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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Modelos de ônibus: Ciferal Líder Turbo Jumbo


Em 1970, ano da famosa Copa do Mundo realizada no México, ano em que o Brasil apresentou ao mundo a sua mais fabulosa seleção, a que marcou o maior número de gols já feitos pela seleção numa copa, os brasileiros ainda viviam numa época de crescimento acelerado da economia. O presidente da República era um militar, o General Emilio Garrastazu Médici, sucessor de Costa e Silva, vítima de um derrame cerebral (AVC, Acidente Vascular Cerebral). O clima estava pesado para quem militava no meio político e era da oposição, principalmente para os que pregavam e defendiam a instalação do comunismo no Brasil. Mas para os brasileiros comuns, 99% na época, a sensação era de um país em crescimento, com múltiplas oportunidades. A economia crescia num ciclo somente visto entre 1957 a 1959, época de JK. A crise econômica por causa da crise do petróleo só viria a partir de 1973. 


Créditos: Mobilidade em Foco/Acervo

No setor de transportes estava ocorrendo uma rápida transição, com o fim de carros do padrão “Aero Willys” para o padrão dos carros compactos e econômicos, como o Corcel, o Fusca, TL, Variant, apenas pra citar alguns. Nos caminhões, o mercado decretava a “morte lenta” dos veículos com motor a gasolina e o nascimento dos motores diesel como líderes de mercado. Tanto é que em 1968, com o Mercedes-Benz L-1111 a marca de origem alemã ultrapassou de vez os Ford F-600 e Chevrolet C-65, até então líderes em vendas entre os caminhões. No segmento dos caminhões pesados a Scania se estabeleceu de vez como líder de mercado, com os seus L 75, L 76, L 100, L 110. Depois vinha a FNM e a Mercedes com os LP-1520
Entre os ônibus a Mercedes-Benz, assim como nos caminhões, com os seus famosos modelos monoblocos, assumia de vez a liderança de mercado. Como fornecedora de chassis médios, então, tinha mais de 70% do mercado.

Créditos: Mobilidade em Foco/Divulgação

Mas o Brasil é um país continental, de distâncias enormes e as linhas de ônibus, com a abertura de mais e mais estradas, cada vez ficavam mais longas. Afinal, o lema do governo federal, em 1970, era: “Governar é abrir estradas”.

Para as linhas de ônibus mais longas, o mercado passou a se pautar por veículos mais potentes. Veículo potente, naquela época atendia por um nome, Scania. Chassi pesado era Scania. Assim como chassi médio era Mercedes.

Em 1968 a Scania tinha lançado um chassi revolucionário, que a fez se distanciar dos demais concorrentes quando o assunto era chassi pesado. Tratava-se do chassi B 110, com inúmeras inovações, como freio de estacionamento mais moderno, suspensão pneumática traseira e um motor com uma potência incrível pra época, 285 cv. Tratava-se de um moderno motor de 10 litros, posição dianteira no chassi, com sistema de injeção mecânica direta, turboalimentado e caixa de câmbio de cinco marchas a frente, todas sincronizadas. Em relação ao chassi anterior da Scania, o B 76, lançado em 1962, que tinha 195 cv de potência, o B 110 deu um salto notável. 

Um grande chassi exige uma carroçaria de ponta, que sirva pra seduzir os passageiros nas rodoviárias e trazer retorno financeiro a empresa e ganho de imagem institucional perante clientes ativos e potenciais. A Viação Cometa, já naquela época, considerada o “suprasumo” entre as empresas de ônibus pelos seus “carrões”, alguns importados, como os GM Coach, simpatizou com um projeto novo da encarroçadora Ciferal. Era nada mais nada menos do que o primeiro ônibus fabricado no Brasil cuja carroçaria tinha 2,60 metros de largura. Até então todas as carroçarias tinham 2,40 metros de largura. Uma largura maior no salão de passageiros permite a instalação de poltronas mais largas, de corredores 
com maior espaçamento. Resumindo, mais conforto para os passageiros. 

O novo modelo da Ciferal era o Líder “Turbo Jumbo”. E a Cometa foi a primeira empresa do Brasil a utilizar nas suas linhas essa nova carroçaria com 2,60 metros de largura, padrão até hoje no mercado. Os novos ônibus foram montados sobre chassis Scania B 110. Sua viagem inaugural foi em 1970 na linha São Paulo x Campinas. Com 41 assentos e suspensão traseira a ar, o novo ônibus foi um sucesso de mercado nos anos 70. Grandes empresas como a Cometa e a Itapemirim utilizaram o veículo em linhas de média e grande distância, tanto na configuração de salão de passageiros leito quanto convencional.

Mobilidade em foco

Um comentário:

  1. Boa tarde.

    A matéria tem como fonte a fan page no facebook Mobilidade em foco, porém a matéria foi copiada do Portal Ônibus Paraibanos e seria bom se os créditos fossem dados a eles também. Fato que caracteriza isso é a segunda foto que não consta no original, somente no portal. Não nos preocupamos que as matérias sejam reproduzidos em site algum, mas que os créditos sejam dados certos.

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