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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

MAN prevê queda na produção de ônibus e caminhões para 2012

Empresa no entanto, estima alta nas exportações.

Motor de ônibus urbano Volkswagen 17-230 EOD com tecnologia de controle de emissão de poluentes baseada nas normas européias Euro III. Com a entrada em vigor da fase 7 do Proconve, cujas exigências são baseadas nas normas Euro V, o preço de motores a diesel subiu até 15%. Créditos: Adamo Bazani


A fabricante de chassis e motores de ônibus e caminhões MAN América Latina, que controla a marca Volkswagen de veículos pesados no Brasil, estima que em 2012 a produção em todo o mercado deve ter recuo de 10% em comparação a 2011. O motivo principal é mudança de tecnologia dos motores para padrões mais rígidos de controle de emissão de poluentes, previstos pela fase 7 do Proconve – Programa Nacional de Controle de Poluição por Veículos Automotores, P 7, baseados nas normas européias Euro V.

O valor destes veículos a diesel com a tecnologia que é obrigatória desde 01 de janeiro de 2012 chega a ser de 10% a 15% maior que os ônibus e caminhões anteriores, cujos padrões de emissão seguiam as normas Euro III. Empresários tanto do setor de transportes de cargas como de passageiros anteciparam a renovação de frota no ano passado para escaparem dos preços mais altos e os que não renovaram pretendem esperar se suas frotas ainda estiverem dentro da idade permitida pelos poderes concedentes, principalmente no caso de empresas de ônibus.

Além disso, o uso de um fluido para diminuir a poluição, o ARLA 32 – Agente Redutor Líquido Automotivo, feito com 32% de uréia industrial, injetado no sistema de escape dos ônibus e caminhões, é um custo a mais que ainda levanta desconfiança por parte dos frotistas, mesmo as montadoras dizendo que a nova tecnologia deixa os motores maios econômicos e que a diferença no consumo em relação aos motores antigos cobre os gastos a mais com o ARLA 32.

Em entrevista a Agência Reuters, o presidente da Man Latin America, Roberto Cortes, disse que o se a economia brasileira continuar aquecida, a queda pode ser menor. Por conta da modernização das cidades com vistas à Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 e aguardando licitações de transportes, tanto o setor de cargas, com as obras públicas, como de passageiros, com os novos sistemas de operação, vão demandar mais ônibus e caminhões.

BALANÇO E ESTIMATIVAS

A Volkswagen declara um balanço positiva de 2011, com crescimento acima do mercado.
Segundo a montadora, foram produzidos 61 mil 968 veículos pesados, sendo que 58 mil 829 caminhões, segmento que a empresa manteve a liderança, e 11 mil 139 ônibus, sendo vice-líder no setor de passageiros. O crescimento em relação a 2010 foi de 18%.

O mercado como um todo cresceu 11.72% com 171 mil 200 caminhões e 34 mil 615 ônibus.
O mês de dezembro, por causa das antecipações de renovação da frota, foi o mais expressivo dos 30 anos de atuação da marca Volkswagen no setor de caminhões e ônibus, quando a empresa vendeu 4 mil 310 caminhões e 955 chassi de ônibus. Para se ter uma idéia, em dezembro de 2010, a Volkswagen comercializou 2 mil 815 caminhões e 331 plataformas para ônibus, entre micro-ônibus, urbanos e rodoviários.

Para 2012, a Volkswagen pretende ampliar sua participação no mercado. Em março, ela deve entrar no segmento de caminhões extra-pesados com a marca MAN. Em três anos, a Volkswagen – MAN quer 30% de presença neste segmento.

Entre 2012 e 2016, a empresa pretende investir no Brasil R$ 1 bilhão, incluindo a participação no segmento de extra-pesados e de ônibus com tecnologias alternativas ao uso do diesel convencional.
A Volkswagen pretende aumentar as exportações para países latino-americanos onde não entraram em vigor as normas de redução de poluição baseadas nos parâmetros Euro V.

O presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes, disse ainda que este ano os países latino americanos devem voltar ao patamar anterior a crise financeira mundial de 2008. “Estamos praticamente voltando aos níveis pré-crise somente em 2012. O formato de recuperação neste caso está mais para um ‘U’ que um ‘V””, disse Cortes, referindo-se a mercados como Chile, Argentina e Colômbia.

Em 2008, as exportações para o mercado latino americano foram de 53 mil unidades e em 2011, o número oscilou entre 42 mil e 43 mil veículos. Logo após a crise, o volume recuou entre 20 e 23 mil unidades. Em 2011, a Volkswagen MAN exportou cerca de 9 mil 500 unidades de ônibus e caminhões e prevê crescimento de 10% nos embarques para o exterior.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Ônibus Brasil

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