Créditos: Lucas Silva/Facebook |
Usuários de ônibus da Região Metropolitana do Recife vêm notando que alguns coletivos têm passado por mudanças estéticas nos últimos dias. Algumas das linhas, que geralmente são reconhecidas pela cor da empresa de transporte, passam por um processo de descaracterização das cores habituais e estão circulando na cor branca.
Esse processo, segundo o Consórcio Grande Recife, é apenas um teste
para unificar a estética dos ônibus no Recife. De acordo com Vidal
Freitas, coordenador de Operação da Empresa Pedrosa, a alteração integra
o processo para o novo padrão do Consórcio Capibaribe – lote que
engloba as empresas Transcol, Globo e Pedrosa -, definido em maio. Todas
essas linhas atendem a Zona Norte do Recife.
Ainda segundo Vidal, a Pedrosa adquiriu 22 ônibus desde a licitação e
os novos carros estão rodando desde a segunda quinzena de julho.
Segundo ele, no último dia 1º de agosto, todos os ônibus comprados pela
Pedrosa estavam circulando e, em até sete anos, todos os 140 coletivos
da empresa deverão circular com o novo padrão. “Existem regras no Grande
Recife Consórcio e podemos utilizar durante sete anos os ônibus
antigos. Ao longo do período, os coletivos da frota passarão por
processo de pintura, passando a operar na cor branca”, explica Vidal.
“Antigamente, existia uma permissão para as empresas rodarem. Hoje é
feita a licitação, na qual o Consórcio Capibaribe passa a operar no
mesmo padrão de cores”, explica o coordenador de Operação da Pedrosa.
A padronização dos ônibus da Região Metropolitana do Recife pode
apresentar benefícios estéticos para o transporte público, mas também
pode prejudicar alguns passageiros, principalmente aqueles que não sabem
ler. De acordo com o último censo do IBGE, realizado em 2010, Recife
tem cerca de 100 mil analfabetos. Saber ler e escrever é um dos
requisitos para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), logo,
boa parte dos analfabetos da cidade depende do transporte público para
realizar suas atividades cotidianas. Para Vidal, é só uma questão de
adaptação e, aos poucos, todas as empresas irão mudar. “Aos poucos as
pessoas irão se acostumar, sobretudo porque não houve mudança em nenhum
código ou nome da linha”, afirma Vidal.
O aposentado Cícero Silva, 78 anos, não é analfabeto, mas afirma que
as mudanças na estética dos ônibus o prejudicarão. Com dificuldade para
enxergar, ele reconhece o ônibus que pega para a PE-15 pela cor e fica
atento ao ver qualquer veículo azul se aproximar da sua parada. Também
usuária de ônibus, a supervisora de call center Denniely Mendes acredita
que a mudança é desnecessária e que dificultará o reconhecimento dos
ônibus pelos passageiros - argumenta que a forma e as cores do veículo
são a primeira forma de reconhecimento de qualquer um.
Sobre os testes, o Grande Recife Consórcio de Transportes afirma que
não irá se pronunciar. O Sindicato das Empresas de Transportes de
Passageiros no Estado (Urbana–PE) informa que estão sendo realizados
testes para novo padrão visual e que o resultado será apresentado em
breve.
NE 10
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