Os funcionários abandonaram os ônibus nas ruas do Recife nesta quarta (3), mesmo após a Justiça do Trabalho ter considerado a greve abusiva.
"Não aceitamos imposição dessa justiça que há anos só vem garantindo os interesses dos empresários do transporte. Acreditamos que há muito interesse por trás disso tudo e não é para beneficiar a população, mas sim a patronal", completa o texto, assinado por Aldo Lima.
Leia a íntegra:
Nota Pública
Declaramos a toda população que não aceitamos a decisão do TRT e se estamos causando transtornos a culpa é da patronal e do governador Eduardo Campos. Não podemos continuar com péssimos salários e condições indignas de sobrevivência. Temos contas para pagar, filhos para educar e dar de comer. Somos homens e mulheres que fazem a cidade se movimentar. Não somos vândalos nem desonestos, somos trabalhadores e exigimos respeito.
Ao mesmo tempo acreditamos que a população também merece respeito. É preciso que o governo garanta transporte público de qualidade, não apenas com ar condicionado ou aumento da frota, mas também com valorização dos Rodoviários: motoristas, cobradores e fiscais.
Não aceitamos imposição dessa justiça que há anos só vem garantindo os interesses dos empresários do transporte. Acreditamos que há muito interesse por trás disso tudo e não é para beneficiar a população, mas sim a patronal. Temos a informação inclusive de que o desembargador Pedro Paulo da Nóbrega, vice presidente do TRT 6 região, já foi advogado da Urbana PE, sindicato patronal. Não podemos deixar isso como está.
Por isso, informamos que estamos organizando um pedido de CPI para abertura do livro caixa das empresas do transporte público para entregar na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O objetivo é saber para onde vai o lucro da patronal já que até o momento vivemos nessa situação caótica, tanto nós rodoviários quanto a população em geral que depende desse serviço público.
O impasse já foi criado por eles e, se houver retaliação das empresas e do governo, a Região Metropolitana do Recife vai ficar igual a São Paulo com o aumento da força do movimento. Por isso, não aceitamos demissões nem repressão policial. Já temos motoristas e cobradores presos e não aceitamos isso. Contamos com o apoio dos estudantes organizados e de vários sindicatos em todo país. A Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco já declarou apoio ao movimento paredista e o protesto agendado para hoje vai se somar à luta dos Rodoviários.
Afirmamos que negociação salarial se faz entre as partes e não por imposição judicial. E a parte que representa politicamente os rodoviários é a Oposição CSP/Conlutas e não a atual direção do sindicato.
Exigimos de Eduardo Campos que abra realmente uma negociação com a Oposição CSP/Conlutas. A reunião de ontem que aconteceu no TRT antes do Dissídio Coletivo foi apenas para comunicar o que ia ser levado para julgamento, desconsiderando a contraproposta da CSP/Conlutas e da maioria da categoria. Preferiram negociar com Patrício Magalhães, atual presidente do sindicato, que não representa mais os rodoviários. Ele pode até ter ainda a jurisprudência desse pleito, mas os rodoviários não aceitam mais que esse senhor, que está há mais de 30 anos na direção, fale em nosso nome.
Chamamos por fim a toda população para manifestar apoio aos rodoviários, pois essa luta é de todos. Enviem manifestações pelo facebook ou twitter com a hashtag #SomosTodosRodoviarios. Enviem email para o Gabinete do governador (governo@governadoria.pe.gov.br) ou liguem para lá (81) 3181-2207 para exigir de Eduardo o fim desse impasse. A bola está com o governo. Estamos dispostos negociar.
- 33% de reajuste salarial
- Aumento do ticket para R$ 300
- Recontratação do demitidos políticos
- Estabilidade para todos por 3 meses após a greve
- Plano de Saúde para todos
- Não desconto dos dias parados
- Liberdade aos presos políticos
Aldo Lima – Oposição Rodoviária CSP/Conlutas
Recife, 03 de julho de 2013
Blog do Jamildo
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