"O empregado que não voltar ao trabalho a despeito da decisão estará exposto à demissão por justa causa", afirmou Ivanildo Andrade. Embora a categoria esteja dividida, tanto o Sindicato dos Rodoviários quanto a Oposição Rodoviária de Verdade mantiveram a paralisação. A entidade que representa os empresários, a Urbana-PE, informou nessa quarta que cada empresa está livre para avaliar que medidas punitivas utilizarão para funcionários que desobedeceram a ordem judicial, variando as punições entre demissões e corte de ponto.
No entanto, de acordo com a assessoria do TRT, não está não mãos do Tribunal aplicar a decisão judicial. A Corte só deve tomar alguma definição agora caso seja provocada por uma petição movida pelas empresas de transporte solicitando a aplicação da multa de R$ 100 mil por dia válida a partir dessa segunda (1º). O Tribunal também pode voltar a participar caso seja chamado a homologar judicialmente algum acordo externo, mas não deve convocar uma nova audiência de conciliação.
Ao contrário das críticas apresentadas pelos rodoviários à Justiça, o presidente do TRT avalia a atuação do tribunal como "responsável e rápida". "A nossa função é solucionar conflitos entre empregados e empresários. Os movimentos que virão a partir do julgamento caem nas esferas policial e empresarial", afirmou durante a entrevista a Geraldo Freire, da Rádio Jornal.
Ivanildo Andrade explicou que a decisão do tribunal foi tomada levando em consideração a inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fechou o ano passado em 5,84%, não variando muito nos primeiros meses de 2013. O desembargador afirmou que o índice de preços eram os únicos argumentos que constavam nos autos. "Temos que buscar o equilíbrio entre as forças produtivas", disse, alegando que uma decisão acima do percentual de 7% concedido só poderia ser feita através de negociações diretas entre patrões e empregados.
Os rodoviários ligados ao sindicato pediam 66% de reajuste salarial, diminuindo depois para 20%, além do aumento do valor do tíquete alimentação para R$ 350. Os da oposição pedem 33%, benefício para alimentação de R$ 300 mensais, readmissão dos rodoviários demitidos por questões políticas e garantia de estabilidade de três meses para os grevistas após a paralisação.
NE 10
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