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sábado, 29 de outubro de 2011

10 Anos Sem Trólebus - Parte III


Chegamos à última postagem da série "10 Anos Sem Trólebus". Aqui, veremos como ficou a estrutura do sistema nos anos 90 até o seu fim.

Anos 90
Marmon-Herrington 218. Créditos: Tramz.com/Acervo

Em 1991, é criada uma nova linha de trólebus rumo a Olinda, com parte do trajeto feito em corredor exclusivo. Em 1994, com a inauguração do Terminal Integrado da PE-15, a linha 900 - PE-15 (Parador) é a primeira do sistema elétrico a entrar para o SEI (Sistema Estrutural Integrado). Ainda nesse ano, os 12 trólebus Ciferal/Scania/Tectronic foram desativados. Com isso, alguns dos Marmon-Herrington são reprefixados, recebendo números na série 2XX, 5XX e 9XX. Entre 1995 e 1996, a linha 641 - Av. Norte/Macaxeira também entra para o SEI, com a inauguração do TI da Macaxeira.

A partir daí, começa o declínio do sistema de trólebus, ao mesmo tempo que sua permissionária, a CTU, também começa a cair. Em 2000, ela é privatizada e se transforma na CRT (Cidade do Recife Transportes).

Anos 2000 e fim

A CRT, numa tentativa de manter o sistema de trólebus na ativa, traz 18 ônibus modelos Vilares ano 1982, vindos de Ribeirão Preto, cujo sistema foi desativado em 1999. Contudo, apenas 10 entram em operação. Ainda nesse ano, a empresa pinta sete trólebus Marmon-Herrington no padrão SEI Radial.

Trólebus Villares ex-Ribeirão Preto 957 e 959. Créditos: Sérgio Martire/Tramz.com

 Em abril de 2001, a CRT encerra as operações das linhas 434 - Caxangá/Várzea e 641 - Av. Norte/Macaxeira.  Com isso, a 900 - PE-15 (Parador) se mantém como a única a operar com os elétricos.


Dupla de Marmon-Herrington na linha 641, poucos dias antes de saírem de circulação. Créditos: Sérgio Martire/Tramz.com

Até que, no dia 24 de setembro de 2001, os últimos trólebus operam no trecho Recife-Olinda. No dia seguinte, não saem mais da garagem. Após 41 anos, a história dos elétricos tem seu ponto final dado no Recife.

Mapa do sistema de trólebus em 2001. Créditos: Tramz.com

Na época, porém, a CRT anuncia que iria investir em trólebus novos. Houve até o registro de pedidos à Busscar, contudo esses carros nunca foram vistos. Ao contrário, chegam ao Recife 30 novos veículos de carroceria Urbanuss Pluss, sob o chassi Mercedes-Benz O-400 U, ou seja, a diesel.

Os trólebus ex-Ribeirão Preto e os Marmon-Herrington, os últimos a operarem no sistema, foram mantidos na antiga garagem da CTU até 2006, quando foram desmontados e vendidos como sucata.

Veja agora como ficaram as três últimas linhas operadas por trólebus:

434 - Caxangá/Várzea
Passou a operar com ônibus a diesel em abril de 2001, conforme já dito. Em 2008, com a inclusão do terminal da Caxangá no SEI, a linha é extinta e dá lugar à 437 - Caxangá (Conde da Boa Vista).

641 - Av. Norte/Macaxeira
Passou a rodar com ônibus a diesel e motor traseiro em 2001. Contudo, no ano seguinte, as outras empresas operantes no corredor da Zona Norte entram com processo na justiça acusando a CRT de concorrência desleal. A empresa perde e uma liminar a obriga a tirar os veículos da linha. Eles até foram testados em outras rotas, mas após os resultados não serem bons, são vendidos em 2003.

Já a 641 se torna a linha 645 e passa a ser operada de maneira conjunta por Globo e Pedrosa.

900 - PE-15 (Parador)
A Itamaracá assume a operação da linha com ônibus a diesel. Em meados de 2003 é extinta, tendo sua operação integrada com a 915.

A seguir, um vídeo de autoria de Allen Morrison, que mostra vários trólebus do Recife:

Guto de Castro

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