Enquanto a demanda do metrô só cresce, CBTU demite funcionários. Fotos: Priscilla Bhur/JC Imagem.
O Sindmetro diz que o impasse teve início quando a CBTU acionou a Justiça para caçar as liminares que garantiam a estabilidade dos trabalhadores aprovados no concurso de 2005. Os funcionários não foram convocados e só teriam conquistado o ingresso no quadro da estatal depois de uma medida judicial, que obrigou a CBTU a realizar tais convocações. “Na reunião entre o sindicato e a presidência da empresa, além de se comprometer em não demitir os funcionários, o presidente da CBTU garantiu que seriam adotadas medidas para a retirada dos recursos, interpostos anteriormente pela empresa. Medida essa que colocaria um ponto final no impasse”, diz a nota enviada às redações pelo Sindmetro.
O sindicato está revoltado com a atitude da empresa. Diz que as demissões, além de injustas, confirmam uma contradição da CBTU. “Tais demissões não se justificam. Existe uma ampliação do sistema do metrô em andamento e a demanda de usuários vai aumentar. Se fala, inclusive, até em realização de um novo concurso para o metrô. Como agora querem demitir trabalhadores?”, indaga o diretor de comunicação do Sindmetro, Diogo Morais.
O que afirma o diretor do sindicato tem sentido. Há duas semanas o governador Eduardo Campos disse publicamente que ainda não colocou em operação dois terminais de ônibus integrados com a Linha Sul do metrô porque o sistema metroviário não comportaria a nova demanda, estimada em 105 mil passageiros/dia. Os TIs de Cajueiro Seco e Tancredo Neves estão prontos há aproximadamente três meses, sem serem usados. Na época, o metrô confirmou que aguarda para novembro a chegada do primeiro dos 15 novos trens encomendados pelo governo federal para a Copa do Mundo de 2014.
A direção do metrô do Recife enviou nota explicando que a contração dos funcionários do concurso de 2005 foi realizada por liminar, que obrigou a CBTU-Metrorec a descumprir o teto orçamentário da folha salarial. O desligamento foi realizado em cumprimento a uma decisão da Justiça, que julgou o mérito da ação. “Portanto, a CBTU não tem poderes para desobedecer qualquer ordem judicial, principalmente quando o mérito da liminar já foi julgado. A CBTU-Metrorec lamenta profundamente o ocorrido e se coloca a disposição para esclarecer que a decisão tomada não partiu da empresa e, sim, do Poder Judiciário”, conclui a nota.
JC Online
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