Créditos: Diego Nigro/JC Imagem |
Cinco anos atrás, quando o governo do Estado deu início à implantação do BRT (Bus Rapid Transit) na Região Metropolitana do Recife, sabia-se que a Avenida Conde da Boa Vista seria um problema para se adaptar ao sistema. Isso não é novidade. Mas as estações de BRT que a população começa a ver ganhar forma no corredor – por onde passam 22% das linhas de ônibus do Grande Recife – frustra até a mais pessimista de todas as expectativas. As estações serão tão estreitas quanto as carcaças que hoje funcionam como abrigo dos passageiros na avenida, não possuirão refrigeração e, mesmo assim, serão fechadas, com pequenos espaços para ventilação. O conforto, premissa na imagem do BRT vendida pelo governo, passa longe. Esse, de fato, não era o combinado.
As seis estações improvisadas que estão sendo erguidas na avenida
atenderão apenas a uma das exigências do sistema de BRT: o pagamento
antecipado da passagem, ou seja, no lugar de o usuário pagar a tarifa no
coletivo, pagará ainda na estação. Mas o embarque em nível não será
possível. O passageiro terá que subir e descer nos BRTs pelo lado
direito do veículo, usando os degraus como nos ônibus convencionais,
procedimento que atrasa a viagem e descaracteriza o BRT. A ventilação
das estações dependerá do vento que entrar pelas chapas metálicas
perfuradas, que compõem a maior parte da estrutura dos equipamentos. O
restante da estrutura será de vidro temperado. Por isso, a expectativa é
de que o ambiente seja quente.
A largura das estações é outro aspecto que chama atenção dos
passageiros. Muitos usuários e alguns operadores defendem que as
estruturas serão pequenas para os 325 mil passageiros que todos os dias
passam pela Conde da Boa Vista, transportados nas 82 linhas do corredor.
As estações improvisadas da Conde da Boa Vista serão estreitas e
compridas, semelhantes as do transporte convencional implantadas ainda
na segunda gestão municipal do prefeito João Paulo (PT) e alvos
permanentes de críticas da população. Terão 25 metros de comprimento e
apenas dois de largura.
Mesmo assim, os “monstrinhos” que estão sendo erguidos na Avenida
Conde da Boa Vista custarão caro: R$ 316 mil cada uma, segundo valores
divulgados pelo governo do Estado em fevereiro de 2014, quando as obras
começaram. A construção, entretanto, está paralisada desde novembro do
ano passado. Por nota, a Secretária das Cidades de Pernambuco,
responsável pela obra, garantiu estar em negociação com o Consórcio
Mendes Jr/Servix, para retomada dos trabalhos.
Créditos: Eduardo Mafra/Editoria de Arte JC (Clique para ampliar) |
Blog De Olho no Trânsito
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