Créditos: Espaço do Ônibus/Acervo
Os principais valores da Volvo nestes mais de 35 anos de Brasil, foram proporcionar aos frotistas de carga e passageiros qualidade, segurança e respeito ao meio ambiente, tópicos que ajudaram a transformar o setor de transportes por aqui, inserindo uma nova era e um novo olhar na atividade logística brasileira.
Inovar tem sido uma constante nestes 36 anos de marca Volvo no Brasil. Presente desde 1977 com sua planta localizada em Curitiba, importou muito de seus conceitos de vanguarda no transporte de cargas e passageiros presentes em seu país de origem, a Suécia. A Volvo foi fundada por Assar Gabrielsson e Gustaf Larson em 1927, na cidade de Göteborg. Ambos eram funcionários da empresa de rolamentos SKF, então detentora da marca, sendo adquirida pelos dois empreendedores suecos quando decidiram iniciar a fabricação de automóveis, ainda em 1924. Os modelos foram desenvolvidos para enfrentarem os rigores das baixas temperaturas do inverno sueco e da péssima qualidade de suas estradas.
Quatro anos depois, o primeiro ônibus ostentando o nome Volvo é construído, ainda sobre um chassi de caminhão, denominado LV4, possuindo um motor de quatro cilindros com apenas 28 HP. Isso mudaria em 1934, quando a montadora projetou um chassi específico para o transporte de passageiros. Estava lançado o B1, chassi com motor dianteiro Hasselman, de 4,1 litros, desenvolvendo 75 HP e PBT de 6.200 kg.
Com o novo produto, permitiu-se a construção de carroçarias com o motor localizado em seu interior. No ano seguinte de seu lançamento, algumas unidades foram trazidas ao Brasil e encarroçadas pela Grassi com um modelo inusitado denominado de Sinfonia Inacabada. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade a recebê-los. Os registros da Volvo relatam que em 1935, o técnico sueco Stig Olsen veio ao Brasil para dar assistência técnica e treinar mecânicos nos revendedores que começam a surgir em diferentes cidades. Ficou admirado quando viu os caminhões Volvo, projetados para transportar 2,25 toneladas, carregando 10 toneladas de carga. Os caminhões não serviram apenas para as cargas. Alguns foram transformados em ônibus. É o caso do modelo “Roundnose” (nariz arredondado), importado na década de 40, recebendo carroçarias da marca Grassi. “O "Roundnose" foi o primeiro modelo da Volvo, em 1940, a usar um motor diesel, o VDA de câmara pré-combustão com 95 HP. Em 1946 seu sistema de ignição do motor para enfrentar o clima frio. A partir de 1949 passa a ter 100hp. Mesmo com potência relativamente baixa, o motor equipou até Roundnoses cavalos-mecânicos de estrada”, relata Jorge Califrer, estudioso do tema ônibus.
Além de receber os primeiros veículos da marca, o Rio de Janeiro também foi uma base para a empresa Volvo, onde se encontrava uma linha de montagem para os veículos que chegavam ao Brasil em CKD (desmontados). Essa unidade esteve localizada ao lado da fábrica de carroçarias Carbrasa, na Avenida Brasil, que utilizou o chassi Volvo em muito de seus encarroçamentos.
Em pleno período do dito “milagre econômico brasileiro”, acontecido nos anos 70 e que ritmou o país a um crescimento semelhante às principais economias mundiais, dois técnicos da marca sueca, Tage Karlsson, da área de planejamento de produto, e Anders Levin, responsável pela área de caminhões, percorreram alguns dos principais eixos rodoviários do país, como a Via Dutra e a Régis Bittencourt, a bordo de um “fusquinha” para um processo de estatística que constatasse a necessidade de uma nova fábrica de veículos comerciais. A conclusão, depois de uma inusitada contagem de caminhões a beira de estrada e de uma pesquisa sobre a economia brasileira, o estado da frota dos veículos comerciais e outros elementos que culminaram num extenso relatório, foi que o Brasil carecia de veículos pesados para o transporte e essa seria uma excelente oportunidade para a Volvo estabelecer bases sólidas em terras brasileiras. Em 1977 o nome Volvo chega em definitivo, com a construção de uma unidade fabril na capital paranaense, distanciando-se do berço automobilístico brasileiro, a região do ABC paulista. Antes de se decidir pela construção em Curitiba, os estudos técnicos consideraram a hipótese de escolha da cidade de Campinas para receber a primeira unidade Volvo na América Latina. O Governo Federal propôs Belo Horizonte ou Porto Alegre, como forma de descentralização do parque industrial. A opção pela capital paranaense se deu pela proximidade com o Porto de Paranaguá e dos fornecedores de autopeças de São Paulo. O primeiro presidente da Volvo do Brasil foi justamente Tage Karlsson, o idealista do projeto Volvo em solo nacional.
O primeiro chassi nacional com a marca Volvo deixou a linha de montagem em 1979. Era o modelo B58, que adotava o motor horizontal THD, instalado no entre-eixos, algo inovador em se tratando de um veículo brasileiro e que promovia às carroçarias a possibilidade de um piso interno livre de obstáculos, como a caixa do motor. Construído na versão 4x2, o B58 servia tanto para operações urbanas, como para linhas rodoviárias. Meses depois, a versão articulada começa a ser produzida, se transformando num sucesso para o transporte urbano. Logo de início fora oferecida, como opção, a caixa de transmissão automática.
Com mais uma essa opção em ônibus, o sistema curitibano de transporte aceitou de pronto o uso do chassi Volvo. Nos primeiros anos foram muitas unidades Volvo circulando por Curitiba. A cidade, conhecida como mola propulsora do BRT (Bus Rapid Transit), passou a utilizá-lo em larga escala, na versão Padron ou articulada. A qualidade do produto, aliada a sua capacidade técnica, foram decisivas para que o mercado nacional respondesse positivamente ao novo veículo.
O sistema BRT, conhecido por racionalizar os serviços de ônibus urbanos, é parte do princípio da Volvo quanto a apresentar soluções em transporte de massa com baixo custo de implantação e operação. A característica principal do sistema é promover ao ônibus, seja ele articulado ou bi articulado, um trânsito livre de interferências, permitindo que ele rode em uma via exclusiva. Para a Volvo, a prioridade é o passageiro e isso significa oferecer veículos capazes de realizar, com segurança e conforto, o proposto no BRT. Sua participação no segmento de ônibus articulado na América Latina é na ordem de 80%.
“O futuro do ônibus” foi o lema de lançamento do B10M, em 1986, considerado um ícone da marca Volvo em chassis pesados e que ficou conhecido como o ônibus mundial da marca. Segundo a Volvo, o B10M incorporava, em uma época de poucos conceitos tecnológicos, os mais avançados detalhes técnicos. Possuía o bloco THD 101, com intercooler e potência de 310 HP, instalado no entre eixos. Construído nas versões 4x2 e 6x2, era equipado com a caixa de transmissão ZF, com 6 velocidades. Com suspensão pneumática em todos os eixos, o novo chassi foi uma preferência para os operadores em carroçarias o tipo high deck (piso alto).
A Volvo tem uma estreita ligação com os sistemas de transporte. Foi umas das pioneiras em oferecer alta eficiência, conforto e segurança aos passageiros. Para ela, não basta apenas vender ônibus e sim encontrar uma solução ideal para que os veículos tenham rentabilidade operacional, com tecnologia de ponta e baixo custo de implantação para transportar um número maior de passageiros, o que reduz o fluxo de ônibus (no caso de bi articulados) e no menor custo por pessoa transportada. “Veículos são feitos para transportar pessoas. Por isso, o princípio básico para todo o trabalho, do desenvolvimento à produção, é e deve sempre ser a segurança”, declararam os fundadores da Volvo em 1927.
Portal Ônibus Paraibanos/Espaço de Ônibus
Seis anos depois, a marca surpreende o mercado urbano de ônibus com o lançamento do B58 Metrobus (ficando conhecido depois como bi articulado), com 25 metros de comprimento, com o motor THD 101 de 286 CV e câmbio automático, sendo possível levar até 270 passageiros. Foi visto como o metrô de superfície da Volvo, uma resposta capaz de transportar mais passageiros em menos tempo e com menor número de veículos. O bi articulado atual é um chassi modelo B12M, equipado com o motor DH12D com 340 HP e o extraordinário comprimento de 27 metros.
Créditos: Guto de Castro/Acervo
O B10M foi um desenvolvimento para o segmento rodoviário, mas em 1994 a Volvo apresenta a sua versão urbana 4x2, com 245 CV e articulada ou bi articulada com motor de 285 CV. Também nesse ano são importados os chassis B12, os primeiros da marca com motor traseiro em nosso país, para complementar a linha de rodoviários. Era equipado com potente motor TD 122, de 396 HP, considerado na época, o mais possante do mercado. Tempos depois, o B12 ganha mais um B, de brasileiro, já adequado para o nosso mercado, sendo produzido na fábrica de Curitiba. E a Volvo não pararia por aí. Lançou em 98 o B7R, um chassi para uso rodoviário, em linhas de curtas e médias distâncias ou fretamento e no serviço urbano, do tipo alimentador, com duas opções do motorização – 230 ou 285 CV. Outro chassi rodoviário, o B10R, é apresentado em 2000, com motor de 10 litros. Atualmente, a linha de chassis da marca sueca é composta por 3 modelos para aplicações urbanas (B12M articulado e bi articulado – com motores de12 litros – e o B9 Salf, piso baixo) e 2 modelos para linhas rodoviárias (B12R 4x2 e 6x2 e o novíssimo B9R), todos produzidos na fábrica de Curitiba.
A Volvo tem uma estreita ligação com os sistemas de transporte. Foi umas das pioneiras em oferecer alta eficiência, conforto e segurança aos passageiros. Para ela, não basta apenas vender ônibus e sim encontrar uma solução ideal para que os veículos tenham rentabilidade operacional, com tecnologia de ponta e baixo custo de implantação para transportar um número maior de passageiros, o que reduz o fluxo de ônibus (no caso de bi articulados) e no menor custo por pessoa transportada. “Veículos são feitos para transportar pessoas. Por isso, o princípio básico para todo o trabalho, do desenvolvimento à produção, é e deve sempre ser a segurança”, declararam os fundadores da Volvo em 1927.
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