mercedes Benz, passando pelos ônibus hidráulicos até os eletrônicos.

Ele sabe que operar transportes é muito mais que colocar ônibus nas ruas. É uma ação conjunta de empresários, população e poder público.E olha que este português, com baixa estatura física e mantendo seu sotaque lusitano, de forma muito simpática com a reportagem do Blog Ponto de Ônibus, tem estrada.

Adamo Bazani, jornalistra da Rádio CBN, especializado em transportes.

Ônibus Brasil

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