Quando se fala sobre ônibus em Pernambuco no século passado, logo surge o nome de uma empresa: Nápoles. Não é por acaso: surgida entre Recife e Olinda, foi referência em transporte de passageiros, chegando a ser um dos maiores grupos empresariais do Brasil.
A história da Nápoles começa em 1952, quando Marcílio Fillizola ganha o direito de operar uma linha ligando o bairro de Beberibe ao Centro do Recife. A empresa viria a ser fundada oficialmente 8 anos depois, em 1960.
Aos poucos, a Nápoles começa a crescer, operando linhas que ligavam bairros de Olinda e Paulista ao Centro do Recife. Entre os bairros atendidos pela empresa, estavam: Pau Amarelo, Janga, Casa Caiada, Bairro Novo, Jardim Atlântico, e, principalmente, Rio Doce e Maranguape.
A Nápoles ingressa também no setor rodoviário, atuando em ônibus de turismo. A empresa também ganha a concessão da ANTT para operar uma linha interestadual: a Recife X Natal-RN. O grupo também mantinha ligações com empresas na capital potiguar, como a Cidade do Sol.
A pintura da Nápoles também foi marcante: três barcos a vela na cor laranja combinavam perfeitamente com a saia verde que a empresa estampava nos seus ônibus.
Operação
Algumas das principais linhas que foram operadas pela Nápoles:
- Maranguape I
- Maranguape II
- Pau Amarelo
- Pau Amarelo/Varadouro
- Jardim Atlântico
- Rio Doce (Conde da Boa Vista)
- Rio Doce (Princesa Isabel)
- Rio Doce (Príncipe)
- Rio Doce/CDU
- Conjunto Praia do Janga
- Casa Caiada
- Rio Doce/Peixinhos (Municipal de Olinda)
Estrutura e Frota
A garagem da Nápoles era uma das maiores do estado, situada no bairro de Rio Doce, em Olinda. A via que sediava o imóvel foi uma homenagem a empresa: Avenida Nápoles, nome que permanece até hoje.
A frota da Nápoles se mostrou bastante variada ao longo de sua história. Por ser uma empresa de grande porte, sempre investiu em tecnologias modernas para a época, buscando manter sempre um grau de qualidade no serviço prestado. Confira algumas fotos:
Comil Gallegiante - Mercedes-Benz O-371 RS (1995)
Linha: Recife-PE X Natal-RN
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e Catalogação: Guto de Castro
Mercedes-Benz Monobloco O-364 - Mercedes-Benz O-364R
Linha: Recife-PE X Natal-RN
Créditos: Walky Martins do Nascimento/Ônibus Brasil
Mercedes-Benz Monobloco O-364 - Mercedes-Benz O-364R
Linha: Recife-PE X Natal-RN
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e Catalogação: Guto de Castro
Thamco Águia - Mercedes-Benz OF-1115
Linha: -
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e Catalogação: Guto de Castro
Caio Amélia - Mercedes-Benz OF-1115
Linha: -
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e Catalogação: Guto de Castro
Caio Amélia - Mercedes-Benz OF-1115
Linha: -
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e Catalogação: Guto de Castro
Nielson Diplomata 330 - Mercedes-Benz O-364 R
Linha: Turismo
Créditos: Eliziar Maciel Soares/Ônibus Brasil
Busscar Jum Buss 360 - Scania K-113 TL (6x2)
Linha: Recife-PE/Natal-RN
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e catalogação: Guto de Castro
Caio Gabriela - Mercedes-Benz OF-1113
Linha: 992 - Pau Amarelo
Créditos: Diário de Pernambuco/Acervo Digital
Pesquisa e Catalogação: Guto de Castro
Engerauto Transporte II - Ford B-1618 (1995/96)
Linha: 992 Pau Amarelo
Créditos: Ricardo Aparecido Morais/Acervo
Comil Svelto II - Volkswagen 16-210 CO
Linha: 992 - Pau Amarelo
Créditos: Edmilson Bispo
Anos 80 e primeira separação
Em 1987, Marcílio Fillizola resolve deixar a Nápoles e acaba fundando uma nova empresa, a Rodotur. Com isso, a empresa-mãe perde algumas linhas e alguns carros, constituindo-se como a primeira baixa na história da operadora.
Anos 90: crescimento e iníco da crise
Em 1990, é inaugurado em Rio Doce o maior terminal de ônibus de Pernambuco, e que serviria de protótipo para a criação do futuro SEI (Sistema Estrutural Integrado). A Nápoles ganha a concessão da maioria das linhas do novo equipamento, constituindo-se num momento de pequeno crescimento em sua história.
Contudo, essa fase dura pouco. Em 1994, outro racha acontece na Nápoles: Marconi Fillizola deixa a sociedade e funda sua própria operadora, a Cidade Alta. Com isso, a empresa-mãe perde mais algumas linhas e parte de sua frota.
A partir daí, a Nápoles enfrenta o momento mais difícil de sua história. Os investimentos em renovação de frota caem bastante. Com isso, ônibus mais antigos são mantidos em circulação por mais tempo, gerando problemas com a conservação. Passam a ser constantes as quebras e o não-cumprimento de viagens pela empresa.
No final dos anos 90, a linha rodoviária Recife X Natal é vendida para a Progresso. A Nápoles passa, então, a concentrar sua operação no serviço urbano, numa tentativa de restabelecer-se. Contudo, isso não é suficiente para contornar a crise.
Anos 2000 e fim
A Nápoles começa o novo milênio com uma situação bastante problemática: sua frota tinha se reduzido a apenas 34 carros (bem menos que os mais de 200 que a empresa chegara a ter 20 anos antes). Por pressão da EMTU, a empresa passa a arrendar veículos de outras empresas, o que acarreta um aumento de custos.
Até que chega o fatídico dia: em 19 de abril de 2002, 10 anos atrás, a EMTU resolve suspender a operação da empresa por 90 dias, para ela adequar sua frota e colocá-la em condições de uso. Contudo, a crise da Nápoles era um caminho sem volta: com muitos problemas financeiros, a operadora que foi referência no transporte pernambucano nos dá adeus.
As cinco linhas operadas pela Nápoles na época foram divididas entre a Cidade Alta (Pau Amarelo, Pau Amarelo/Varadouro e Pau Amarelo/Bacurau) - que herdou também parte da frota e a garagem - e a Tamará (Rio Doce/CDU e Conjunto Praia do Janga - posteriormente repassada para a Rodotur). Essa notícia, publicada pelo Diário de Pernambuco em seu site, comenta a suspensão da empresa.
Nos restam as lembranças das máquinas da Nápoles cruzando as ruas de Paulista, Olinda e Recife. Sem sombra de dúvidas recordações da melhor qualidade, que os donos fazem questão de guardar para sempre na memória.
Não somente de Paulista mas de Maria Farinha a Recife Viajei ou muito neste percurso ai da Igreja do O em Pau Amarelo ate a Av Jose Augusto Moreira para p Quartel da PE ( Policia de Exercito) realmente da Saudades só nos restam as boas recordações Ha Marcílio e Crenio Filhos Sr Marcílio Filizola Eramos vizinhos La Na Vila Kasa Mar Em Pau Amarelo Paulista PE By Jose Guedes
ResponderExcluirA Nápoles realmente nos deixou saudades! Muito obrigado pela visita José!
Excluireu Francisco Robério Fernandes, eu sou servo de Deus, e me chamavam de irmão eu era do setor de natal, trabalhei 7 anos e 5 meses na empresa napolês fásia a linha natal recife, comecei no inicio de 92 e em 98 a empresa foi vendida para progresso, e passei a trabalhar na progresso e me aposentei na mesma,mais a napolês deixou muita saudade,se os irmãos fosse unido a empresa a inda tava até hoje, cheguei a conhecer seu Murilo velho, e seu Marcondes dondo da emp. cidade alta.a napolês deixou uma historia, a inda guardo lembrança a té hoje.
ResponderExcluirFrancisco, muito obrigado por compartilhar suas lembranças conosco! Realmente, a Nápoles foi um marco tanto no transporte rodoviário como no urbano. Muito obrigado pela visita e pelo comentário! Abraço!
ExcluirPuxa! Não sabia qua a Nápolis tinha encerrado as atividades. Que pena. Boas lembranças e ônibus lotado de Rio Doce/Conde da Boa Vista. Lembro com muita saudade daquele tempo. Me mudei de Olinda a 20 anos e falo pros meus amigos das histórias de Rio doce e vez por outra a Nápolis tá no meio. Uma pena.
ResponderExcluirPois é Tadeu, infelizmente a Nápoles nos deixou há doze anos. Mas ela sempre continuará viva enquanto pessoas como você a tiverem na memória e repassarem as histórias da empresa.
ExcluirAbraço!
infelizmente as pessoas não valorizam as coisas que os pais iniciam isso também aconteceu com a empresa oliveira
ResponderExcluirtenho imensa saudede]! desta empresa maravilhosa,meu falecido pai!trabalhou mais de dez anos,] nela e deixou vários amigos.Deus abençoe a todos,que
ResponderExcluirfizeram desta ]empresa] um ícone.
Zeilton de oliveira barbosa....................................15/04/2014
não vamos esquecer da Machado da Amapá da Rio Pardo da Olindense CTU e Santa Cruz que fecharam suas portas também.
ResponderExcluirÓtimo, a tempo procurava um resumo da historia da Nápoles, fez parte da minha infância, e moro perto da garagem que hoje é da Cidade Alta, vale acrescentar.
ResponderExcluirVcs precisam selecionar melhor os motoristas que trabalham na empresa. Sou usuária dos ônibus que rodam na linha conj praia do janga, onde tem um motorista chamado Leonardo. Ele não devia guiar nem carroça, pois existem leis em defesa dos animais. Mas como não tem leis que proteja usuários de transporte público,nem moramos num país sério, aí colocaram ele nessa. linha! Porque temos leis muito ativas, para os animais, agora para o cidadão!?
ResponderExcluirO que que os animais tem com isso?
ResponderExcluirVc vota?
Cobre dos seu veriador, deputado estadual, federal e senador que fassam leis e aprovem em cada jurisprudencia, agora um animal é uma vida e precisa ser preservada, vc aprenda a votar e defender o seu direito sem comparar com os dos outros. Talvez vc tenha o que merece pelo seu carater demonstrado na sua infeliz colocaçao.
Saudade eterna da empresa napoles na decada de 1988 eu tinha 11 varia os onibus no terminal de rio doce qui saudade dos caio gabriela da napoles 🚌👀❤
ResponderExcluirEu tenho foto de um caio vitoria cmg da empresa nápoles eu viaria onibus no terminal de rio doce na decada de 1990
ResponderExcluirEra bom que a empresa da napolis bom voltace pedindo a Deus que volte a napolis é uma empresa boa
ResponderExcluirEu tenho saudade da napolis volta com a mesma pintura da napolis os onibus com a mesma cor treis barco vermelho e a sai verde
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