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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ônibus da Zona Norte do Recife mudam de cor em teste de padronização

Créditos: Lucas Silva/Facebook


Usuários de ônibus da Região Metropolitana do Recife vêm notando que alguns coletivos têm passado por mudanças estéticas nos últimos dias. Algumas das linhas, que geralmente são reconhecidas pela cor da empresa de transporte, passam por um processo de descaracterização das cores habituais e estão circulando na cor branca.

Esse processo, segundo o Consórcio Grande Recife, é apenas um teste para unificar a estética dos ônibus no Recife. De acordo com Vidal Freitas, coordenador de Operação da Empresa Pedrosa, a alteração integra o processo para o novo padrão do Consórcio Capibaribe – lote que engloba as empresas Transcol, Globo e Pedrosa -, definido em maio. Todas essas linhas atendem a Zona Norte do Recife.

Ainda segundo Vidal, a Pedrosa adquiriu 22 ônibus desde a licitação e os novos carros estão rodando desde a segunda quinzena de julho. Segundo ele, no último dia 1º de agosto, todos os ônibus comprados pela Pedrosa estavam circulando e, em até sete anos, todos os 140 coletivos da empresa deverão circular com o novo padrão. “Existem regras no Grande Recife Consórcio e podemos utilizar durante sete anos os ônibus antigos. Ao longo do período, os coletivos da frota passarão por processo de pintura, passando a operar na cor branca”, explica Vidal. “Antigamente, existia uma permissão para as empresas rodarem. Hoje é feita a licitação, na qual o Consórcio Capibaribe passa a operar no mesmo padrão de cores”, explica o coordenador de Operação da Pedrosa.

A padronização dos ônibus da Região Metropolitana do Recife pode apresentar benefícios estéticos para o transporte público, mas também pode prejudicar alguns passageiros, principalmente aqueles que não sabem ler. De acordo com o último censo do IBGE, realizado em 2010, Recife tem cerca de 100 mil analfabetos. Saber ler e escrever é um dos requisitos para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), logo, boa parte dos analfabetos da cidade depende do transporte público para realizar suas atividades cotidianas. Para Vidal, é só uma questão de adaptação e, aos poucos, todas as empresas irão mudar. “Aos poucos as pessoas irão se acostumar, sobretudo porque não houve mudança em nenhum código ou nome da linha”, afirma Vidal.

O aposentado Cícero Silva, 78 anos, não é analfabeto, mas afirma que as mudanças na estética dos ônibus o prejudicarão. Com dificuldade para enxergar, ele reconhece o ônibus que pega para a PE-15 pela cor e fica atento ao ver qualquer veículo azul se aproximar da sua parada. Também usuária de ônibus, a supervisora de call center Denniely Mendes acredita que a mudança é desnecessária e que dificultará o reconhecimento dos ônibus pelos passageiros - argumenta que a forma e as cores do veículo são a primeira forma de reconhecimento de qualquer um.

Sobre os testes, o Grande Recife Consórcio de Transportes afirma que não irá se pronunciar. O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado (Urbana–PE) informa que estão sendo realizados testes para novo padrão visual e que o resultado será apresentado em breve.

NE 10

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