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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Scania prevê queda de 20% nas vendas de ônibus

Para a montadora, o setor de caminhões de caminhões deve se manter estável.
Depois de um ano que foi recorde na produção e venda de ônibus, com mais de 35 mil unidades de todas as marcas em 2011, o mercado deste tipo de veículo deve sofrer uma retração de 20% neste ano.
A previsão é da Scania.

O ano de 2011 no Brasil representou o maior volume de produção da marca sueca em todo o mundo. Foram vendidos 13.011 caminhões, 1.652 chassis de ônibus e 2.515 motores em geral.
Em segundo lugar no ranking de vendas de produtos em geral da marca aparece a Rússia e em terceiro lugar está a Alemanha. Somente a América Latina foi responsável por 25% do lucro operacional da Scania em 2011. No ano de 2010, a região respondeu por 30% do lucro operacional.

A Scania viu o mercado de ônibus brasileiro em 2011 como atípico. Por causa das novas normas de emissão de poluição, baseadas no Euro V, dentro do Proconve P 7 – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, fase 7 (P 7), que deixam os veículos a diesel menos poluentes, mas que provocaram a elevação de preços em até 15% por conta do uso de novas tecnologias, os empresários de ônibus anteciparam as renovações de frota previstas para 2012 e 2013.
Além disso, muitos empresários preferiram não se arriscar na compra dos modelos que já seguem as determinações válidas desde janeiro deste ano para a produção por conta do uso de um fluido no sistema de escape dos veículo: o ARLA 32, – Agente Redutor Líquido Automotivo, feito com 32% de uréia industrial. O ARLA 32 provoca uma reação química que reduz a emissão de óxido de nitrogênio, uma substância cancerígena presente na combustão do diesel.

Ônibus Scania. O ano de 2011 foi recorde na história da produção de ônibus em todo o País. Além de investimentos em melhoria para a mobilidade urbana, preparação para licitações de grande porte, como dos ônibus rodoviários geridos pela ANTT - Associação Nacional dos Transportes Públicos, e a proximidade das eleições municipais, empresários foram às compras para anteciparem as renovações das frotas e evitarem os custos maiores dos ônibus que a partir deste ano seguem normas mais rígidas de poluição, mas que também possuem preços mais altos. O Brasil foi o principal mercado da Scania em todo o mundo. Foram vendidos 13 mil 011 caminhões, 1 mil 652 chassis de ônibus e 2 mil 515 motores em geral. Foto: Adamo Bazani
Ônibus Scania. O ano de 2011 foi recorde na história da produção de ônibus em todo o País. Além de investimentos em melhoria para a mobilidade urbana, preparação para licitações de grande porte, como dos ônibus rodoviários geridos pela ANTT - Associação Nacional dos Transportes Públicos, e a proximidade das eleições municipais, empresários foram às compras para anteciparem as renovações das frotas e evitarem os custos maiores dos ônibus que a partir deste ano seguem normas mais rígidas de poluição, mas que também possuem preços mais altos. O Brasil foi o principal mercado da Scania em todo o mundo. Foram vendidos 13 mil 011 caminhões, 1 mil 652 chassis de ônibus e 2 mil 515 motores em geral. Foto: Adamo Bazani

Mesmo as montadoras garantindo que os ônibus e caminhões Euro V são mais econômicos e que o menor consumo compensaria o abastecimento de um tanque extra com o ARLA 32, alguns donos de empresas, principalmente de transportes de passageiros, preferiram também postergar a aquisição de veículos neste padrão e anteciparam a compra dos ônibus de tecnologia que ainda seguia as normas semelhantes às previstas no Euro III. Com isso, prevê a montadora, a procura por ônibus deve ter uma queda neste ano.

A Scania acredita que o mercado de caminhões não deva sofrer retração como o de ônibus, mas também não deve registrar crescimento. No segmento, a venda de veículos novos deve ser fraca no primeiro trimestre por conta dos estoques de unidades com o padrão de emissão de poluição Euro III.
A indústria não pode produzir mais ônibus, caminhões e utilitários neste padrão desde janeiro de 2012, mas as vendas das unidades remanescentes são permitidas até o final de março.

Além da mudança nos parâmetros de emissão de poluentes, a aproximação das eleições municipais neste ano fizeram com que as renovações de frotas de ônibus fossem aquecidas em 2011. Os transportes públicos influenciam diretamente a imagem dos gestores públicos locais. Por isso, nas proximidades das eleições, prefeituras costumam fazer licitações ou exigir dos empresários com contratos firmados a troca de parte dos ônibus por mais novos.

De 2010 para 2011, a Scania registrou alta na produção de ônibus acima do mercado, que teve crescimento global de 22%. A montadora deve investir entre 30 milhões e 40 milhões de dólares neste ano no Brasil, principalmente no parque industrial.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Ônibus Brasil

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