segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Só 30% dos ônibus da RMR vão ter ar-condicionado

Governo cede a empresas, que não terão mais prazo para climatizar os coletivos convencionais

Créditos: Blenda Souto Maior/Diário de Pernambuco


A última etapa da licitação do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da Região Metropolitana do Recife começou na semana passada com a publicação do edital das linhas referentes aos lotes 3, 4, 5, 6 e 7, que correspondem a 70% do sistema. A publicação do edital não deverá surpreender os empresários do setor. O governo vai manter os mesmos critérios em relação às exigências de climatização, câmbio automático e motor traseiro nos ônibus, referente ao edital dos lotes 1 e 2, onde estão inseridos os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. Dessa forma, as empresas terão até dois anos para climatizar os ônibus que façam parte das linhas do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Já os ônibus convencionais não têm mais prazo para climatização. No primeiro edital, lançado em janeiro deste ano, a previsão era refrigerar toda a frota do SEI até junho de 2014 e os convencionais até 2020, mas a licitação foi esvaziada e o governo acabou cedendo à pressão dos empresários. 

Na prática, dos 2.603 ônibus da frota prevista com a nova licitação para todo o sistema, somente 764 serão climatizados em até dois anos, o que corresponde a 30% da frota. De acordo o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a climatização vai atender principalmente os ônibus que integram o Sistema Estrutural Integrado (SEI), que atualmente têm uma frota de 1.416 veículos e deverá passar a ter 852. “Nós estamos priorizando a frota do SEI, que hoje atende 800 mil usuários e, com a implantação dos 25 terminais, passará a atender 1,6 milhão de usuários”, afirmou. Segundo o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nélson Menezes, a climatização dos ônibus convencionais pode ser definida no futuro depois que se tiver dados concretos de custo. “Nós não temos no país nenhum parâmetro com toda a frota climatizada para avaliarmos os custos. Nós esperamos que a frota que será climatizada em até dois anos possa nos dar subsídios para definir se compensa ampliar a refrigeração para toda a frota”, explicou Nélson Menezes.

A nova licitação vai cobrir 269 linhas com uma frota de 1.892 veículos, sendo 1.338 convencionais e 554 articulados no modelo padron, dotado de câmbio automático e motor traseiro, uma das principais reivindicações dos motoristas. “Em uma das inaugurações dos terminais um motorista me parou e disse que chega a passar até 500 marchas por dia. O câmbio automático trará mais conforto ao usuário e principalmente ao motorista”, ressaltou o governador Eduardo Campos. Os ônibus que serão equipados com câmbio automático e motor traseiro também serão climatizados, o que chega ao mesmo percentual de 30% da frota. As empresas têm até dois anos para implantar os equipamentos, sendo 50% da frota no primeiro ano. 

Etapa inicial
A primeira parte da licitação das linhas da RMR foi com os lotes 1 e 2, que fazem parte dos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. As empresas que já operavam nas linhas foram as vencedoras e as únicas que apresentaram propostas. No lote 1 venceu o consórcio Conorte, formado pelas empresas Itamaracá, Cidade Alta e Rodotur, que vai operar o trecho mais longo, com 33 km, do corredor Norte/Sul. Já o lote 2 teve a empresa Rodoviária Metropolitana como vencedora e vai operar o trecho do corredor Leste/Oeste. 

A RMR dispõe de 18 operadoras, sendo que quatro já foram contempladas nos lotes 1 e 2. Para os lotes 3, 4, 5, 6 e 7 disputarão pelo menos 10 operadoras que já exploram as linhas. “A gente espera que esse lote tenha uma participação maior de outras empresas no país”, revelou o presidente do Grande Recife Consórcio, Nélson Menezes. 

Para a idade da frota será obedecida na nova licitação a mesma regra dos lotes 1 e 2 com 3,5 anos para ônibus convencionais e oito anos para ônibus articulados. Já a idade máxima dos ônibus será de 7 anos para os convencionais e 10 para os articulados. Também será exigido para a frota o certificado de Euro 5 (redução de emissão de poluentes). “No contrato estarão especificados quais os tipos de equipamentos a serem usados pelas operadoras e os critérios para a prestação dos serviços”, revelou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.

Diário de Pernambuco

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