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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Motoristas contrários ao fim da greve fazem passeata no centro do Recife


Uma dissidência do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários no Estado de Pernambuco (STTRE-PE) saiu em passeata da sede do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), em direção ao Centro do Recife, na noite desta quinta-feira (05). Éberton Silva, um dos representantes desse grupo, afirma que a categoria não vai acatar a decisão do TRT que determina o fim da greve a partir de meia-noite e que a paralisação vai continuar.

Os manifestantes já passaram pela Ponte Maurício de Nassau e Avenida Guararapes; agora, estão na Ponte Duarte Coelho, em direção à Avenida Conde da Boa Vista. O Batalhão de Trânsito está bloqueando as vias próximas. O vendedor Ricardo dos Santos sente o reflexo da greve, somada a essa mobilização. Ele aguarda um ônibus na Avenida Guararapes. "Larguei do trabalho e estou esperando [a linha] Bomba do Hemetério há uma hora. Sei que eles precisam ganhar mais, mas desse jeito atrapalham todo mundo", reclama.

Cerca de 50 policiais militares estão acompanhando a caminhada dos manifestantes. Segundo o tenente Basílio Barbosa, do 16º Batalhão, há cerca de 250 pessoas participando e o clima é tranquilo. Até o momento, ninguém foi detido.

Confusão
A confusão começou ao final da sessão que julgou o dissídio da categoria. Por unanimidade, os desembargadores consideraram a greve abusiva; por maioria, ficou determinado que o reajuste salarial para motoristas, cobradores e fiscais será de 7%.

Patrício Magalhães, presidente do STTRE-PE, assegurou que a categoria vai voltar ao trabalho. "Decisão judicial não se discute. O reajuste não era o esperado, mas é maior do que o que foi dado em outros estados", comentou.

Do lado de fora da sede do TRT, no entanto, o clima entre os grevistas era de insatisfação geral. Aos gritos de "Fora, Patrício", o presidente do sindicato precisou deixar o tribunal escoltado e houve confronto entre os seguranças particulares e os manifestantes.

O voto do TRT
A desembargadora Nise Pedroso foi a relatora do dissídio dos rodoviários. Em seu voto, ela declarou abusivas as paralisações do dia 27 de junho e as realizadas a partir de 3 de julho. "Os rodoviários não avisaram o patronato nem a população com 72 horas de antecedência e as negociações não haviam sido esgotadas", afirmou.

Segundo o voto da relatora, haverá desconto nos salários pelos dias parados. O reajuste salarial determinado pela corte segue a proposta do Ministério Público do Trabalho. "Os 31% pedidos pela categoria estão distantes dos índices do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]", disse a desembargadora.

Com o percentual de reajuste determinado pela Justiça, o salário dos motoristas passa de R$1.395 para R$ 1.500; o dos cobradores, de R$ 645,50 para R$ 690; o dos fiscais, de R$ 903 para R$ 970; e os tíquetes-alimentação, de R$ 140 para R$ 160. Os novos valores entram em vigor este mês.

G1 PE

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