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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um pouco sobre o V-TRONIC da Volkswagen

 Créditos: Guto de Castro/Acervo
 
A grande vantagem desse novo câmbio é o conforto no trânsito urbano, pois o motorista não precisa pisar na embreagem e nem acionar a alavanca de mudanças no aborrecido pára-e-anda dos congestionamentos e cruzamentos. O sistema faz tudo sozinho, exatamente como um câmbio automático convencional. E existe ainda a possibilidade de dirigir de forma mais esportiva: com toques na alavanca, as marchas podem também ser cambiadas exatamente como numa caixa manual.

Afinal, é ou não é automático?
A caixa é manual, com o mesmo sistema mecânico de cambiar as cinco (ou seis, ou sete...) marchas. E tem exatamente a mesma velha e conhecida embreagem da caixa tradicional.
 
Entretanto, a eletrônica permitiu desenvolver um equipamento adicional, acoplado à caixa, que elimina o pedal da embreagem e a necessidade de acionar a alavanca para cambiar as marchas. É como se tivesse um "pezinho eletrônico", para acionar a embreagem, e uma "mãozinha eletrônica", para comandar a caixa. Tudo funciona com sensores que "percebem" as diversas situações nas quais o motorista teria que pisar na embreagem e mudar para uma marcha mais forte, ou mais fraca, quando sobe ou desce o giro do motor.
Vantagens
Custo - Um câmbio automático custa de R$ 4 mil a R$ 5 mil a mais que o manual. O automatizado encarece a metade.
Peso - O manual automatizado pesa menos que o automático convencional.
Economia - O automático aumenta o consumo, enquanto o automatizado reduz.
Operação - Além de ser mais confortável, o sistema muda as marchas eletronicamente, de forma mais precisa que o motorista, reduzindo o desgaste da embreagem.
Versátil - Dá a opção de funcionar no modo automático ou manual.
Desvantagens
Tranco - No momento de cambiar, o carro dá uma "engasgada". O motorista precisa se acostumar e dar uma aliviada no acelerador, para reduzir o desconforto.
Arrancada - Em situações extremas, carregado e numa subida, o carro sai lentamente, pois o sistema não aumenta o giro do motor além do necessário.
Em resumo O câmbio automatizado é uma tendência mundial. Será aperfeiçoado e vai substituir - a longo prazo - o sistema automático tradicional.
Vindo dos automóveis
Esse tipo de câmbio já vem sendo utilizado nos carros de passeio, podemos destacar como exemplos o Easytonic (GM); Dualogic (Fiat) e o Imotion (VW)
 
No Brasil, a GM optou pelo sistema Luk, de acionamento elétrico e que ela chama de Easytronic. O da Fiat, chamado de Dualogic, foi desenvolvido pela Magneti Marelli e tem operação hidráulica. Tecnologicamente, o sistema da Fiat é mais moderno, pois o acionamento hidráulico é um pouco mais caro, porém mais rápido e suave que o elétrico, da GM. O software do Dualogic é também mais interessante que o do Easytronic: no Dualogic, o modo automático permanece mesmo quando o motorista decide mudar a marcha. No câmbio da GM, o sistema "entende" que deve - nessa situação - mudar para o modo manual, exigindo um toque adicional na alavanca para voltar para o modo automático.
  
Outra vantagem do câmbio dos modelos da Fiat é que se pode (opcionalmente) cambiar com as borboletas (ou paletas) no volante, como na Fórmula 1.
 
Ponto para a GM no quesito honestidade com o consumidor: ela anuncia um câmbio "automatizado", enquanto a Fiat mente ao dizer que o seu é "automático". Em primeiro lugar, porque tanto o da GM como o da Fiat não funcionam suavemente, como nos automáticos convencionais. Além disso, quem compra um Stilo Dualogic acreditando que o câmbio é automático de fato não vai entender nada quando levar o carro para a revisão e vier a conta de "substituição do conjunto de embreagem"...
 
Uso nos ônibus
 
É bem antiga a discussão sobre qual é a melhor caixa de cambio para equipar ônibus urbano. É melhor a manual? Ou é a automática?
A preferência do frotista, seja por questão de preço ou desconhecimento sobre a automática, acaba recaindo na transmissão mecânica.
A Volkswagen, vice-líder em ônibus, decidiu, junto com a ZF, oferecer uma caixa, digamos, intermediária. Funciona como se fosse automática. Para o motorista, não tem pedal de embreagem, nem alavanca de mudança. Para o frotista, garante a montadora, "as operações de manutenção são as mesmas de uma caixa de câmbio mecânica".
A Volkswagen passou a oferecer para grandes centros urbanos a linha de chassis de ônibus Volksbus V-Tronic. A montadora garante que é a primeira a oferecer de fábrica veículos equipados com câmbio de acionamento mecânico, mas sem alavanca de mudança de marchas e sem o pedal de embreagem.
O ônibus com caixa V-Tronic é uma resposta de conforto para atender especificidades da demanda do sistema coletivo.
A Volkswagen cita o caso da maior cidade do Brasil, São Paulo, onde a velocidade média dos veículos caiu de 25 km por hora em 1998 para 17 km por hora atualmente.
Tal situação tem como origem principal uma expansão de frota de carros (três vezes maior que a população) não acompanhada por obras de infra-estrutura.
 
Créditos: Guto de Castro/Acervo

A menor velocidade dos veículos resultou em pelo menos dois fatos negativos que comprometeram o sistema de transporte por ônibus: aumento de custo operacional e queda no volume de passageiros.
Além dos custos, o estresse do motorista foi agravado. Isso para uma profissão já reconhecida como uma das mais estressantes. O motorista em uma jornada troca de marchas até 3 mil vezes.
Isso reduz produtividade e causa doenças."Em 35% desses profissionais as trocas constantes de marchas causam bursite, tendinite ou foco de dores na região dos ombros, especialmente o direito", informa a Volkswagen, valendo-se de estudos sobre o caso.
Manual ou Automática
Em ambiente de perda de receita é difícil a recepção de soluções - mesmo que elas tragam aumento de produtividade e redução de custos. A caixa automática clássica estaria enquadrada como uma dessas soluções sugeridas aos frotistas de ônibus urbanos e não adotadas. Embora possa reduzir alguns custos operacionais e o estresse do motorista, a caixa automática clássica tem o inconveniente do maior custo inicial em relação à caixa manual.
  

A Volkswagen diz que encontrou a solução ao aliar as características positivas de cada uma das tecnologias de câmbio disponíveis no mercado. Então, em parceria com a ZF Transmissões, desenvolveu os modelos Volksbus VW 17.230 EOD VTronic e VW 17.260 EOT V-Tronic com caixa de câmbio mecânica convencional (sistema com engrenagens) e embreagem convencional "de baixo custo de reposição, mas sem alavanca de mudança de marchas e sem o pedal de embreagem", garante a montadora, que acrescenta. "O consumo de combustível é próximo do modelo com câmbio manual, e o motorista dirige com segurança, sem tirar as mãos do volante".
A Volkswagen informa que o "o sistema controla as mudanças de marcha de acordo com a condição de peso do veículo, inclinação do piso, posição do pedal do acelerador e acionamento da embreagem - tudo eletronicamente". Tais atributos, ainda de acordo com a montadora, "maximiza a vidaútil dos elementos internos da caixa de câmbio e da embreagem, e quando o freio de serviço é acionado, o sistema passa a reduzir as marchas, auxiliando no processo de frenagem e economizando as lonas de freio". Ainda segundo a Volkswagen o sistema também controla o "uso abusivo da embreagem e sua durabilidade, 'educando' o motorista na sua utilização".
Custo baixo
“A V-Tronic é uma tecnologia de ponta, mas com um custo mais barato. Estamos lançando um novo conceito. A linha V-Tronic traz uma caixa de acionamento mecânico, mas sem alavanca de mudança de marchas e sem o pedal de embreagem. Ou seja, é uma caixa de transmissões automatizada. Daremos mais conforto ao motorista de ônibus urbano, que possui uma das profissões mais estressantes do mundo. Ele não vai mais precisar ficar trocando toda a hora de marcha e se cansando”.
A caixa automatizada escolhida para equipar os novos modelos é a ZF 6AS 1010 BO. A carta na manga da VWCO é justamente oferecer uma caixa mecânica convencional, sistema com engrenagens, de embreagem convencional, contudo sem a alavanca de passagem de marchas, o que também gera um baixo custo de manutenção e pequeno índice de quebra. Segundo a marca, o consumo de combustível é próximo do modelo com câmbio manual.
“O sistema V-Tronic controla as mudanças de marcha de acordo com a condição de peso do veículo, inclinação do piso, posição do pedal do acelerador e acionamento da embreagem – tudo eletronicamente. Ele ainda controla o uso abusivo da embreagem e sua durabilidade”.
Duas opções
No mercado, o frotista de ônibus está acostumado a já poder escolher duas opções de caixa, mecânica ou automática. Porém, a versão automática ainda é cara. Sai em média R$ 50 mil. A idéia da Volks é oferecer a opção intermediária. Nesse contexto, o valor da caixa V-Tronic varia de R$ 25 mil a R$ 27 mil. 
 
Os dois modelos são equipados com o motor MWM 6.12 TCE-EURO III. O VW 17.230 EOD possui 225 cavalos de potência a 2.200 rotações por minuto e desenvolve um torque de 84,4 kgfm entre 1.200 a 1.600 rpm. Já o VW 17.260 EOT, carrega 260 cavalos a 2.500 rpm e desenvolve um torque líquido de 92 kgfm entre 1.300 a 1.900 rpm.
Testes 
São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Recife. Essas foram as capitais escolhidas pela Volkswagen para rodar 10 veículos de testes em parceria com frotistas. Todos rodaram em condições reais de operação. Os testes consumiram 1 milhão de quilômetros.
Como essas cidades apresentam condições diferentes de clima, trânsito, relevo e conservação de ruas, a marca aproveitou, também o laboratório, para escolher a adaptação ideal que pretende usar nos ônibus V-Tronic que serão exportados.
Pioneirismo e única no mercado
Até o presente momento, a MAN América Latina (Volkswagen) é a única no segmento de ônibus que possui tal sistema de câmbio.
  
Canal Parada Solicitada/Portal Ônibus Paraibanos

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