Créditos: Roberta Soares/Blog De Olho no Trânsito |
Primeiro, eles se incorporaram às paradas de ônibus, depois invadiram
as estações e as composições do metrô do Recife. Não satisfeitos, os
ambulantes continuam avançando sobre o transporte público de passageiros
da Região Metropolitana e, agora, chegaram ao BRT (Bus Rapid Transit),
sistema que sequer opera integralmente. Já é possível ver inúmeros
vendedores informais circulando livremente nos ônibus e estações dos
Corredores Norte–Sul e Leste–Oeste, que representam no Grande Recife o
modelo de transporte difundido no mundo, a partir da cidade de Curitiba
(PR), como confortável e moderno. E totalmente desassociado da imagem de
comerciantes de pipocas, bombons, chocolates e água vendidos no seu
interior.
Os ambulantes entram e saem dos imponentes veículos de BRT, assim
como circulam livremente pelas estações de embarque e desembarque do
sistema – as únicas refrigeradas do Brasil, vale ressaltar. Pelo menos
por enquanto, não sofrem qualquer tipo de restrição, seja dos operadores
das estações ou dos motoristas dos veículos. Nem mesmo a proibição de
atividades de vendedores e pedintes, exposta num adesivo colado na parte
dianteira dos BRTs, os intimida. Sentem-se à vontade. Aliás, ficam à
vontade mesmo. Conversam não só com os clientes, mas também com os
operadores das estações. Anunciam a mercadoria, quase sempre com
promoções “especiais” para os passageiros do BRT. Vendem pipoca,
chocolate, bombons e água. Os passageiros compram aos montes.
Percebe-se que, de forma geral, gostam de ter a opção de um lanchinho para tornar a viagem mais agradável e rápida. No Corredor Norte–Sul, os vendedores circulam entre as estações Tacaruna e Dantas Barreto, na área central do Recife. Não esticam a viagem até os Terminais Integrados da PE–15 (Olinda) e Pelópidas Silveira (Paulista) porque a ausência de estações do BRT em funcionamento não compensa. No Corredor Leste–Oeste, o movimento se dá entre as estações Guararapes e, principalmente, Derby. Alguns esticam o percurso um pouco pela Avenida Caxangá, Zona Oeste do Recife, já que o sistema tem uma operação maior do que no Norte–Sul.
Percebe-se que, de forma geral, gostam de ter a opção de um lanchinho para tornar a viagem mais agradável e rápida. No Corredor Norte–Sul, os vendedores circulam entre as estações Tacaruna e Dantas Barreto, na área central do Recife. Não esticam a viagem até os Terminais Integrados da PE–15 (Olinda) e Pelópidas Silveira (Paulista) porque a ausência de estações do BRT em funcionamento não compensa. No Corredor Leste–Oeste, o movimento se dá entre as estações Guararapes e, principalmente, Derby. Alguns esticam o percurso um pouco pela Avenida Caxangá, Zona Oeste do Recife, já que o sistema tem uma operação maior do que no Norte–Sul.
A presença dos ambulantes, como esperado, tem gerado polêmica.
Passageiros e operadores se dividem sobre o comércio informal. Alguns
defendem o direito de trabalhar dos vendedores, enquanto outros afirmam
que, em pouco tempo, caso nada seja feito, a desordem irá predominar
porque eles irão se multiplicar. A passageira Irani dos Santos, que
todos os dias vai e volta do trabalho de BRT, foi uma das que saiu em
defesa do comércio informal. “Eles não incomodam. Acho até bom porque às
vezes chegamos na estação com fome. Só defendo que não haja bagunça nem
sujeira. Se eles forem organizados, tudo bem”, afirmou à reportagem
logo após comprar um chocolate do ambulante Marcílio Jovêncio, que
migrou dos ônibus convencionais para o BRT.
O vendedor, inclusive, chamava atenção pela elegância e educação com
os clientes. “Nós só queremos trabalhar. Comercializo nos coletivos há
muito tempo e todos gostam. Sou muito conhecido. Não faço sujeira, nem
deixo meus clientes fazerem. Precisamos de trabalho. Sustento família e
pago contas com o que ganho. Queremos que o Grande Recife Consórcio nos
dê uma oportunidade, faça um cadastramento, coloque um fardamento, por
exemplo”, sugere.
Há, entretanto, quem reclame. Um motorista de BRT, que por medo de
represálias não quis se identificar, criticou o comércio ambulante nos
coletivos. “É péssimo. Eles ficam gritando dentro dos ônibus e
atrapalham nossa concentração. O controle da entrada tinha que ser feito
na estação. Nós, motoristas, não temos como evitar porque nem vemos
quando entram no BRT. Por enquanto são poucos. Mas logo haverá um monte
deles. Veja o que aconteceu com o metrô”, compara. A situação no metrô
fugiu do controle. São tantos ambulantes nas composições e estações que a
sujeira tomou conta de tudo. Há lixo nos trilhos, que atraem pombos e
comprometem a operação.
O Grande Recife Consórcio de Transporte já identificou o problema e
garante estar trabalhando para evitar, principalmente, que os ambulantes
se instalem nas estações do Centro, onde a movimentação acontece.
“Temos conseguido evitar. E estamos planejando ações para tirá-los dos
veículos de BRT. Garanto que não iremos deixar os ambulantes tomarem
conta do sistema”, disse André Melibeu, diretor de operações.
Blog De Olho no Trânsito
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