Créditos: JC Online/Divulgação |
Nos últimos dois anos, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)
gastou, aproximadamente, R$ 1,2 milhões com serviços de manutenção nos
trens que compõem o sistema do Metrô do Recife (Metrorec). O dinheiro,
que poderia ser investido em melhorias no sistema de transporte, foi
utilizado em reparos de vidros de portas e janelas, quebrados em
decorrência de atos de vandalismo. E, de acordo com a CBTU, a tendência é
que esse valor cresça ainda mais, já que o número de casos de
depredação registrados no Metrorec tem aumentado consideravelmente este
ano.
Para se ter uma ideia, só entre os dias 12 e 14 de maio, foram contabilizados 20 vidros de trens quebrados, sendo
18 deles de janelas e 8 de portas. Em apenas três dias, os gastos
totalizaram R$ 22 mil, segundo a CBTU. Pelo menos cinco composições
precisaram ser tiradas de circulação para manutenção.
“Ao cometer esses atos de vandalismo, as
pessoas estão danificando o patrimônio público e também cometendo um
crime contra a população. Cada trem que é tirado de ciculação para
serviços de reparo fica parado por aproximadamente oito horas. Isso
representa, pelo menos, 10 mil lugares a menos para a população em
horários de pico”, explica o gerente de comunicação do Metrorec, Salvino
Gomes, que destaca que os casos mais comuns são apedrejamentos e
chutes.
O que tem chamado a atenção é que as
ações de depredação não se restringem aos dias de jogos, quando
normalmente se registra vários casos de vandalismo. Em dias comuns
também estão sendo contabilizados diversos atos. “Não é só o futebol que
está comprometendo nosso sistema. Não tivemos jogos importantes nesses
últimos dias e várias composições tiveram janelas quebradas e portas
danificadas”, afirma Salvino Gomes.
De acordo com dados divulgados pela
CBTU, no ano de 2013, os prejuízos somaram R$ 500 mil reais. Já em 2014,
o valor subiu para R$ 700 mil reais, um aumento de 40%. Este ano, o
número deve ultrapassar R$ 1 milhão, já que só nos primeiros cinco meses
de 2015 já foram empregados cerca de R$ 400 mil com esse tipo de
manutenção. “Se o valor continuar crescendo, a circulação dos trens pode
ficar comprometida, pois não vamos dispor de uma frota de segurança,
que são aqueles trens que eventualmente entram para dar a assistência
necessária para a população”, analisa o gerente de comunicação.
As imagens das câmeras de segurança
instaladas na estações do metrô estão sendo coletadas e encaminhadas à
polícia para tentar identificar os responsáveis pelas ações criminosas. A
população também pode ajudar, denunciando casos de vandalismo por meio
da ouvidoria da CBTU, nos números (81) 2102-8580/2102-8556. Não é
preciso se identificar.
SEGURANÇA - Mesmo
depois da morte do músico Jessé de Paula, que foi atingido em março
deste ano por um trem na estação Largo da Paz, em Afogados, após
ultrapassar a faixa de segurança, os usuários do Metrorec continuam sem
respeitar o limite de distância entre o passageiro e a composição
estabelecido pela faixa amarela. Na última sexta-feira (15), a
reportagem do JC esteve na Estação Central do Metrô e flagrou dezenas de usuários invadindo o espaço e colocando as próprias vidas em risco.
JC Online
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