O vigia José Antonio Davi, 39, mora em Caetés I, Abreu e Lima, e trabalha no Recife. Do bairro ao Terminal Pelópidas Silveira, em Paulista, ele paga R$ 3,35 (Anel B) para um trajeto de 15 minutos e 9 km. Já a volta custa R$ 2,15 (Anel A), num percurso de 40 minutos do Centro do Recife ao Pelópidas, em 15 km.
No Cabo, a situação se repete. Quem precisa chegar ao Recife pega ônibus até o Terminal Integrado de Cajueiro Seco, em Jaboatão, pagando R$ 3,35. “No entanto, se eu pegar o ônibus pagando a passagem na própria estação de Cajueiro Seco, pago R$ 2,15. Acho injusto”, compara a servidora pública Natália Barbosa, 24.
Ela e José Antônio, como outros passageiros de Abreu e Lima, Paulista, Igarassu e Cabo, reclamam da diferença do preço na passagem em relação à distância percorrida. Em geral, cobra-se o Anel B dos bairros periféricos aos terminais, em trechos de 15 minutos.
Para o especialista em transportes e professor da UFPE, Leonardo Meira, a lógica dos terminais de integração é que o usuário sai do subúrbio e tem acesso a praticamente toda a RMR. Ele não tem como destino final o terminal de integração. Ou seja, quem sai de Igarassu pode ir ao Cabo pagando apenas R$ 3,35.
“O usuário tem uma rede integrada acessível a todos. Antes, quem morava na periferia só tinha à disposição uma linha, geralmente para o Centro. Se quisesse ir a outros lugares, pagava mais de uma passagem, na ida e na volta.”
O argumento é o mesmo do Grande Recife Consórcio. “Em 2004, as linhas de Caetés a Paulista tinham como tarifa o Anel C. Com a extinção desse anel, as linhas 1912 - Caetés I/Pelópidas e Caetés II/Pelópidas passaram a operar com a tarifa mais barata no sentido subúrbio/cidade. Já no sentido cidade/subúrbio, o usuário tem a opção de pagar o Anel A”, informou o órgão.
Leonardo Meira acredita que o ideal seria implantar uma tarifa única para todas as linhas, incluindo aquelas com um itinerário maior.
Diário de Pernambuco
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