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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Limitados no uso do transporte do futuro


Eles foram parcialmente excluídos do transporte de qualidade, do BRT (Bus Rapid Transit), o ônibus do futuro. Os moradores das cidades de Igarassu e Abreu e Lima, no Norte da Região Metropolitana do Recife, não poderão usufruir do Corredor Norte-Sul, uma das apostas do governo de Pernambuco para melhorar a mobilidade do Grande Recife, da mesma forma que os passageiros que residem em Paulista, Olinda e Recife, por exemplo. A utilização do futuro sistema, previsto para começar a operar ainda no primeiro semestre de 2014, será limitada. O pouco número de estações de BRT previstas para serem construídas no trecho que o corredor corta as cidades é o motivo da exclusão.

Enquanto a cidade de Paulista receberá seis estações de BRT, o município de Olinda 11 e a capital outras 12 estações, Igarassu terá uma única estação e Abreu e Lima duas. Mesmo assim, somente depois de haver uma mobilização política para que fossem construídas porque, originalmente, não estavam previstas. Na prática, o Corredor Norte-Sul começará no TI de Igarassu e seguirá até o TI Recife, integrado com o metrô. Serão 33,3 quilômetros, com 32 estações de BRT. Desse total, em 13 quilômetros o corredor terá apenas três estações: duas em Abreu e Lima, no entroncamento da BR-101 com a PE-15 e nas imediações da Rua Capitão José Primo, e outra em Cruz de Rebouças, o segundo bairro mais populoso de Igarassu, com 35 mil moradores. As outras 29 ficarão nos 20 quilômetros restantes.

Ao longo do percurso que o Norte-Sul fará em Igarassu e Abreu e Lima, excluindo as duas estações, as paradas continuarão sendo os ultrapassados abrigos de concreto, que nada protegem. No lugar de uma estação de BRT, que pressupõe equipamentos modernos, com refrigeração, elevados à altura dos ônibus e pagamento antecipado de passagem, a população irá esperar nas velhas paradas, quase totalmente exposta ao sol e à chuva. Pelo menos no caso de Igarassu, o projeto original do Corredor Norte-Sul não previa a construção de estações de BRT, mas depois de um apelo do prefeito Mário Ricardo (PTB), o governo do Estado reviu a exclusão e decidiu construir uma unidade em Cruz de Rebouças. O prefeito de Igarassu, entretanto, pediu a construção de quatro.

“Sem as estações de BRT ao longo do percurso o trabalhador que mora em Igarassu será prejudicado. Isso porque o BRT cortará – pela BR-101 – bairros populosos e importantes do município, mas não poderá parar, será expresso, parando apenas no TI de Igarassu ou no de Pelópidas. A nossa opinião é que, dessa forma, o projeto nasce de costas para o futuro do Estado, que está apostando na Mata Norte, com a instalação da fábrica da Fiat. Igarassu, por exemplo, irá receber o segundo parque de fornecedores da Fiat, devendo reunir até 50 empresas. Ou seja, é uma cidade que crescerá muito nos próximos 20 anos”, defendeu.

Nos vídeos abaixo confira o argumento do prefeito de Igarassu para pedir mais estações de BRT no município, a reclamação de passageiros e a situação das estações que permanecerão no lugar das modernas unidades:


ESTADO DIZ QUE LIMITAÇÃO É POR QUESTÕES TÉCNICAS

Cada estação de BRT custa, em média, R$ 2 milhões, e a manutenção é cara por haver refrigeração e vigilância permanente. Mas o governo do Estado jura que a redução de estações ao longo dos 13 quilômetros iniciais do Corredor Norte-Sul, entre os TIs de Igarassu e Pelópidas Silveira, não tem relação com custos. É meramente operacional. A intenção é dar velocidade ao BRT no corredor. Sem paradas, os ônibus ganharão velocidade comercial para compensar a que perderão a partir do TI Pelópidas, quando o Norte-Sul passa a ter 29 estações até o ponto final, na Estação Recife do metrô.

O Grande Recife Consórcio de Transportes garantiu que, desde o início, o projeto do Norte-Sul não contemplava estações entre o TI de Igarassu e o TI Pelópidas. A ausência teria sido justificada pela baixa demanda de passageiros com interesse em descer no trecho. Pelos números dos técnicos, 52% dos passageiros que partem do TI de Igarassu querem chegar ao Centro do Recife e, não, ficar no meio do caminho.

“Já pegamos o projeto desse jeito, sem estações até Pelópidas. E como até então não havia demanda para alterar o projeto, mantivemos a proposta original. Quando fomos procurados pelo prefeito de Igarassu, mudamos. Não há data definida para a construção das novas estações, mas o projeto está sendo revisto e o corredor entrará em operação já com as novas unidades”, garantiu o presidente do Grande Recife Consórcio, Nelson Menezes.

JC Online

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