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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Atrasadas desde novembro, obras dos TIs da Caxangá não têm previsão de conclusão

Créditos: Lorena Barros/JC Imagem

Duas construções ao longo da Avenida Caxangá chamam a atenção dos que trafegam pela via diariamente: a primeira nas imediações do cruzamento com a Avenida General San Martin, no bairro do Cordeiro, e a segunda no cruzamento com a BR-101, na Várzea. As obras, dois terminais integrados que fazem parte do corredor Leste/Oeste do BRT, estão em construção desde 2013, quando foram aprovadas pelo ainda governador Eduardo Campos. O investimento inicial da obra era de R$ 18 milhões e os terminais deveriam, juntos, beneficiar mais de 90 mil passageiros diariamente, mas os atrasos já ultrapassam três meses.

Segundo o site da Secretaria das Cidades, o TI Perimetral III é construido em uma área de dois mil metros quadrados e terá onze linhas, que deverão beneficiar moradores de bairros como San Martin, Av. do Forte, Sítio das Palmeiras, Roda de Fogo, Torrões, Monsenhor Fabrício, Engenho do Meio, Barbalho e Torre; já o TI Perimetral IV, terá o mesmo número de linhas e atenderá a bairros como Cidade Universitária, Brasilit, Jardim Primavera, Tabatinga, UR -07, Loteamento Cosme e Damião e Timbi. No esboço, mais dois terminais para alimentar a Avenida Caxangá, nas placas, assim como nas construções, prazos atrasados e nenhum funcionário trabalhando nas obras.

Os dois terminais já têm entrada e paradas sinalizadas, mas parecem abandonados. Nas duas construções, só um funcionário estava presente: o segurança que impedia a invasão da obra. O prazo inicial de entrega era de novembro de 2014, mas segundo a comerciante Antônia Fernandes de Oliveira, de 47 anos, que trabalha em frente à construção do III Perimetral, esse foi o período no qual os trabalhadores "abandonaram" a construção.

"Faz uns três meses que a movimentação parou totalmente, antes nesse terreno tinha um banco, mas desde 2013, quando começaram as obras, o movimento daqui caiu... Trabalho aqui há quase 20 anos e alguns fiscais da Prefeitura chegaram até a querer tirar as nossas barracas". Antônia afirma que os comerciantes, ameaçados de perder seus pontos de venda, protestaram e se reuniram com a Prefeitura. Nesta reunião, a possibilidade de trabalhar dentro do terminal foi apontada, mas nada foi concretizado.

As obras do IV Perimetral atingem também a Rua Emiliano Braga, uma via paralela da Avenida Caxangá, localizada nos fundos da obra. Rota de escolas, o local tem entulhos, buracos e lama, oferecendo risco aos que precisam caminhar no local. Por ser uma rua sem saída, os carros ficam estacionados dos dois lados da via. A aposentada Cláudia Silva, de 70 anos, precisa passar pelo local com frequência e afirma que a travessia é difícil: "sempre tenho medo de cair e preciso pedir a ajuda dos outros para subir na calçada".

De acordo com a Secretaria de Cidades, reuniões estão sendo realizadas com os consórcios responsáveis pelas obras e ainda não há um prazo estabelecido para a entrega dos terminais da Perimetral III e Perimetral IV. A única obra que compõe o corredor Leste/Oeste do BRT que tem prazo de entrega definido é a do Túnel da Abolição, localizada no bairro da Madalena, Zona Norte do Recife. Com um ano de atraso, o túnel deverá ser entregue no mês de março. 


CORREDOR LESTE/OESTE - Os dois terminais fazem parte das obras do corredor Leste/Oeste, que vai do município vizinho de Camaragibe ao bairro do Derby, região central do Recife. Toda a obra, idealizada para a Copa do Mundo de 2014, está orçada em R$ 145 milhões e ainda não há previsão para o seu funcionamento completo.


NE 10/TV Jornal

Caruaru: AETPC entrega planilha ao prefeito justificando novo aumento nas passagens dos coletivos

Créditos: Almir Correia/Ônibus Brasil


A Associação das Empresas de Transportes de Passageiros de Caruaru protocolou na manhã dessa quinta-feira (05) junto ao gabinete do prefeito José Queiroz a nova planilha de custos operacionais para um possível reajuste na tarifa do transporte coletivo na cidade. A ação ocorre devido a necessidade de equilibrar o sistema no município, já que uma série de fatores contribui para esse desequilíbrio e deixa as empresas numa delicada situação financeira.


De acordo com o diretor Institucional da AETPC, Ricardo Henrique, durante quase quatro anos o preço das passagens ficou congelado na cidade. Segundo ele, o acúmulo de anos sem o reajuste, gerou o aumento de R$ 1,80 para R$ 2,10. Por esse motivo, se faz necessária a revisão da tarifa a cada ano, para evitar que o repasse para a população seja motivo de reclamação, como em 2014.


“Vale salientar que ano passado, o preço do valor da passagem, após 42 meses sem aumento, foi definido em R$ 2,30, mas por deliberação da própria AETPC, ficou decidido por R$ 2,10, justamente para evitar maior prejuízo junto a população. Com a planilha fica clara a necessidade do novo reajuste”, garante.

Ele lembrou ainda que durante os 42 meses houve o reajuste em todos os insumos que fazem parte do Transporte Coletivo, enquanto o valor da tarifa seguia sem alteração. “O combustível é um exemplo disso e mais um aumento ocorreu essa semana. A planilha de custo operacional, adotada pela Destra, é composta por tudo que se paga, para o serviço funcionar e que esse custo é medido mensalmente. Na mesma são analisados fatores como a quilometragem percorrida, quantidade de passageiros transportados, quantidade de veículos e também o ano dos mesmos, além dos impostos. Para ficar claro, na média nacional, os custos da tarifa são feitos da seguinte maneira: 29,4% mão de obra, 23% óleo diesel, 21,1% impostos, 19,1% veículos e 7,4% outros”, disse.

Após a análise da tarifa chegou-se a conclusão que para equilibrar o sistema, o novo valor da passagem deve ser de R$ 2.53 e a proposta foi encaminhada prefeito José Queiroz. “Chegamos a esse valor pela própria planilha. Precisamos lembrar que durante os 42 meses sem aumento, houve um investimento alto das empresas na frota de Caruaru. Temos hoje mais de 130 ônibus, com mais da metade sendo adaptada para as pessoas com algum tipo de deficiência. Houve uma renovação gradual das empresas e a idade de uso dos veículos diminuiu para 4,5 anos, uma das melhores do Brasil. Além da implantação da bilhetagem eletrônica”, disse.

O diretor da AETPC destacou ainda que um dos fatores que sobrecarrega a fixação do valor da tarifa é a gratuidade, como explica Henrique. “Isso representa 19% do valor na média nacional. Somos a favor de dar direito a quem tem o direito, mas a conta precisa ser paga, as empresas não podem bancar sozinhas todo o ônus gerado ao sistema”, concluiu.

Jornal de Caruaru

Petrolina: Princípio de incêndio em ônibus da Viva Petrolina assusta passageiros na Sete de Setembro

Créditos: Blog do Carlos Britto/Acervo

Um princípio de incêndio em um ônibus da Viva Petrolina, ocorrido na noite de ontem (5), assustou os passageiros que vinham no veículo. O fato aconteceu na Avenida Sete de Setembro, próximo à Delegacia de Polícia Civil do Ouro Preto.

Em nota enviada ao Blog, a diretoria da empresa informou que o ônibus – identificado pelo prefixo 7406 – já foi recolhido e, apesar de não ter sofrido danos significativos, permanecerá fora de circulação para realizar perícia técnica e fornecer os detalhes das causas do incidente. A Viva também ressaltou que o ônibus será substituído a partir de hoje (6).

“O problema foi identificado pelo motorista que, prontamente, providenciou o desembarque dos passageiros e combateu as chamas usando o extintor do próprio veículo. O Corpo de Bombeiros também foi acionado, chegando rapidamente ao local para realizar o rescaldo e permitir que veículo fosse recolhido à nossa garagem em segurança. Agradecemos e parabenizamos nosso motorista Eliel Souza pela sua atuação, bem como ao Corpo de Bombeiros de Petrolina, pela rapidez e prontidão com que nos atenderam”, ressalta a nota da empresa.

Blog do Carlos Britto

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

BRTs saem de cena no Carnaval do Recife por causa do medo de depredações. Só uma linha vai funcionar, parcialmente


Créditos: Helia Scheppa/JC Imagem

O folião praticamente não contará com o BRT (Bus Rapid Transit) neste Carnaval. O sistema sairá quase totalmente de cena por causa da violência. Das cinco linhas em operação, uma funcionará parcialmente. O Corredor Leste-Oeste, que liga Camaragibe ao Centro, irá operar apenas com uma linha até o Derby, área central da capital, e o Norte-Sul, que liga o norte da Região Metropolitana ao Centro, não funcionará. A única linha em operação será a TI Camaragibe-Derby, que levará os foliões até a Estação Derby. O receio de depredações e a dificuldade de área para retorno dos BRTs, veículos compridos – entre 19 e 21 metros – e caros – em média R$ 700 mil – foram as razões para desativar a pequena operação que o sistema vem fazendo no Grande Recife desde junho.

De forma geral, os BRTs irão estar nas ruas apenas até a sexta-feira (13), às 20h. A exceção será a linha de Camaragibe até o Derby que funcionará até as 14h do Sábado de Zé Pereira, ajudando o metrô do Recife no transporte dos foliões para o desfile do Galo da Madrugada. Essa linha será mantida durante todo o Carnaval, mas sempre até a Estação Derby. Para compensar o transtorno que será causado aos quase 60 mil passageiros que hoje usam o Via Livre, o Grande Recife Consórcio de Transporte estará reforçando a frota das linhas convencionais e até reativando outras que eram operadas apenas pelos BRTs.

“O folião não deve se preocupar porque não faltará ônibus. Ele poderá ir e vir do Carnaval no transporte público sem dificuldade. Avaliamos a necessidade de manter a operação do BRT e decidimos por preservar apenas a linha até o Derby. Tememos as depredações, é verdade, não só dos veículos, mas também das estações. Mas, não é só a segurança que pesou. A questão operacional também, já que, devido às interdições para a folia, o BRT não conseguirá chegar às estações”, argumentou o diretor de operações do Grande Recife Consórcio, André Melibeu.

O Corredor Norte-Sul será o mais afetado porque não terá nenhuma das duas linhas operando. Até as 20h da sexta-feira os BRTs farão o embarque e desembarque na Estação 13 de Maio e retornarão a partir da Estação Riachuelo. A partir daí deixam de rodar. Na avaliação do Grande Recife Consórcio, o risco de manter a operação do Norte-Sul no Carnaval seria ainda maior porque os veículos teriam que passar por Olinda para chegar ao Centro do Recife. “A demanda é muito baixa depois do Galo da Madrugada. Fizemos uma análise de outros carnavais e verificamos que não justificava manter a operação do corredor. Além de que o BRT é um sistema diferenciado, que precisa das estações em funcionamento. Não é como os ônibus comuns, que embarcam e desembarcam em qualquer lugar”, argumentou Melibeu.




JC Online

Após reunião, metroviários decidem paralisar atividades

Créditos: @jonasrramos/Twitter

Os metroviários da Grande Recife decidiram, em reunião na tarde desta quinta-feira (6), não trabalhar durante o jogo desta noite, entre Náutico e Salgueiro, na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. A medida foi tomada por segurança, após fim de semana de depredações e violência. O modal é essencial para os torcedores que querem chegar ao estádio de ônibus.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metroviários, Diogo Moraes, as estações começarão a ser fechadas no fim desta tarde, por volta das 16h40, e só reabrirão normalmente nesta sexta-feira (6), às 5h.


Os trabalhadores se encontraram com representantes da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Polícia Militar na Estação Recife, no Centro da capital pernambucana, para analisar o plano montado pela corporação para garantir a segurança nas estações. O planejamento não satisfez as reivindicações dos metroviários.


Vinte e cinco policiais militares foram disponibilizados para fazer a segurança de 37 estações, número que não agradou a categoria. Segundo a PM, grupos de três a sete policiais estariam em patrulha na área externa nos locais onde o reforço fosse solicitado pela CBTU, desde o fim da tarde até a meia-noite.

Os trabalhadores também reivindicavam a presença de policiais nas plataformas, além da área externa. A PM não atendeu à solicitação, colocando um oficial para o monitoramento de plataformas e trens através das câmeras do próprio metrô. Esse oficial seria responsável por acionar a patrulha em situações de risco.

Após um sábado (31) de confusão entre torcedores do Santa Cruz e Sport, para o jogo no Arruda, e quebra-quebra nas estações e trens, os metroviários decidiram paralisar as no domingo (1º). Dois trens tiveram as janelas quebradas e precisaram ser recolhidos para manutenção. A CBTU afirmou que apoia a decisão do sindicato da categoria por não ter condições de oferecer segurança. A violência em dias de jogos é uma reclamação antiga da categoria.

NE 10

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Com frevo e serpentinas, ônibus do Recife circula em clima de Carnaval

Créditos: Lorena Barros/JC Trânsito

“Quem tá feliz vai dar um grito quando eu tocar a corneta!”. Essa é uma das frases que embala as viagens de um dos ônibus da linha Alto Santa Isabel, que sai da Zona Norte do Recife e passa pelo Centro da cidade diariamente. Há 13 anos responsável pela festa em quatro rodas, o motorista Uiraquitan Batista, de 45 anos, já é conhecido pela irreverência na hora de viajar.

Dentro do coletivo, apenas as músicas de frevo – todas selecionadas por Uiraquitan – embalam o trajeto. Segundo ele, os sucessos de Almir Rouche e de Alceu Valença, como o hino do Galo da Madrugada, são os que mais animam o público, que canta junto e transforma o ônibus em um bloco carnavalesco. A afinidade do motorista com as músicas denunciam o seu amor pela folia. Apesar de trabalhar nos dias de folia, Uiraquitan dá um jeito de pular Carnaval todos os anos.


Em datas comemorativas como o Natal, São João e Carnaval, o ônibus que ele dirige pode ser visto de longe. Todo o material de decoração é escolhido pelo motorista, e todos os custos são pagos pela Transcol, empresa responsável pela linha. Este ano, a decoração custou R$ 480 e conta com sombrinhas de frevo, serpentinas, colares havaianos, uma miniatura do Homem da Meia Noite e até mesmo com uma coroa de Rei Momo para compor as fantasias do motorista e cobrador.

Os enfeites já chegaram até a confundir passageiros: “Um dia um senhor pediu parada e, na hora de subir no ônibus, desistiu; perguntei o que houve e ele disse que, como o ônibus estava todo decorado, achava que não estava fazendo o caminho normal”. O motorista afirma que alguns passageiros chegam a ligar para o Grande Recife Consórcio (empresa que administra as linhas de ônibus da RMR) para perguntar sobre o itinerário do “ônibus do frevo”.

Neste período do ano, o motorista realiza três viagens por dia, cada uma com cerca de duas horas. Seu colega de viagens, o cobrador Paulo Henrique de Melo, é novo na linha Alto Santa Isabel e trabalha com Uiraquitan há cerca de dois meses. Ele diz que já conhecia a fama do motorista e que a reação dos passageiros é sempre positiva: “Eles não reclamam, gostam das fantasias e das músicas, já que são animadas e não têm nenhuma letra com palavrões”.

Créditos: Lorena Barros/JC Trânsito

A comerciante Daniele da Costa trabalha diante do terminal da linha e relata que nas redondezas todo mundo conhece Uiraquitan: “Acho a ideia dele muito extrovertida, porque às vezes nós saimos muito cedo pro trabalho ou temos um dia estressante e sempre que entramos no ônibus mudamos de humor”. Ela diz que, mesmo sendo evangélica, gosta muito da ideia de decorar o coletivo para as datas comemorativas.

A dona de casa Ruth Vitorino, de 59 anos, também aprova a decoração e dá “nota dez” ao motorista: “Já andei com ‘Dudu Nobre’ em época de Natal, Carnaval, São João…”. Questionado sobre a semelhança com o sambista Dudu Nobre, Uiraquitan não se faz de rogado. “Ele é que se parece comigo, o famoso aqui sou eu!”, diz, rindo.
Créditos: Lorena Barros/JC Trânsito

No período carnavalesco, o motorista é deslocado especialmente para fazer viagens do Expresso da Folia, que transporta os foliões do Recife e de Olinda dos shoppings para os principais focos de festa. No terminal, passageiros afirmam que alguns, principalmente idosos, pegavam o ônibus de Uiraquitan só para passear pelo Centro e curtir a viagem.

NE 10

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Manifestação de vigilantes paralisa o funcionamento da linha Centro do Metrô

Créditos: Tiago Rodrigues/ComuniQ


Vigilantes terceirizados da empresa BBC Segurança que atuam no Metrô do Recife realizaram uma manifestação na linha férrea de uma das estações da linha Centro no começo da tarde desta segunda-feira (2). Por conta disso, a energia de toda a linha Centro (que comporta os ramais de Camaragibe e Jaboatão) foi cortada por cerca de 50 minutos afetando o funcionamento dos trens. De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o funcionamento foi normalizado por volta das 12h20.

Cerca de 50 trabalhadores foram ao local com cartazes e faixas para reivindicar o pagamento das férias que estão atrasadas desde o mês de outubro, além do ticket alimentação, que eles afirmam não receber há quatro meses. Grupo também bloqueou a Rua Cosme Viana, no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife.

A assessoria da CBTU informou ainda que o contrato com a empresa de vigilância está em dia. Uma comissão de trabalhadores se reunirá com a diretoria da empresa para discutir uma possível solução. A empresa presta serviço para órgãos como o Detran, Grande Recife Consórcio de Transporte e Metrô do Recife.

Confira a íntegra da nota enviada pela CBTU:
Quanto ao movimento de invasão a via permanente do Metrô, informamos que o contrato entre a CBTU e BBC estão com seus pagamentos em dia. Informamos ainda, que a Superintendência convocou o proprietário da BBC para reunião, com objetivo de sanar qualquer pendência entre  a prestadora e seus funcionários, já que a CBTU encontra-se em dia com suas obrigações financeiras e contratuais junto a contratada.

JC Online

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Confira as novidades na frota das empresas pernambucanas em janeiro

O mês de janeiro chegou ao fim e trouxe consigo, ainda que de forma tímida, as primeiras novidades em termos de renovação de frota em 2015. As empresas do Recife decepcionaram mais uma vez, mas as rodoviárias e transportadoras de algumas cidades do interior acertaram o passo e marcaram a renovação no primeiro mês do ano. Confira:

Expresso 1002

Créditos: Jovani Cecchin/Ônibus Brasil

A empresa que liga o Recife a importantes cidades do interior, como Carpina, Limoeiro, Timbaúba e Santa Cruz do Capibaribe, volta a comprar ônibus novos depois de quase um ano, apostando mais uma vez na dobradinha Marcopolo Ideale 770, com chassi Volkswagen 17-230 OD Euro V. O veículo flagrado foi o 2587, e vem pra substituir um Marcopolo Torino ano 2004. Mais novidades são aguardadas em breve.

RCR Locação

Atuando nos setores de fretamento e turismo, a RCR investe mais uma vez na renovação de sua frota, com ônibus Marcopolo Ideale 770. A novidade é a opção pelo chassi OF 1721 L, da Mercedes-Benz, que possui suspensão a ar, sendo o primeiro da RCR com essa configuração.

Créditos: Adenisio Ferreira/Ônibus Brasil

Coletivos São Cristóvão (Garanhuns)

A aquisição que mais chamou atenção no mês sem dúvidas foi a da Coletivos São Cristóvão, empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade de Garanhuns, no agreste do estado. Trata-se das primeiras unidades do modelo Caio Apache VIP IV, lançado em outubro do ano passado, a chegarem para o estado. Encarroçados sob o chassi Mercedes-Benz OF-1519 Bluetec 5, alguns dos ônibus novos ainda surpreendem por serem equipados com ar condicionado.

Créditos: Lucas Borges/Ônibus Brasil

A compra da São Cristóvão segue uma tendência lançada no mercado pernambucano no ano passado: os novos modelos de ônibus chegam ao estado primeiro por empresas do interior, para depois aportarem na capital. Para lembrar, tal fato ocorreu também com o Marcopolo Torino 2014 (lançado no final de 2013), que chegou a Pernambuco pelas mãos da Empresa Bahia de Caruaru, em maio do ano passado. O mesmo modelo só viria chegar ao Recife em dezembro.

Créditos: Lucas Borges/Ônibus Brasil

Linhas férreas ocupadas de forma irregular no Agreste

Créditos: Michelle Souza/JC Imagem


As estações de trem de Caruaru, Bezerros e Gravatá, no Agreste pernambucano, não têm mais o entra e sai de passageiros que, no passado, eram transportados pela Linha Tronco Centro. Mas continuam de portas abertas, com atividades culturais. Se as edificações estão preservadas, apesar das descaracterizações para receber novos usos, o mesmo não se pode dizer das estradas de ferro. Os trilhos estão sumindo nas três cidades, seja por ocupações irregulares ou aterrados para dar lugar a carros.

Em Caruaru, pedaços da linha férrea por onde os trens de carga levavam até a capital a produção econômica da região – tabaco, mandioca, algodão e couro – encontram-se sob o piso de casas construídas ou em construção no bairro Cajá. Moradores informam que os imóveis pertencem a famílias pobres e sem condições de pagar aluguel. Segundo eles, trilhos arrancados foram reutilizados em lajes e colunas de moradias. Alguns servem de passarela entre as casas.

“Todo dia passava trem de passageiro e de carga aqui em Caruaru, mas desmantelaram tudo e ficou essa bagunça, com casas em cima da linha e trilhos cobertos com asfalto, para as pistas de carro”, declara Maria Júlia da Silva, 64 anos, moradora da cidade. “Nunca andei nas locomotivas, mas via as máquinas circulando perto da minha casa. Acho que as linhas deviam ser reativadas. Caruaru ficou um deserto sem os trens”, diz.

Operador de máquinas aposentado, João Costa da Silva, 71, lamenta o desmonte da ferrovia. “Desativar as linhas foi a maior covardia com o povo, isso não era para estar se acabando desse jeito. Quando as cargas deixaram de ser transportadas por trem, que é um serviço mais barato, o preço de tudo subiu. Hoje, tem lugar que não se sabe mais onde ficava a linha”, destaca João.

Na cidade de Bezerros, os trilhos próximos da estação estão parcialmente soterrados ou servem de estacionamento. Um trecho da linha, junto da ponte férrea sobre o Rio Ipojuca, está destruído e pendurado. “A estação é o patrimônio que sobrou em Bezerros, arrancaram muitos trilhos”, diz o ferroviário aposentado Paulo Pedro da Silva, 66. Ele trabalhou por 21 anos e cinco meses para a RFFSA, na manutenção da via.

Paulo mora na antiga casa do chefe da estação, defronte ao prédio da esplanada. “Comprei da Rede Ferroviária, a empresa vendeu casa em várias cidades. Nunca esqueço essa parte da minha vida, toda vez que olho o prédio da estação, tenho recordações. Não progredi para uma função melhor, porém gostava do meu trabalho. Minha maior alegria seria a volta do trem, mas não tenho esperanças”, afirma.

A linha férrea de Gravatá está tão maltratada quanto as ferrovias de Caruaru e Bezerros. Partes dos trilhos e dormentes são ocupados com lava a jato, estábulo e depósito de lixo. Junto da estação, cimento, pedra e mato escondem a via. Moradores das proximidades aproveitam para queimar lixo sobre os trilhos.

Responsável pelas linhas de Caruaru e Gravatá, a Ferrovia Transnordestina Logística (concessionária do serviço público de transporte de carga) informa que vem adotando medidas judiciais nas localidades, para coibir as ocupações ilegais. O trecho de Bezerros, de acordo com a empresa, foi devolvido à Rede Ferroviária.

Na herança do patrimônio ferroviário, destino melhor teve o prédio da Estação de Gravatá, inaugurado em 1894 e desde 2002 mantido pela Associação de Artesãos da cidade. “É um lugar para a gente expor e vender nossos produtos. Mais de 20 mil visitantes já assinaram o livro de presença”, diz José Alberes Vieira. A Estação do Artesão, no Centro, abre todos os dias.

Criada em 2006, a Estação da Cultura de Bezerros (vinculada à Secretaria municipal de Educação) ocupa a esplanada aberta ao tráfego em 1895. Na área da estação funcionam o Memorial do Papangu, com fantasias, máscaras e artefatos ligados à brincadeira, típica do Carnaval do município, e uma escola de música.

O armazém, conjugado com a estação, abriga o Museu da Cidade, montado com objetos doados por moradores antigos, além de um pequeno acervo da RFFSA: telégrafo, bilheteria, farol de locomotiva, lanterna de sinalização, balança de pesar carga, peças de restaurante dos trens. As visitas são gratuitas, de domingo a domingo, incluindo feriados.

Créditos: Michelle Souza/JC Imagem


Construção de 1895, a Estação de Caruaru funcionava como Biblioteca Municipal, mas trocou de uso e virou a sede do Instituto Histórico da cidade, instalado no primeiro pavimento. Um café aberto no pavimento térreo está desativado. A edificação ainda preserva luminárias e esquadrias originais, além das charmosas bilheterias onde se comprava passagem de 1ª e 2ª classe, junto do telégrafo. A prefeitura mantém oficinas e eventos culturais no armazém.

JC Online