segunda-feira, 9 de julho de 2012

CARAVANA VOLVO: Mais que produtos, soluções e reflexões sobre um futuro melhor

Caravana Volvo: muito mais que apresentar produtos, levar soluções e consciência. Evento passou por São Paulo, pela representante Auto Sueco São Paulo, e foi uma oportunidade de conhecer formas de deixar os transportes melhores e mais atrativos.

Ônibus da Caravana Volvo, no pátio da concessionária Auto Sueco São Paulo. Foi-se o tempo que potência era sinal de mais fumaça. Hoje, atendendo às novas legislações ambientais, em vigor no Brasil desde janeiro, com base nas normas internacionais Euro V, os motores são mais potentes e bem menos poluentes. Caravana Volvo apresenta nova gama de produtos e explica tecnologia para os responsáveis pela operação de transportes, percorrendo diversas cidades do País. Foto: Adamo Bazani.


Serão 57 cidades, 240 mil quilômetros percorridos em 12 ônibus. Esta tem sido a Caravana Soluções Volvo, que já passou por cidades como Brasília (DF), Montes Claros (MG), Coronel Fabriciano (MG), Juiz de Fora (MG), Cuiabá (MT), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Niterói (RJ), Dourados (MS), Maringá (PR), Rio de Janeiro (RJ), Barra Mansa (RJ), Pouse alegre (MG), Guarapuava (PR), Curitiba (PR), entre outras.

A Caravana é dividida em dois trajetos, para o Norte e para o Sul do País. O evento, um dos maiores da indústria de ônibus atualmente, tem a proposta inicial de divulgar a nova linha de produtos da Volvo, que seguem desde janeiro deste ano as novas normas de emissão de redução de poluição, contempladas pelo Proconve P 7, fase 7 do Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automores, do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, baseadas nos padrões internacionais Euro V.

De acordo com o Proconve, os motores de ônibus e caminhões têm de obedecer limites de emissão. Assim, por estas regras, a redução dos materiais particulados deve chegar a 80% e de Óxido de Nitrogênio (NOx) deve ser de 60%.

Claro que a Volvo ao fazer este investimento de divulgação quer ampliar mercado e vender seus produtos. Mas a Caravana não deixa de ser recheada de ações de esclarecimento e discussões sobre meio ambiente, economia e mobilidade, não só entre empresários de ônibus, mas comunidade em geral.

Os ônibus e caminhões que atendem à nova legislação de emissão de poluentes, abastecidos com diesel S 50, com menor teor de enxofre, reduzem em até 80% o total de materiais particulados e em 60% de Óxidos de Nitrogênio lançados na atmosfera. Tanto encarroçadoras, no caso dos ônibus, e as próprias montadoras, no caso dos caminhões, aproveitam as inovações tecnológicas para conferirem um ar com maior requinte aos veículos. Foto: Adamo Bazani


“O empresário de ônibus ainda têm dúvidas em relação às novas tecnologias que ele vai ter de adotar. A principal delas no início foi em relação ao diesel S 50 (com menor teor de enxofre). O grande temor, principalmente para os frotistas de fretamento e de linhas rodoviárias de média e longa distância, era sobre uma possível falta deste combustível. Em operações urbanas, tudo é mais centralizado, e o risco de desabastecimento era bem menor. Vemos que com o passar do tempo, o empresário de ônibus está ficando mais seguro” – disse Wagner Nestlehner, gerente comercial de ônibus, da representante Volvo, Auto Sueco São Paulo, que faz parte de uma das maiores redes da marca em todo o mundo.

Ele acrescenta que por conta das inseguranças sobre o diesel S 50, obrigatório nos veículos de nova tecnologia, e do uso de um aditivo feito à base de uréia industrial, o ALRA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo – 32% de uréia), e também para aproveitar as unidades de tecnologia antiga em vigor até 31 de dezembro do passado, que eram até 15% mais baratas, houve uma correria dos empresários para anteciparem a renovação das frotas.

Isso, segundo ele, explica em parte o mau desempenho de vendas produção no mercado geral de ônibus, principalmente no primeiro bimestre. “Trabalhamos para o mercado como um todo com uma expectativa de queda de até 20%. Mas ótimo! Ótimo pois, na verdade, boa parte desta queda, se deve a um ajuste de mercado. O ano passado foi atípico, foi vendida uma quantidade maior que a normal. Assim, era esperado um ajuste. Assim, se houver essa queda, nos assemelharemos na prática a anos nos quais as vendas eram boas, dentro da normalidade. Não há motivo para pânico. No caso da Auto Sueco São Paulo e da Volvo, as perspectivas são melhores ainda, já que estamos trabalhando com a possibilidade de crescimento ou ao menos com um patamar semelhante ao extraordinário ano passado” – complementou Wagner.

E a aposta para aumentar a participação da Volvo no segmento de ônibus ainda é o B 270 F, ônibus com motor dianteiro, lançado ainda dentro dos parâmetros Euro III, mas que agora segue o Euro V.
A Volvo reconhece a modernização da mobilidade em diversos sistemas. Cidades investem em BRT (Bus Rapid Transit), corredores modernos e exclusivos para ônibus, e em tecnologias não poluentes, como o Elétrico Híbrido, testado no ano passado em diversas cidades do País e apresentado na Rio +20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Bem menos poluente e mais econômico, o Híbrido funciona com um motor a combustão e outro elétrico e já tem unidades a serem entregues em Curitiba e em São Paulo neste ano.

Mas a Volvo sabe também do perfil do empresariado brasileiro e das condições de operar ônibus no País. De um lado, os donos de empresas de ônibus querem economizar e ter uma lucratividade alta. Do outro, ruas e estradas brasileiras não oferecem condições plenas de tráfego. Assim, o ônibus de motor dianteiro, que é mais robusto, alto, de manutenção mais simples e barata, acaba sendo um mercado grande, no qual até o ano passado a Volvo não tinha participação.

No entanto, mesmo com as condições de operação e incertezas oferecidas em vários aspectos pelo País, desde a política tributária, de financiamentos e até de fornecimento de combustível, o empresariado de ônibus brasileiro tem se tornado mais maduro e evoluído.
As evoluções tecnológicas, de conforto e estéticas antes mais concentradas no segmento de veículos rodoviários, agora marcam os ônibus urbanos também. Os veículos assumem ares de modernidade desde em detalhes como lanternas até nos motores e sistemas operacionais e de gerenciamento. Foto: Adamo Bazani

Quem garante é Mario Oliveira, diretor-executivo da Auto Sueco São Paulo, que além de estar há décadas no setor de revenda e prestação de serviços, conhece o empresariado de parte da Europa. Português, Mário Oliveira diz que na Europa, as mudanças de padrões tecnológicos são encaradas de maneira mais tranqüila pelos frotistas.

“As mudanças de restrição de poluição na Europa são bem melhor recebidas pelos donos de empresas de ônibus. As transições são mais tranqüilas. Aqui o empresário se sentiu inseguro e tem seus motivos. Mas o Eutro V (conjunto de normas que dá base para a nova legislação brasileira) é uma realidade e o empresário de ônibus agora está se adaptando bem a ele. Há um processo de amadurecimento” – explicou o executivo que também diz estar otimista quanto aos resultados da Volvo este ano.

Mário Oliveira fez questão de enfatizar a importância do ônibus para a modernização da mobilidade das cidades. “Hoje não só temos ônibus novos, mas opções para todas as necessidades. Não há um modelo de solução única para uma cidade, quanto mais para todo o País” – disse Mário Oliveira.

E justamente percorrer o País com diversas soluções e várias aplicações, que é uma das propostas da Caravana Volvo que visita cidades e regiões com realidades diferentes, mas uma necessidade em comum: oferecer com dignidade o direito de ir e vir às pessoas.

Daí, cada evento se torna uma oportunidade de discussão e reflexão: como os transportes podem atender a essa necessidade de forma plena? O gerente comercial da Volvo em toda a América Latina, Euclides de Castro, fala da importância da criação de sistemas de transportes por ônibus que ganhem uma imagem de status:

“Temos de atribuir status aos transportes públicos, especialmente por ônibus, que têm a flexibilidade de chegarem praticamente em todos os lugares. Lembro-me de quando foi inaugurado nos anos de 1970 o sistema de corredor expresso de ônibus em Curitiba. Os executivos de bancos tinham orgulho de ir trabalhar de transporte público. Isso é um fato da época. Com o aumento de qualidade, os transportes têm de assumir uma marca. Hoje, na Colômbia, as pessoas não usam um sistema de corredor de ônibus, mas usam o Transmilênio (nome dado à rede de corredores de Bogotá). E isso vem com investimento de todas as áreas. A indústria de urbanos agora tem oferecido no Brasil produtos diferenciados, com ônibus mais confortáveis, com ar condicionado onde é necessário, design moderno, mais espaço interno e apelo ambiental” – disse Euclides de Castro.

Euclides afirma que o segmento de ônibus rodoviários já oferece isso há algum tempo, agora, é a vez do urbano se diferenciar. É claro que todos na Caravana sabem que não adianta apenas oferecer ônibus bons sem planejamento, estrutura urbana, prioridade aos transportes coletivos e mudanças de hábitos da população, mas a Volvo é indústria e, segundo os participantes da Caravana que passou por são Paulo, na quinta-feira, em 05 de julho de 2012, a indústria tem feito sua parte.

Euclides de Castro, gerente comercial da Volvo para a América Latina, diz que em cada cidade que a Caravana passa, técnicos, engenheiros e diversos profissionais vão às escolas não para falar da Volvo, mas sobre a importância de hoje os investimentos se voltarem para cidades melhores e preservação ambiental.

“É na futura geração que poderemos sim ter pessoas que queiram ter seu crescimento na vida, seu carro, seu conforto, mas que entendem que para as cidades, as soluções têm de ser feitas em conjunto, com espírito coletivo, e que o uso do transporte público de qualidade é um ato pelo bem estar do ser humano e do planeta” – concluiu.

Entre os modelos de ônibus apresentados a Caravana estão:

RODOVIÁRIOS
B 270 F rodoviário ou fretamento / motor dianteiro
B 290 R rodoviário
B 340 R (4×2)
B 380 R (4×2)
B 380 R (6×2)
B 420 R (6×2)
B 450 R (6×2)
B 420 R (8×2) – quatro eixos
B 450 R (8×2) – quatro eixos
URBANOS
B 270 F urbano / motor dianteiro
B 290 R urbano
B 290 RLE urbano
B 340 M articulado ou biarticulado (piso convencional)
B 360 S articulado ou biarticulado (piso baixo total, motor na vertical).
Híbrido

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Blog Ponto de Ônibus

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