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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Volare completa 14 anos e deve fechar 2012 em alta

Volare completa 14 anos com 45 mil unidades de minoonibus vendidas no País. Para comemorar data, empresa do Grupo Marcopolo fez até sorteios de miniatuaras em redes sociais. Mesmo com retração na produção de ônibus no mercado , espera crescimento entre 5% e 10%.




Créditos: Marcos Roberto Castro/Acervo

Desde os anos de 1920, quando nem se fazia chassis para ônibus, os primeiros veículos recebiam carrocerias de madeira rústicas, chamadas carinhosamente de jardineiras.  As carrocerias eram feitas artesanalmente, muitas vezes pelos donos dos ônibus. A primeira empresa formalizada de carroceria que se tem registro foi fundada no início do século passado, em 1906, a Irmãos Grassi, que inicialmente fazia balcões de madeira e móveis. A primeira carroceria foi feita em 1911, para a Hospedaria dos Imigrantes, no Brás, Capital Paulista, mas a produção em série, para os padrões da época, começou em 1923, com um modelo de ônibus chamado “Mamãe Me Leva”, pela população.



As características de montagem de ônibus evoluíram, as carrocerias e chassis, estão mais modernos, seguros e os veículos com design mais moderno e harmônico.  No entanto, a forma básica de concepção continua: carroceria e chassi, enquanto que em vários outros países, o conceito de monobloco predomina. Tanto em ônibus urbanos como em rodoviários, chassi, motor e carroceria formam um bloco só.

No Brasil, houve produção de monoblocos. Os primeiros registros são dos anos de 1940, quando a GM – General Motors fez algumas unidades em sua sede no Brasil, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
Mas a família de monoblocos mais famosa do País foi a da Mercedes Benz. O primeiro monobloco da marca alemã no Brasil foi feito em 1958, o bicudinho O 321, e o último foi produzido em 1996, o modelo O 400. Todos tinham versões urbanas e rodoviárias com diversos tamanhos e características.

Mas o mercado, segundo as próprias fabricantes, preferiu o sistema de encarroçamento.  A solução aceita pelos grandes frotistas era considerada uma dificuldade para quem comprava poucas unidades de veículos. Muitos destes investidores em transportes tinham problemas para levar o chassi de uma região para encarroçar em outra.


Créditos: Marcos Roberto Castro/Acervo

Apesar das exceções, a maioria dos chassis é feita no Sudeste e as carrocerias, no Sul do País.  O perfil destes empreendedores pequenos que mais sentem dificuldades com a logística do encarroçamento utiliza ônibus de pequeno porte: micros e minis.  E a Marcopolo, hoje a maior fabricante de carrocerias de ônibus do País, há 14 anos viu que a necessidade desta fatia de mercado não era atendida pelas indústrias.  Então foi criada a Unidade de Veículos Leves Comerciais, Volare.

Os mini-ônibus da Volare não são considerados pelas empresas como monoblocos, mas veículos completos, como carros, que já são financiados e vendidos prontos.  No caso dos ônibus grandes, o empresário escolhe o chassi e a carroceria que quiser.  Mas ele tem condições de “barganhar” melhor com as fabricantes, o que um pequeno transportador não tem.

Não que os grandes empresários não comprem Volare, já que hoje as diferenças entre mino e micro ônibus são muito pequenas. Mas a maioria do mercado dos produtos da Volare é formada por pequenos investidores.

A ideia, que começou a ser concretizada em 1998, na busca por veículos mais ágeis e econômicos, principalmente para o ambiente urbano, deu frutos. Atualmente são seis modelos de ônibus: V5, V 6, V 8, W8, W9, todos com mecânica Agrale e o DW9 (Mercedes Benz).

A versão Limousine é considerada a de maior luxo da categoria. Os veículos possuem tomada individual em cada poltrona, bancos de couro, detalhes semelhantes a madeira, monitores de TV, ambiente do motorista separado do salão de passageiros, ar condicionado com saída individual, frigobar e outros componentes de luxo e conforto.

Desde 1998, a Volare produziu cerca de 45 mil unidades. Hoje a empresa detém cerca de 60% do mercado de minionibus e a perspectiva é de crescimento: não somente por conta das boas perspectivas geradas devido a eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas de 2016, que devem fomentar o turismo e o serviço de transferência entre hotéis, aeroportos e locais de evento.

Neste ano, cujo ritmo de produção global de ônibus caiu, por causa da antecipação da renovação de frotas no ano passado, para os empresários aproveitarem as unidades mais baratas de tecnologia antiga, que não podem mais ser vendidas, a Volare diz seguir na contra-mão.

Em comunicado à imprensa, Milton Susin, diretor-executivo da Volare, estima que a empresa deve produzir cerca de 5 mil unidades neste ano, com crescimento em relação ao ano passado, o que deve significar aumento de 5% a 10% na produção.

E o executivo credita este número principalmente aos programas públicos voltados à modernização de transportes escolares urbanos e em áreas rurais que usam este tipo de ônibus.  As comemorações dos 14 anos da Volare foram marcadas por várias ações, como o sorteio pela página da companhia no Facebook e em outras redes sociais de 14 réplicas do modelo W9 Limousine.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Blog Ponto de Ônibus

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