A desembargadora Nise Pedroso foi a relatora do dissídio dos rodoviários. Em seu voto, ela declarou abusivas as paralisações do dia 27 de junho e as realizadas a partir de 3 de julho. "Os rodoviários não avisaram o patronato nem a população com 72 horas de antecedência e as negociações não haviam sido esgotadas", afirmou.
Grevistas aguardam julgamento do dissídio dos
motoristas e cobradores (Foto: Luna Markman / G1)
motoristas e cobradores (Foto: Luna Markman / G1)
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários no Estado de Pernambuco (STTRE-PE), Patrício Magalhães, assegurou que a categoria vai voltar ao trabalho. "Decisão judicial não se discute. O reajuste não era o esperado, mas é maior que o que foi dado em outros estados", comentou. Do lado de fora da sede do TRT, no entanto, o clima entre os grevistas é de insatisfação. Aos gritos de "Fora, Patrício", a multidão afirma que não vai encerrar a greve.
Antes dos votos dos integrantes do tribunal, o advogado do Sindicato das Empresas de Transporte (Urbana-PE) conversou com a imprensa. "Eu peço a abusividade do movimento grevista e a reposição dos pisos e salários com percentual de 5% de reajuste. As cláusulas sociais foram conciliadas", disse Antônio Henrique Neuenschwander. Já Eriberto Guedes, defensor do STTRE-PE, pediu "o provimento das reivindicações econômicas e a não abusividade da greve".
O procurador Fábio Farias, do Ministério Público do Trabalho, avaliou como "desordenada" a decretação da greve dos motoristas. "Os 7% não são o reajuste dos sonhos, mas há uma falta de parâmetros para definir qual seria o reajuste mais justo. Eu não sei quanto da tarifa vai para o empresário, quanto vai para os custos do serviço. Então, acho que é melhor ficar com esses 7%", ponderou.
Entenda o caso
Os trabalhadores não entraram em acordo com os patrões na audiência de conciliação realizada na quarta (4), no próprio TRT, no Cais do Apolo, centro da capital pernambucana.
Enquanto não há um acordo ou uma decisão, a população segue enfrentando dificuldade para circular pelas ruas da capital pernambucana. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, 57% da frota de ônibus estão em operação no início da tarde.
Volta para casa
O Grande Recife espera trabalhar com um percentual próximo a 80% da frota no horário de pico desta quinta-feira, a partir das 16h. "Estamos sempre fazendo o apelo: o que puder adiar de compromissos, que não precisar usar o transporte público obrigatoriamente, que o faça. A demanda para ser atendida com a frota reduzida se torna complicada e causa transtornos", contou Taciana Ferreira, diretora de operações do Consórcio.
A orientação de Taciana é para que as pessoas tentem sair mais cedo do trabalho, para que a demanda não fique concentrada em apenas um horário. Apesar da redução, a maiora das linhas está em circulação. "A gente pede para que o usuário, com base na informação que teve hoje de manhã ao sair de casa, saiba que vai ser esse mesmo serviço que será prestado", conclui a diretora de operações. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-081-0158.
G1 PE
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