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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Repórter do Blog do Jamildo enfrenta dificuldade para chegar à Arena no transporte público

Volta foi pior que a ida. Estação Cosme e Damião não suportou número de torcedores. (Foto: BlogImagem)

Não foi nada fácil chegar à Arena Pernambuco para assistir à primeira partida oficial no estádio, entre o meu estimado Náutico e o Sporting de Portugal, na noite desta quarta-feira (22).

O primeiro ponto é não haver guarda-volumes no Estádio. Sim, isso tem a ver com mobilidade. É proibida a entrada com bolsas e a Arena não tem guarda-volumes. Logo, você não pode ir de bolsa (ou mesmo guarda-chuva). Só que algo em torno de 40% de todos os jogos acontecerão em dias de semana, onde parte dos torcedores se dirigem ao estádio direto do trabalho, faculdade ou escola. A solução para esse pessoal é passar em casa para deixar a bagagem, antes ainda de ir para o jogo. E foi isso o que tive que fazer.

Só que do centro do Recife, onde trabalho, até a minha casa, no Vasco da Gama, bairro da Zona Norte do Recife, passei cerca de 50 minutos no ônibus - claro, no engarrafamento. Muito tempo perdido só para deixar a bolsa. Então parti para a Arena, finalmente.



Já estava atrasado. Eram 19h. E, como foi avisado anteriormente, para chegar até à Arena você tem de ir de metrô. Acontece que a malha metroviária recifense deixa muito a desejar - em especial no atendimento à Zona Norte da cidade. Bairros de grande densidade populacional como Guabiraba, Nova Descoberta, Vasco da Gama, Casa Amarela e respectivos altos não têm acesso ao metrô do Recife. A estação mais perto de mim, que moro no Vasco da Gama, é a Estação Joana Bezerra, no Derby.

Tive sorte e o Vasco da Gama/Derby não custou a passar. Peguei-o e segui viagem de 50 minutos até Joana Bezerra. Por lá, esperei por 20 minutos o trem que segue para Camaragibe - passando antes na Estação e Terminal Integrado Cosme e Damião, via para quem pretende chegar à Arena. Àquela altura o jogo já havia iniciado, com o Náutico ensaiando uma pressão.



No metrô percebi que não fui o único alvirrubro a ser prejudicado pelo trânsito somado à falta de guarda-volumes da Arena. Outros estudantes e/ou trabalhadores tiveram o mesmo problema que eu, já que precisaram passar em suas residências para deixar qualquer bagagem que carregassem.

Ao longo de todo o trajeto encontrei funcionários do Grande Recife com avisos como este. Positivo. Menos para os estrangeiros. Durante todo o trajeto, só encontrei instruções em inglês na Arena. Estamos preparados para os turistas? (Foto: BlogImagem)


Trinta minutos e doze estações após Joana Bezerra - e com o Timbu já perdendo por 1x0, com gol contra de Luiz Eduardo -, finalmente chego à Estação Cosme e Damião, em camaragibe. Quando saí do vagão percebi que, de fato, não eram poucos ou mesmo cabiam numa kombi os torcedores alvirrubros atrasados.


Ao sair da estação em direção aos ônibus - que já nos aguardavam, tenho que elogiar - funcionários de colete amarelo, que acredito serem do Consórcio Grande Recife, distribuiam pulseiras laranjadas para identificar torcedores que rumavam ao estádio. Uma delas gritava incessantemente que "todos devem ficar com o ingresso na mão", enquanto a outra dizia, mais timidamente, "não precisa mostrar o ingresso". Saí no segundo ônibus e restou gente suficiente para lotar mais dois, naquela leva.

Eram tantos os ônibus, das mais diversas empresas, estacionados no mesmo lugar, que formaram um corredor imenso de veículos parados, na via estreita que é a saída do Terminal Integrado, de modo que acabaram por prejudicar o trânsito dos que tentavam transportar os passageiros. Ficamos cerca de cinco minutos só esperando um destes motoristas manobrar para tirar o longo veículo do caminho. Em quinze minutos cheguei ao estádio.



Após o total de duas horas de viagem e espera, finalmente "chegamos" à Arena, precisando ainda caminhar mais 500 metros - o que já foi pontuado como desrespeitoso ao público idoso e/ou deficiente físico. Mas, enfim, cheguei, já no intervalo do jogo. Para mim, então, foi 1x0. Tá valendo.





A volta

O caminho de volta para casa foi um sufoco. Mais de 26 mil torcedores para serem escoados por uma mesma via e um mesmo meio de transporte. Todos de ônibus, formamos uma fila quilométrica que andou vagarosamente por mais de 30 minutos até que eu finalmente chegasse ao ônibus. Nele, foram mais 15 minutos até a estação de metrô Cosme e Damião. O trajeto de poucas centenas de metros entre a chegada do ônibus e o trem durou cerca de 20 minutos. O espaço não suporta a quantidade de torcedores.


Ao menos dei sorte e, ao chegar no metrô, o trem alvirrubro, lotado, estava só a minha espera. Corri em busca do vagão menos apertado e o encontrei. Não quero imaginar quanto tempo podem ter ficado esperando os que não tiveram a minha sorte.

Segui por 40 minutos até a Estação Central do Recife, onde encontrei bastante gente frustrada, que se deslocou até lá em busca de ônibus - que, àquela altura, já beirando a meia-noite, eles não iriam mais encontrar. Em dias de jogo precisaremos de uma quantidade extra de ônibus.



Blog do Jamildo

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