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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Motoristas e cobradores fizeram paralisação parcial no Grande Recife


Créditos: Diego Nigro/JC Imagem

A sexta-feira (31) começou com a paralisação parcial de motoristas e cobradores de ônibus no Grande Recife. Conforme prometido pelos dois grupos que fazem oposição ao sindicato da categoria, os trabalhadores reduziram a forma de trabalho. Das 6h às 9h10, grupos fizeram piquetes na Avenida Guararapes, na Rua do Hospício, Agamenon Magalhães, nos Terminais do Barro e Tancredo Neves. Apesar do protesto, boa parte dos ônibus circulou pela cidade, com alguns pontos de estrangulamento.


Manifestantes paralisaram os ônibus e ficaram exibindo faixas em cima da Ponte Duarte Coelho e na Rua do Hospício, que são pontos mais movimentados da cidade. Passageiros revoltados com o movimento reclamavam com os rodoviários em protesto. "Eu sei que em uma hora dessas isso não deveria estar acontecendo. Tá atrapalhando muita gente, arriscando a nossa vida, andando pelo meio da rua, isso naõ existe", criticou a passageira Fabiana da Silva Rodrigues.

Numa confusão generalizada, motoristas, cobradores e pedestres passaram a discutir fortemente. Um motorista chegou a ser ameaçado de morte. Por isso, a Polícia Militar tentou intervir, mas não conseguiu encerrar a manifestação naquele momento.

Houve informação de paralisações nos Terminais Integrados Tancredo Neves e Barro. Em Tancredo Neves, a rua em frente ao terminal ficou completamente obstruída pelos ônibus. O engarrafamento chegou a refletir diretamente na Avenida Recife, que é ligada ao TI pelo Viaduto Tancredo Neves. Os manifestantes ficaram impedindo a saída dos ônibus. Na Avenida José Rufino não apareceram ônibus no início da manhã. Na Cruz Cabugá, os coletivos chegavam e retornavam de lá, para não encarar o engarrafamento na região central.

No Terminal da Macaxeira, foi registrado um alto intervalo entre chegada e saída dos ônibus. "Eu já estou aqui há 45 minutos e o Barro/Macaxeira não chega. Eu sei que a manifestação é justa, mas a gente é que fica na mão", disse a passageira Laudenize. Outra passageira, Alessandra, disse que devia ter chegado ao trabalho havia duas horas. "Os ônibus não estavam chegando e quando chegou, aconteceu um tumulto, um empurra-empurra e eu não consegui entrar no ônibus. Ninguém tá respeitando ninguém", disse a passageira.

A estratégia era parar os coletivos em cima da ponte, esperar acumular o máximo de ônibus para, só então, liberar aos poucos a via. O piquete se iniciou na Ponte Duarte Coelho e se formou um engarrafamento na Avenida Guararapes. Porém, os ônibus que são obrigado a passar pela Guararapes estão desviando na fila de veículos, tomando saídas alternativas.

Por conta dessa ação, vários passageiros desceram dos coletivos e seguiram para o trabalho a pé. A maioria reclama da paralisação feita pelos motoristas e cobradores. "Pedimos desculpas aos usuários, mas estamos protestando contra um abuso. O atual presidente do Sindicato dos Rodoviários (Patrício Magalhães) está no cargo há 33 anos e não faz nada pela categoria", disse Roberto Torres, um dos representantes da oposição, em entrevista ao programa Redator de Plantão, da Rádio Jornal.

O presidente Patrício Magalhães falou à imprensa na manhã desta sexta e desqualificou completamente a manifestação. "Esses que estão fazendo a mobilização não são rodoviários, eles não são daqui. A frota está 100%. Esse pessoal é de São Paulo e querem fazer uma bagunça aqui. Eles estão alegando que o sindicato não fez o edital para convocar as eleições. (...) Nós fizemos tudo que a lei manda, teve tempo e divulgação. Eles não podem participar se não forem filiados, eles ficam insultando", declarou Magalhães.

Outro líder de oposição, Aldo Lima, não conseguiu ter sua candidatura registrada a tempo de participar do pleito. "Vamos continuar com o movimento até as 10h e esperamos que o Ministério Público tome as providências para garantir nossas eleições democráticas. É a nossa única reivindicação para acabar com essa ditadura", declarou Aldo. Ele ainda disse que, caso a paralisação de hoje não surtisse efeito, outras manifestações seriam realizadas nos próximos dias.

No outro lado da moeda, o presidente da Urbana, Sindicato dos Donos de Empresas de Ônibus, Fernando Bandeira, declarou apoio ao presidente dos Rodoviários e informou que poderá haver demissões aos que participarem da mobilização. "Esse grupo é muito pequeno, que tende a fazer tumulto e quer tomar conta do sindicato. Se tem diferenças com a atual gestão do sindicato, tem que resolver isso no voto. Não se pode prejudicar uma população. Já falei com meus colegas empresários para demitir os funcionários que forem pegos nesse protesto", comentou Bandeira, em entrevista à Rádio Jornal. O dirigente convocou a PM a fazer uma intervenção que encerre as manifestações pontuais.


JC Online

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