Pages

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Produção de ônibus tem alta de mais de 50% e Volks encosta na Mercedes

Produção de ônibus tem alta de 56,8% no acumulado do ano. Mercedes Benz tem queda em relação ao ano passado, mas continua na liderança. Vendas da MAN crescem e empresa encosta na líder.

Créditos: Guto de Castro/Acervo

A produção de ônibus no Brasil registrou alta expressiva neste primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, dia 04 de abril pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, e que confirmam a previsão de ano recorde para o setor em 2013.

Segundo a Anfavea, neste ano foram produzidos de janeiro a março 9 933 ônibus. No mesmo período do ano passado, a produção foi de 6 333 chassis de ônibus ou minionibus completos. Isso significa que no acumulado deste ano, a alta é de 56,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Entre janeiro e março, a produção de ônibus rodoviários foi de 1 742 unidades ante 1 155 do trimestre inicial de 2012, alta de 50,8%. A produção de ônibus urbanos foi bem maior, como é normal no mercado, e somou entre janeiro e março 8 191 chassis, número 58,2% em comparação às 5 178 unidades do período do ano passado.

Só no mês de março, a indústria brasileira fabricou 3 800 ônibus, alta de 26,2% em relação a fevereiro e de 30,9% sobre março do ano passado, quando foram feitos 3 011 ônibus e 2 904 ônibus respectivamente. De acordo com a Anfavea, em março de 2013 foram produzidos 785 ônibus rodoviários e 3 015 ônibus urbanos.

Somando todos os tipos de veículos, entre carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, a indústria automotiva brasileira produziu 827 727 unidades, alta de 12,1% sobre as 738 106 unidades do ano passado. Em março, a produção geral da indústria de automóveis foi de 319 121 veículos, alta de 39,2% em relação a fevereiro e de 3,4% em relação a março do ano passado.

MERCEDES BENZ TEM QUEDA, MAS MANTÉM LIDERANÇA:
O número de licenciamento de ônibus mostra a reação de marcas como Volkswagen/MAN, que teve alta de 10,8% na produção acumulada do trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado e da Agrale, que registrou elevação de 103,1%. Já a Mercedes Benz teve queda no trimestre de 38,4%, mas mantém a liderança. Volvo e Scania registraram queda na produção trimestral em relação ao período do ano passado.

Confira os dados referentes ao acumulado entre janeiro e março na seguinte ordem : MARCA – UNIDADES LICENCIADAS – VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO ANO PASSADO

1º) MERCEDES BENZ : 2 581 unidades licenciadas neste primeiro trimestre, queda de 38,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
2º) VOLKSWAGEN/MAN: 2 385 unidades licenciadas neste primeiro trimestre, alta de 10,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
3º) AGRALE: 1 852 unidades licenciadas neste primeiro trimestre, alta de 103,1% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
4º) VOLVO: 341 unidades licenciadas neste primeiro trimestre, queda de 29 % em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
5º) IVECO: 294 unidades licenciadas neste primeiro trimestre, queda de 20,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
6º) SCANIA: 171 unidades licenciadas neste primeiro trimestre, queda de 49% d em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

MOTIVOS:
A indústria já declara que o efeito Euro V passou. Em 2012 entraram em vigor as normas de restrição a emissão de poluição baseadas nos padrões internacionais Euro V que fizeram com que os preços dos ônibus e caminhões subissem e as vendas e produção caíssem. Depois das antecipações de compras entre 2011 e março de 2012, quando ainda eram comercializados ônibus com tecnologia Euro III, houve desaquecimento do mercado. Mas as empresas precisam continuar renovando as frotas, o que vai ocorrer agora depois de boa parte das dúvidas dos empresários sobre a nova tecnologia ser esclarecida.

Eventos mundiais como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 já têm agitado diversos setores, como de construção civil, que precisam da ampliação de frotas de ônibus de fretamento para transporte de trabalhadores. Além disso, para sediar os eventos, as cidades precisam investir em mobilidade, o que requer ônibus urbanos mais caros e com maior categoria, como articulados e biarticulados para sistemas como de BRT – Bus Rapid Transit, corredores de ônibus mais modernos e eficientes que os corredores simples. O Governo Federal estendeu o PAC da Mobilidade para outras cidades, além das que vão sediar os jogos da Copa, o que deve representar mais demanda para ônibus.

Outros programas do Governo Federal, como o PAC Equipamentos e o Programa Caminho da Escola, além de ações como o prolongamento do Finame para financiamento de ônibus a juros competitivos desenham um bom quadro para as fabricantes de veículos de transportes coletivos.

A indústria também conta com outros fatores, como licitações de transportes urbanos e rodoviários que vão exigir ônibus mais novos, a exemplo do certame dos interestaduais gerenciados pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres e de grandes sistemas como do Distrito Federal e de São Paulo.
O aguardado crescimento do setor de turismo também é motivo de boas expectativas para as empresas que fabricam ônibus no Brasil.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Blog Ponto de Ônibus

Nenhum comentário:

Postar um comentário