O acidente entre uma composição da Linha Diesel do metrô do Recife e um caminhão, na manhã desta quinta-feira, serve de alerta para a necessidade de a CBTU/Metrorec fechar o percurso. O certo seria o trecho entre Jaboatão dos Guararapes e o Cabo de Santo Agostinho ser murado, semelhante ao que acontece nos ramais elétricos – Linhas Centro e Sul do metrô. Por sorte não houve feridos, mas o trem bateu no caminhão que atravessou de forma imprudente a linha e a composição chegou a descarrilhar e virar com cem pessoas a bordo.
A verdade é que a CBTU/Metrorec fecha os olhos a esse problema há muito tempo, sob o argumento de que seria caro murar o trecho. Significaria fazer inúmeras passarelas para pedestres e passagens para os veículos cruzarem a linha. Enquanto isso, acidentes vão acontecendo e a desculpa é que a imprudência parte dos motoristas e pedestres que fazem a travessia. O problema é que, sem isolamento, os moradores das comunidades pobres localizadas às margens da Linha Diesel passam a ver os trilhos como a continuidade de suas casas, o quintal. Sentimento alimentado pelo longo intervalo entre os trens, que geralmente ultrapassa uma hora.
A relação entre a Linha Diesel e as pessoas é tão próxima que se transformou num problema para a CBTU/Metrorec . O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que vai entrar em operação no primeiro trimestre do próximo ano entre Jaboatão e o Cabo – substituindo os trens velhos -, terá as portas e janelas reforçadas para evitar a depredação. Isso porque, durante os testes, a população jogou pedras contra a composição, algo comum na Linha Diesel.
Blog Roberta Soares/NE 10
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