terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ônibus levam nação rubro-negra à Arena Pernambuco



O Sport Club do Recife segue sua jornada no Campeonato Brasileiro contra o Internacional, nesta quarta-feira (10), às 21h, na Arena Pernambuco, e o clube disponibilizará ônibus executivos para levar a nação rubro-negra ao estádio. A quantidade de veículos garantidos variará de acordo com a demanda. A saída ocorrerá, pontualmente, às 19h. Na data do duelo, as passagens poderão ser adquiridas das 9h às 16h, no departamento de marketing leonino, na sede, por R$ 14,00.

Trata-se da sequência de uma ação que aconteceu nos dois jogos anteriores do Leão na Arena - as vitórias sobre Palmeiras e Santos - e que é voltada para o conforto da massa rubro-negra. Será mais uma chance para a torcida empurrar o Sport rumo a novo triunfo no reduto que recebeu os jogos da Copa do Mundo 2014 sediados na Região Metropolitana do Recife.

Os ônibus executivos aguardarão o público no estacionamento interno do Arco da Ilha do retiro, nas proximidades do portão da arquibancada frontal. Os sócios estarão livres para estacionar livremente no clube, enquanto os não-sócios poderão investir o valor de R$ 10,00 para deixar seus carros nas dependências do Leão. Em seguida, deverão retornar à entrada principal de veículos e, com o recibo do pagamento em mãos, serão encaminhados para o Arco.

Os não-sócios que não estiverem de carro devem se dirigir diretamente ao Arco. No caso dos sócios, basta apresentar a carteira que comprove o vínculo com o clube e entrar pelo portão principal da Praça da Bandeira.

Sport Club do Recife

Rodoviários e patrões fecham acordo no TRT

Créditos: Mariana Campello/JC Transito


Após quase dois meses de negociações, audiências e paralisações, rodoviários e patrões fecharam acordo na sede do Tribunal Reginal do Trabalho (TST), no Cais do Apolo, área central do Recife, no início da tarde desta quarta-feira (16).

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitanas da Mata Sul e Norte (STTRE-PE) chegaram a um consenso em reunião de conciliação mediada pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), desembargador Pedro Paulo Nóbrega.

Com a decisão, os dois sindicatos desistiram de entrar com novo recurso contra a decisão do Tribunal Superior do Trabalho que manteve o reajuste do salário e do tíquete-alimentação em 10%, na última segunda-feira (8). Os rumos da negociação já haviam sido definidos na tarde desta terça-feira (15), durante assembleia com os rodoviários na sede do sindicato da categoria.

Com o acordo, o Urbana-PE também desistiu do dissídio marcado para quinta-feira (18), quando seria discutida a legalidade das paralisações realizadas nos últimos dias - assim, os rodoviários não terão descontados os dias em que ficaram parados.

Na próxima quinta-feira (18), será homologado o acordo e a desistência das partes envolvidas, no Pleno do Tribunal. Com os 10% de reajuste, motoristas passam a receber R$ 1.765,50; fiscais, R$ 1.141,69; e cobradores, R$ 812,13. Já o tíquete-alimentação passa de R$ 171,20 para R$ 188,32 - inicialmente os rodoviários haviam pedido 75% de reajuste e, se tivesse sido aceito, o tíquete-alimentação passaria de R$ 171,20 para R$ 300 por mês.

MOBILIZAÇÃO - Motoristas, cobradores e fiscais conquistaram os reajustes, no TRT-PE, em 30 de julho último após três dias de greve. Os patrões recorreram e, em 20 de agosto, o ministro Antônio Barros Levenhagen, presidente do TST, determinou o percentual de 6% sobre todos os itens econômicos do dissídio, numa decisão provisória até o julgamento do mérito. Os rodoviários foram às ruas protestar e o ministro restaurou os 10% sobre os salários. Mas manteve os 6% sobre as outras cláusulas.

No dia 25 de agosto,  os rodoviários cruzaram os braços no período das 4h às 8h. Nesse horário, nenhum ônibus saiu das garagens das empresas e as paradas ficaram lotadas. Os terminais integrados só abriram após o fim da paralisação e os usuários tiveram dificuldade para chegar aos seus destinos, assim como no dia 22 de agosto, onde uma paralisação de surpresa provocou protestos, inclusive com um ônibus incendiado.

No dia 26 de agosto, o ministro do TST Barros Levenhagem reconsiderou a decisão que suspendeu o reajuste de 10% para motoristas e cobradores, mas manteve o efeito suspensivo quanto às demais cláusulas do despacho anterior, relativo à tíquete-alimentação, diárias, auxílio-funeral e indenização por morte ou invalidez, restringindo o reajuste a 6% até pronunciamento definitivo do TST. No dia 29 de agosto, os rodoviários realizaram nova paralisação de advertência de 4h às 8h.

No dia 5 de setembro, os rodoviários receberam o salário de agosto com o reajuste de 10%, retroativo a julho, entretanto, algumas empresas deduziram as horas paradas nas três últimas mobilizações, seguindo Genildo Pereira, assessor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários.

Em novo julgamento no dia 8 de setembro, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) fixou o reajuste de 10% para o salário e para o tíquete-alimentaçãoEm nova assembleia realizada na última segunda-feira (15), os rodoviários decidiram aceitar a decisão do TST, desistindo de recorrer da decisão.

JC Online

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Jovem se recusa a ceder lugar em ônibus e apanha de idosos na China

Créditos: Reprodução


Na China, ceder o lugar para um idoso no ônibus é uma atitude considerada educada e louvável na sociedade, mas, mesmo quando os assentos são preferenciais, ninguém é obrigado a deixá-los livres para os mais velhos – o ato é voluntário.

Um jovem chinês, porém, acabou literalmente apanhando dentro do ônibus por não ter concordado em ceder seu lugar para um idoso. Ele estava sentado em um lugar preferencial para idosos, mesmo assim não quis ceder e foi "linchado" pelos passageiros mais velhos, indignados com sua atitude.

Um passageiro chegou a gravar o incidente pelo celular. O vídeo ganhou notoriedade na China e está sendo compartilhado por milhares de pessoas na internet. O episódio ocorreu na cidade chinesa de Wuhan, onde os ônibus têm assentos amarelos – os "preferenciais" – que são direcionados para mulheres grávidas, idosos e deficientes físicos.

As imagens mostram o jovem sentado em um assento amarelo sendo repreendido por um homem mais velho. Após uma discussão acalorada, o idoso empurra o jovem, que acaba apanhado dele e dos outros idosos que estavam ao redor.

Reação

O vídeo gravado pelo celular foi publicado no NetEase, um portal online famoso na China, por um usuário desconhecido – e já teve 160 mil visualizações, além de inúmeros compartilhamentos em redes sociais como o Weibo (um microblog parecido com o Twitter) que tiveram um alcance ainda maior.

A reação das pessoas na internet tem sido forte e a maioria delas se mostrou revoltada com a atitude dos idosos. "Se eles eram fortes o suficiente para bater no garoto, por que precisavam ter prioridade para sentar?", comentou uma delas.

"O jovem estava errado de não ceder o lugar para os idosos. Mas esses idosos foram ainda piores…ceder um assento no transporte público é algo voluntário. Como alguém pode usar violência para forçar as pessoas a saírem de seus lugares", disse outra, indignada.

A agência estatal de notícias da China disse que ninguém foi preso no incidente do ônibus e que o jovem não ficou gravemente ferido.

Conflito de gerações

Incidentes como esse são frequentes na China, onde a tensão entre as gerações mais novas e as mais velhas parece estar aumentando. A política do filho único no país - que existe desde 1979 e já passou por algumas mudanças – tem contribuído para uma mudança demográfica enviesada.

De acordo com algumas estimativas, um terço da população terá mais de 60 anos de idade no meio deste século, e estão aumentando os temores de que a população economicamente ativa de hoje terá dificuldades para sustentá-los.

Pan Tianshu, antropóloga da Universidade de Fudan, disse à BBC que na raiz do problema está a situação econômica do país. "Em vez de ver isso como apenas uma guerra de gerações, devemos ver como [o resultado de] recursos públicos cada vez mais limitadas para uma sociedade em rápida transformação", diz ele.

Assista ao vídeo no link: http://v.163.com/zixun/V8GAM8GTF/VA4D1RLM6.html

BBC Brasil

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

BRTs estão parados nas garagens, à espera da conclusão dos Corredores Norte-Sul e Leste-Oeste

Créditos: Roberta Soares/JC Imagem

Os dois consórcios que venceram a licitação para operar o sistema de BRT pernambucano, o Conorte e o Mobibrasil, estão com as garagens abarrotadas de veículos novinhos em folha – e caros: cada um comprado por R$ 700 mil – parados, esperando que o governo do Estado conclua os Corredores Norte-Sul e Leste Oeste, atrasadíssimos, para entrar em operação. Mais do que o prejuízo financeiro das operadoras, que assumiram financiamentos, cujas prestações não esperam a lentidão das obras e começaram a ser pagas, a visão dos BRTs parados nos pátios incomoda por privar a população de um transporte mais confortável.

São 88 BRTs do Consórcio Conorte, dos quais apenas 14 estão rodando na linha PE-15-Centro. Já no Consórcio Mobibrasil são 54 BRTs adquiridos e 22 nas ruas, operando a linha Camaragibe-Centro.  Ou seja, são 106 BRTs parados dos 142 adquiridos. Ônibus refrigerados, com suspensão moderna, motor traseiro e sistemas tecnológicos de primeira linha, que deveriam estar rodando no lugar de veículos já usados e desconfortáveis. O governo diz que em dezembro os dois corredores estarão completamente concluídos e operando integralmente.

Sofre a população, privada do conforto com os novos BRTs, mas sofrem também os empresários, já que, o governo ainda não fez nenhum repasse do recurso previsto para a aquisição dos veículos, como é previsto no novo contrato de concessão do sistema. A transferência deveria ser a cada quinzena e, segundo informações de bastidores, o sistema já está na quarta quinzena de operação sem que o Grande Recife Consórcio de Transporte tenha se pronunciado sobre o pagamento. Os novos contratos foram assinados no dia 16 de julho deste ano.

Blog De Olho no Trânsito

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Rodoviários devem aguardar acórdão para definir sobre novas paralisações

 
Créditos: Guto de Castro/Acervo


Os rodoviários estão divididos sobre os rumos da categoria diante do resultado do julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que manteve o reajuste de 10% sobre os salários, mas reduziu o percentual do reajuste do tíquete-alimentação de 75% para 10%.


Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, os motoristas, cobradores e fiscais decidiram aguardar que o acordão seja publicado pelo TST para tomar uma posição, que pode incluir mais paralisações. Uma nova assembleia está marcada para as 15h30 de hoje, na sede do sindicato, no bairro de Santo Amaro, no Recife.


A assessoria jurídica da classe orienta pela retomada do processo de negociação apenas na campanha salarial de 2015.Os advogados consideram as conquistas surpreendentes e apontam o risco dos trabalhadores perderem o reajuste conquistado, caso o processo siga no Superior Tribunal Federal (STF). O advogado Ricardo Estevão acredita que o acórdão seja publicado em cerca de 10 dias.

De acordo com a decisão do TST, o valor do tíquete passa de R$ 171 para R$ 188. O percentual fica abaixo do que havia sido definido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, que havia votado pelo reajuste de R$ 75% com o qual o tíquete passaria para R$ 300. Os empresários recorreram ao TST da decisão do TRT e divulgaram um déficit nas contas do setor de R$ 7 milhões por mês.

O resultado do TST não agradou aos rodoviários. Em entrevista coletiva, a diretoria eleita comunicou a insatisfação e a possibilidade de mais paralisações ou de greve. “Para nós, foi como uma traição. A gente já tinha conseguido o aumento e agora veio essa decisão do TST. Vamos fazer assembleia e decidir sobre os próximos passos”, afirmou o presidente eleito, Benílson Custódio.


Também hoje o Tribunal Regional do Trabalho julgará a ilegalidade das paralisações feitas no mês passado. A categoria enfrenta o Poder Judiciário com as mesmas armas que negocia com os empresários do setor. Na entrevista coletiva, o presidente eleito afirmou que vai aguardar a orientação do jurídico, mas não descartou novas paralisações.

Diário de Pernambuco

Ônibus circulam normalmente hoje, mas rodoviários podem entrar em greve amanhã



A ida e a volta dos usuários do Sistema de Transporte Público da Região Metropolitana do Recife estão garantidas, pelo menos hoje. Mas a partir de amanhã, volta a insegurança quanto ao funcionamento dos ônibus.


A diretoria eleita e não empossada do sindicato convocou a categoria em dois horários, às 9h30 e às 15h30, para decidir hoje a forma com a qual se posicionará sobre o resultado do julgamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que julgou as cláusulas econômicas do dissídio coletivo dos rodoviários e, por cinco votos a dois, manteve o reajuste de 10% sobre os salários, mas reduziu o percentual do reajuste do tíquete-alimentação de 75% para 10%.


É justamente no valor do tíquete que está o maior entrave das negociações com o patronato. De acordo com a decisão do TST, o valor do tíquete passa de R$ 171 para R$ 188. O percentual fica abaixo do que havia sido definido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, que havia votado pelo reajuste de R$ 75% com o qual o tíquete passaria para R$ 300. Os empresários recorreram ao TST da decisão do TRT e divulgaram um déficit nas contas do setor de R$ 7 milhões por mês.


O resultado do TST não agradou aos rodoviários. Em entrevista coletiva, a diretoria eleita comunicou a insatisfação e a possibilidade de mais paralisações ou de greve. “Para nós, foi como uma traição. A gente já tinha conseguido o aumento e agora veio essa decisão do TST. Vamos fazer assembleia e decidir sobre os próximos passos”, afirmou o presidente eleito, Benílson Custódio.


Também hoje o Tribunal Regional do Trabalho julgará a ilegalidade das paralisações feitas no mês passado. A categoria enfrenta o Poder Judiciário com as mesmas armas que negocia com os empresários do setor. Na entrevista coletiva, o presidente eleito afirmou que vai aguardar a orientação do jurídico, mas não descartou novas paralisações. “Essa proposta de 10% no valor do tíquete já havia sido votada antes e foi rejeitada pela categoria”, ressaltou Benílson Custódio.


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), disse por meio da assessoria de imprensa que as empresas vão cumprir a determinação judicial. Segundo a assessoria, o reajuste de 10% dos meses agosto e setembro já foram acrescentados à folha de pagamento e o valor do tíquete também será retroativo.


“Algumas empresas pagaram o reajuste retroativo, mas outras não e ainda houve desconto dos dias parados, antes mesmo de sair o resultado do julgamento sobre a ilegalidade ou não das paralisações”, afirmou Benílson Custódio.


Saiba mais

Com 10% de reajuste julgado pelo TST passa a ser o salário dos motoristas R$ 1.765,50
R$ 1.141,69 passa a ser o salário dos fiscais
R$ 812,13 passa a ser o salário dos cobradores
R$ 188,32 passa a ser o valor do tíquete-alimentação

 
Sistema de Transporte Público de Passageiros
2 milhões de usuários são transportados por dia na RMR
3 mil ônibus circulam na RMR
24 mil funcionários atuam na operação do sistema

Diário de Pernambuco

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Transparência no lugar da caixa-preta

Créditos: Guto de Castro/Acervo

Que a qualidade do transporte público no Brasil deixa muito a desejar, não é nenhuma novidade. A mudança na forma de olhar o sistema não passa apenas pelos investimentos que precisam ser feitos no setor, mas também na transparência de como as operações são realizadas. No imaginário coletivo, a famosa “caixa-preta” esconde ou simula a verdade da receita e o custo da operação do sistema. Entre verdades e mitos, o fato é que essas contas nunca ficaram mesmo às claras e para resgatar a confiança no sistema é preciso fazer mea-culpa e começar a agir com transparência.

A má fama que o atual modelo carrega é resultado, segundo o presidente da Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, do silêncio dos empresários e omissão dos órgãos gestores. “Essa é uma questão muito mal resolvida. Nas manifestações pela redução da tarifa, os empresários ficaram calados e o poder público, que estabelece o valor, também se calou. Via de regra, isso vem acontecendo”.

Ainda, segundo Cunha, falta clareza. “A gente não tem sabido explicar e esse número é para ser público. O órgão gestor tem obrigação de saber como a operação é feita. E hoje com a bilhetagem eletrônica não tem como não saber”, afirmou. A razão é simples: o sistema eletrônico permite identificar quantos passageiros passam pela catraca, quantas viagens são feitas e quantos quilômetros cada ônibus percorre em um dia. “Nós temos como saber quanto entrou de receita e com a quilometragem percorrida há indicadores para avaliar desgaste de pneus e combustível”, detalhou.
Fazer as contas e disponibilizá-las para o público é o caminho mais transparente que os especialistas da área apontam. “No próprio site do órgão gestor essa tabela de custos pode ser disponibilizada e atualizada a quem interessar”, ressaltou Marcos Bicalho, diretor administrativo da NTU. Na RMR, o site do Grande Recife Consórcio não dispõe de informações a respeito da planilha de custos da operadoras.

Na RMR, são transportados por dia cerca de 2 milhões de usuários e uma frota de três mil ônibus. Foi o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros que revelou dados do custo de operação para justificar a incapacidade de dar um aumento de 10% aos empregados do sistema e mais um reajuste de 75% no tíquete alimentação. A queda de braço entre patrões e empregados penaliza o usuário com as paralisações.

“Nós estamos com um déficit de quase R$ 7 milhões por mês e a saída está sendo usar o fundo da renovação da frota para alimentar o sistema”, revelou o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, em entrevista coletiva.

O déficit pegou todo mundo de surpresa, até mesmo o presidente do órgão gestor, Nélson Menezes, que na ocasião disse ser necessário um estudo para a avaliar a existência ou não de um buraco no sistema. Alheio às contas, o usuário também tem dúvidas sobre a matemática do sistema.

A lei anticorrupção também no transporte
Aprovada em 2013 após as manifestações populares de junho, a Lei 12.846/13, também conhecida como lei anticorrupção, pode ajudar a mudar a imagem do sistema. As empresas de ônibus sempre tiveram a imagem associada aos financiamentos de campanhas eleitorais. Não por acaso, o tema foi destaque do último seminário promovido pela Associação das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

O puxão de orelha nos empresários é para usar da transparência em todas as áreas. “Quanto mais transparente, melhor. A lei anticorrupção vai apertar cada vez mais e a sociedade está cobrando isso”, afirmou o diretor administrativo da NTU, Marcos Bicalho. Segundo ele, a licitação do sistema servirá para deixar as regras mais claras. “Na licitação, se firma um contrato com direitos e deveres. Nem mais, nem menos. O que possibilita uma melhor transparência do processo.”

A advogada Rogéria Gieremek, gerente executiva de Compliance traduziu para o setor as várias vertentes da legislação, que não pode ser ignorada pelas empresas em qualquer ramo. “A grande novidade dessa lei é que ela não pune apenas pessoas, mas as empresas também são responsabilizadas. E ela pode, inclusive deixar de existir. Além disso, a prisão é uma consequência possível”, alertou.

Ela também ressaltou a responsabilidade objetiva. Qualquer irregularidade na empresa, o proprietário é diretamente responsável e não poderá dizer que não sabia.

Saiba mais
Receita da tarifa R$ 76.349.619,67
Folha de pessoal R$ 38.433.176,30
Combustível R$ 14.798.710,99
Depreciação R$ 7.767.306,29
Lucro R$ 4.344.266,30
Impostos R$ 6.184.319,19
Peças R$ 6.067.015,08
Gratuidade R$ 5.409.857,26
Custo total R$ 83.004.651,42
*Déficit mensal R$ 6.655.031,75

Tributos e desonerações das atividades das empresas operadoras na RMR
- IPVA PE – 1% sobre o valor do veículo
- ISS – Reduziu de 5% para 2% sobre o faturamento
- RST (Remuneração por Serviços Técnicos) – 5,5% sobre o faturamento
- COFINS – 3% (cobrança suspensa, atualmente está em 0%)
- PIS – 0,65% (cobrança suspensa, atualmente está em 0%)
- CSLL – 12% (Contribuição Social sobre Lucro Líquido)
- Contribuição social – reduziu 2% sobre o faturamento
- Encargos sociais – 70% sobre o salário. Não houve redução
-Tributos incidentes sobre os insumos (pneus, peças e acessórios, combustível), ICMS, IPI, PIS, COFINS

Fonte: Urbana-PE

Blog Mobilidade Urbana

TST mantém reajuste de 10% para salários e vale alimentação dos rodoviários



O Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovou,na tarde desta segunda-feira, o aumento de 10% nos salários e tíquete alimentação dos rodoviários de Pernambuco. A decisão foi tomada por cinco votos a favor e dois contra, no julgamento iniciado por volta das 13h30, na Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC), em Brasília.


O índice, arbitrado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região no julgamento do dissídio coletivo da categoria, foi questionado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco, mas a SDC deu provimento apenas parcial ao recurso, modificando a decisão do TRT na cláusula referente ao auxílio-alimentação, corrigindo-o no mesmo índice adotado para os salários.


Na cláusula sobre o auxílio-alimentação, a SDC deu provimento ao recurso. O benefício foi aumentado de R$ 171 para R$ 300 (no percentual de 75,43%) pelo TRT-PE, mas, segundo o relator, ministro Fernando Eizo Ono, a jurisprudência da SDC é no sentido de que a correção acima dos níveis concedidos para os salários extrapola os limites do poder normativo da Justiça do Trabalho, por importar custo financeiro às empresas. Por maioria, a SDC restringiu o reajuste aos 10% aplicados aos salários.


Ainda para o relator, apesar da vedação à correção de salários com base em índices de preços, o parágrafo 2º do artigo 13 da Lei 10192/2001 permite a concessão de aumento real sob o prisma da produtividade, desde que fundamentado em indicadores objetivos, vinculados ao desempenho econômico no segmento das empresas diretamente envolvidas no dissídio coletivo. No caso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de transportes e serviços auxiliares teve crescimento de 14,7%.


A manutenção do reajuste arbitrado pelo Regional levou em conta também que, os sindicatos patronais, ao longo das negociações, apresentaram proposta de reajuste com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, de 6,06%. O relator cita informações de que as empresas de transporte coletivo de Pernambuco movimentam R$ 80 milhões e usufruem de diversas isenções fiscais e previdenciárias concedidas pelo governo estadual e federal ao setor, como a isenção do ICMS do diesel e a redução de 20% para 2% da alíquota sobre a folha de pagamento para a Previdência Social.


O voto considera também o parecer do Ministério Público do Trabalho, segundo o qual o nível salarial mais baixo da categoria – o de cobrador – é apenas R$ 14 superior ao salário mínimo nacional. Outro ponto ressaltado foi o de que a decisão sujeitou o reajuste de 10% à compensação de quaisquer outros reajustes, legais ou espontâneos, já concedidos no período imediatamente anterior.


Os mesmos fundamentos foram adotados para negar provimento ao recurso quanto à cláusula relativa aos pisos salariais, reajustados também em 10%. No caso das diárias, auxílio-funeral e indenização por morte ou invalidez, ficou mantido o reajuste de 6,06% concedido pelo TRT-PE.


Ficaram vencidos os ministros Ives Gandra Martins Filho e Dora Maria da Costa, que davam provimento ao recurso para conceder reajuste de 6% nos salários e nas demais cláusulas econômicas. Para a divergência, a concessão de aumento real deve estar condicionada à negociação coletiva.


Ao manifestar seu voto no mesmo sentido do relator, o ministro Walmir Oliveira da Costa lamentou "a violência com que a categoria recebeu o efeito suspensivo" do reajuste deferido pelo presidente do TST, ministro Barros Levenhagen, em agosto. "É fato público e notório que, em razão da suspensão do reajuste de 10%, houve depredações e queima de ônibus", afirmou. Para o ministro Walmir, a violência não se justifica. "Sei que é uma minoria, e não a totalidade da categoria, mas caberia ao advogado do sindicato dos trabalhadores pedir a reconsideração da decisão à Presidência do TST, e o ministro Levenhagen examinaria o pedido com sensibilidade para evitar maior prejuízo à coletividade".

Diário de Pernambuco

domingo, 7 de setembro de 2014

Sem corredor segregado, BRTs brigam por espaço nas ruas do Grande Recife

Não estava no script. Ver os BRTs (Bus Rapid Transit) brigando por espaço em seu próprio corredor, não só com ônibus convencionais, mas, principalmente, com o transporte individual, não era previsto ainda em 2010, quando o governador Eduardo Campos começou a pensar em adotar o sistema, criado há 40 anos por Curitiba (PR) e universalizado com o Transmilenio, de Bogotá (Colômbia), em 2000. A falta de planejamento, consistência dos projetos e o atraso escabroso das obras são os responsáveis por deixar o BRT capenga, sem o R de Rapid, rapidez.



Além de incomodar ver os imponentes BRTs espremidos entre coletivos comuns e carros, a disputa por espaço está afetando a operação, reduzindo a velocidade dos veículos entre 50% e 75%. Não era o planejado para o sistema usado e abusado nos discursos governamentais como a solução para a mobilidade da Região Metropolitana do Recife.

O consolo é que a descaracterização dos projetos de BRT não é vista apenas no Via Livre, nome do modelo pernambucano. É praticada, mesmo que pontualmente, em alguns projetos. Não na proporção do Recife, é verdade. Três dos quatro mais recentes sistemas de BRTs criados no Brasil têm trechos não segregados, mas a diferença é que foram corredores totalmente novos, construídos e, não, adaptados ou remendados como o Via Livre.


O mais antigo, o TransOeste, no Rio de Janeiro, inaugurado em 2011, possui oito dos 56 Km de extensão em tráfego misto; o MOVE de Belo Horizonte, inaugurado em junho, tem 1,8 Km em que os BRTs dividem o espaço com veículos comuns dos 17,4 Km do corredor; e o Expresso DF Sul, de Brasília, possui 8,8 de via mista dos 36,2 Km em operação. Nesse caso, o trecho fica no Eixão, área de preservação histórica, o que impediu a mudança do pavimento para concreto ou qualquer tipo de segregação. Já o TransCarioca, o segundo BRT do Rio de Janeiro, em operação desde junho, não tem nenhum trecho misto nos seus 39 Km. Os quatro projetos tiveram a consultoria de entidades especializadas na implantação do sistema, como a Embarq Brasil e o ITDP Brasil.

Os corredores do Via Livre (Leste-Oeste, ligando Camaragibe ao Centro do Recife, e o Norte-Sul, entre Igarassu e a capital), além de estar ainda no início da operação, têm grandes extensões de disputa entre BRTs, ônibus comuns e automóveis. Situação potencializada pelo fato de que os corredores foram adaptações do que já existia e, não, uma construção nova. Onde há mais de uma década já existia segregação para os ônibus, ela permaneceu. Em trechos onde não havia prioridade, a promessa do governo é promovê-la, ao menos parcialmente. Hoje, do jeito que está, o Corredor Leste-Oeste possui 6,7 Km de tráfego misto dos 14,6 Km de extensão, e o Corredor Norte-Sul 5,7 Km dos 13 que estão em operação.

Na Avenida Cruz Cabugá, por exemplo, chega a dar pena ver o BRT tendo que abrir espaço para automóveis, mesmo na área das estações. A cena se repete na Avenida Belmino Correia, em Camaragibe, na Avenida Benfica, na Madalena, ou com os ônibus convencionais na Avenida Conde da Boa Vista. “Além de atrasar a viagem em pelo menos 40 minutos, estressa a gente. Temos que ter uma atenção redobrada para não danificar o veículo. É uma pena não termos a via segregada”, reclama Eduardo Gomes, motorista da única linha em operação do Norte-Sul. A falta de segregação provoca, inclusive, danos físicos. A Estação Tacaruna, na Cruz Cabugá, teve o teto externo danificado por uma carreta que passou na área apesar da altura superior à permitida – 3,9 metros.

Teto da estação BRT do Shopping Tacaruna foi danificado por carreta.
Créditos: JC Online/Divulgação


As descaracterizações dos BRTs foram discutidas e criticadas durante o Seminário Nacional 2014 da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte de Passageiros), realizado na semana passada em Brasília. “Vivemos uma época em que os sistemas de BRT já evoluíram tanto que ganharam mais um R, de confiabilidade (reliability, em inglês). O passageiro não espera apenas o conforto do veículo e do embarque. Ele quer a confiabilidade do serviço e, no tráfego misto, é impossível o BRT conseguir essa eficiência”, alerta o diretor-presidente da Embarq Brasil e maior garoto-propaganda do BRT no País, Luis Antônio Lindau.




GOVERNO MINIMIZA IMPACTOS
O governo de Pernambuco minimiza o impacto da briga por espaço viário que o BRT Via Livre está travando nas ruas. O presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Nelson Menezes, pondera que os trechos de tráfego misto são poucos e que não havia como segregar os corredores nessa fase de implantação. Segundo ele, com as obras em execução, o impacto sobre os automóveis e os ônibus comuns seria ainda maior.


“A sociedade e a imprensa já estão promovendo uma enorme grita na Avenida Caxangá, onde o BRT trafega isolado, porque deixamos apenas duas faixas para o tráfego do restante dos veículos. Imagine se fôssemos separar os corredores em vias como a Avenida Cruz Cabugá? Por isso a operação começou sem o isolamento”, argumentou o presidente do GRCT, ponderando que em dezembro os dois corredores de BRT – Leste-Oeste e Norte-Sul – deverão ser totalmente concluídos.

Segundo Nelson Menezes, o tráfego misto tem impactado nos resultados do BRT, mas ainda não é tão prejudicial porque o sistema está em implantação. Mesmo assim, a redução de velocidade é fato: o Corredor Norte-Sul deveria ter velocidade operacional de 24 km/h e está em 16 km/h, enquanto o Leste-Oeste foi projetado para desenvolver, no mínimo, 22 km/h e está em 18 km/h, graças à faixa exclusiva da Avenida Caxangá.

BRT divide espaço com ônibus convencionais na Conde da Boa Vista
Créditos: Michele Souza/JC Imagem

Mas, mesmo em dezembro, prazo final prometido pelo Estado, serão vários os trechos em que os BRTs continuarão trafegando misturados a ônibus e/ou carros. Corredor Norte-Sul: Complexo de Salgadinho, Rua da Aurora, Ponte Princesa Isabel, Praça da República. Corredor Leste-Oeste: Avenida Belmino Correia, Rua Benfica, Derby, Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes.


JC Online

Linhas de ônibus sofrem mudança de itinerário em Caruaru

Créditos: Bruno Henrique/Orkut


Visando aperfeiçoar o sistema de transporte coletivo em Caruaru, a DESTRA, autarquia responsável pelo gerenciamento do transporte público da cidade, realizou mudanças em duas linhas de ônibus, além de criar um novo trajeto para atender aos moradores.

A primeira mudança ocorreu na linha 110 - São José, operada pela empresa Capital do Agreste. Ele agora está passando pela estrada de Gonçalves Ferreira e deixou de atender ao bairro das Rendeiras, na zona leste de Caruaru. Com isso, o tempo estimado de viagem foi reduzido para 60 minutos, dando mais agilidade aos passageiros que precisam se deslocar ao centro da cidade.

Já a linha 109 - Rendeiras, também operada pela Capital do Agreste, ganhou mais um ônibus em sua frota, passando a contar com oito coletivos. Com isso, o intervalo entre as viagens foi reduzido de doze para oito minutos nos horários de pico, e dez minutos no fora pico.

Já a comunidade de Lagoa de Pedra, na zona oeste de Caruaru, vai ganhar uma linha de ônibus. Será a 143 - Lagoa de Pedra (via Village). A mudança atende a um pedido dos moradores, que dependiam da linha rural de Vila Maniçoba para ter acesso ao centro da cidade.

A linha sairá de Lagoa de Pedra e seguirá pela comunidade do Village, Rua Mestre Vitalino (Alto do Moura), Avenida Leão Dourado (Caiucá), rua Dalton Santos, rua Paralela, rua Djalma Dutra, rua 15 de novembro, rua dos Expedicionários, rua Vigário Freire, rua Duque de Caxias, rua 13 de Maio, rua Joaquim Távora, rua Leão Dourado, rua Mestre Vitalino, Village, Lagoa de Pedra.

O ônibus sairá de hora em hora da comunidade Lagoa de Pedra, entre as 6 e 8 da manhã, 11hs à 14hs, 17hs às 19hs e 22hs às 23 hs. A tarifa será a mesma das demais linhas urbanas, no valor de R$ 2,10. 

De acordo com a assessoria da Destra, as mudanças ainda estão em fase de testes, e reclamações devem ser feitas no telefone (81) 3701-1173.

Com informações, G1 e Jornal de Caruaru

A mobilidade e as eleições de 2014

Créditos: Agência Estado

Engana-se quem acredita que os desafios em mobilidade urbana devem estar apenas na pauta municipal e não nas campanhas dos candidatos à Presidente e governos estaduais. A história recente tem mostrado que governo federal e estados tem papel importantíssimo, sendo responsáveis pela maior parte dos investimentos públicos em transporte, habitação e saneamento.

Mesmo nos projetos municipais, como por exemplo BRTs ou corredores de ônibus, a participação federal é decisiva. Sobretudo se os recursos vierem, como de fato vem (salvo raras exceções) de empréstimos da Caixa Econômica Federal e do BNDES. A participação do Governo Federal com recursos a fundo perdido (OGU) ainda é tímida se comparada, por exemplo,à política habitacional.
Cabe ao governo federal estabelecer políticas públicas integradoras em seus programas de governos.


A desarticulação entre as políticas em distintas esferas (federal, estadual e municipal) é grave, precisa ser revista do ponto de vista institucional e compromete o desenvolvimento urbano sustentável de nossas cidades. Já a desarticulação entre políticas de um mesmo nível de governo é absolutamente inaceitável!

Vemos constantemente políticas que não dialogam entre si. Como os Planos de Saneamento, Diretor, Mobilidade e Resíduos Sólidos. Estes planos estão dialogando com os aportes financeiros do governo federal e estadual? Os planos de mobilidade, saneamento e diretor de cada município estão sendo levados em consideração na construção das milhares de unidades do programa Minha Casa Minha Vida?

Em âmbito estadual o desafio é enorme e caro. Cabe, segundo nossa constituição, aos estados os transportes por trilhos, seja ele metrô ou trem. Esse alto custo leva os governos estaduais a tomarem empréstimos do governo federal. Também é fundamental analisar o impacto urbano causado por grandes obras de infraestrutura nas cidades. Estão seguindo as diretrizes do plano diretor e de mobilidade? Estão refletindo sobre os impactos nos entornos das estações e da área de abrangência do projeto? Isso mostra, mais uma vez, a importância de termos agências de planejamento metropolitano.


Do ponto de vista da política econômica outra questão merece esclarecimento dos candidatos: manteremos o incentivo à compra do automóvel e, ao mesmo tempo, a CIDE zerada? Estudos recentes da UFPR indicam que os resultados dessa política de incentivo à compra de automóveis para o crescimento da economia e geração de empregos foram pífios. Do outro lado os custos com congestionamentos, segundo recente pesquisa da Firjan chegam a R$ 29 bilhões apenas no Rio de Janeiro. Com esse valor seria possível construir o equivalente a 4 vezes a rede atual de metrô da cidade por ano. Isso sem contar os custos ambientas ou com saúde e vítimas de trânsito, que segundo dados do IPEA custam cerca de R$ 40 bilhões de reais por ano, ou um pouco mais que um terço do total investido em mobilidade urbana pelo atual governo federal.

Se ainda não está convencido do papel que a mobilidade merece nessa eleição presidencial lhe apresento mais um argumento: em abril de 2015 vence o prazo estabelecido pela Lei 12.587 para que as cidades com mais 20.000 habitantes concluam seus planos municipais de mobilidade urbana. Caso não tenham seus planos até essa data serão impedidos de acessar recursos do governo federal para mobilidade. O próximo presidente manterá essa data? Ou como no caso dos planos de saneamento o prazo será adiado?

Por fim deixo um desafio e uma proposta para o próximo presidente. Hoje, de acordo com dados da ANTP, cerca de 40% dos deslocamentos feitos nas cidades são por meio não motorizado (a pé ou bicicleta). Mas não há uma linha sequer exclusiva de financiamento para o transporte não motorizado em âmbito federal. Se dos R$ 143 bilhões tivéssemos destinado 1% para infraestrutura cicloviária poderíamos ter construído 7.150 km de ciclovias.


Pedro Torres é especialista e mestre em Planejamento Urbano pelo IPPUR/UFRJ. Atualmente é Gerente de Políticas públicas no ITDP Brasil.

 
MDA/Blog Mobilidade Urbana

sábado, 6 de setembro de 2014

Biometria digital nos ônibus do Grande Recife para combater fraudes

Créditos: Michele Souza/JC Imagem

Em tempos de discussão sobre a coerência entre custo e qualidade do transporte público urbano brasileiro, a Região Metropolitana do Recife começa a testar a biometria digital, uma ferramenta fundamental para acabar com as fraudes no uso das gratuidades, que encarecem a operação e terminam sendo bancadas pelo usuário que paga a passagem inteira. Por enquanto, apenas 39% dos passageiros que possuem o benefício da gratuidade estão aptos a fazer uso da nova tecnologia nos ônibus. Mas a meta é incluir todos até o ano que vem. O público alvo principal no Grande Recife são os usuários do cartão VEM Livre Acesso e do VEM Estudantil. Em muitas cidades brasileiras os idosos também integram o grupo, mas por enquanto não há previsão para eles iniciarem o cadastro biométrico no sistema metropolitano recifense.


Segundo informações da Urbana-PE, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco, 60% da frota de 3.600 ônibus em circulação no sistema já está com o equipamento embarcado, composto de um leitor digital, que fica integrado ao leitor dos cartões VEM, ao lado da catraca. A operação da ferramenta é simples: depois de fazer o cadastro no Posto do VEM, na Boa Vista, Centro do Recife, o passageiro embarca normalmente no ônibus e, ao apresentar o cartão, é solicitada a digital. “A partir daí basta a pessoa deslizar o dedo sobre o leitor digital. Antes, será indicado qual o dedo ele deverá utilizar, escolhido previamente durante o cadastro. Evitar a fraude é uma consequência da biometria digital. O que a Urbana–PE busca ao adotar a tecnologia é moralizar o uso da gratuidade”, argumenta o superintendente.


Segundo Pedro Ferreira, embora as fraudes com o uso do benefício sejam constantes no sistema, é difícil flagrá–las. “Quando a pessoa passa o mesmo cartão de Livre Acesso, por exemplo, duas, três, quatro vezes no mesmo ônibus, percebemos e bloqueamos o cartão. A pessoa é obrigada a comparecer ao Posto do VEM, nós alertamos sobre o uso indevido e, acontecendo novamente, até suspendemos o benefício. Mas quando a fraude é mais camuflada, fica difícil”, afirma.


Por enquanto, os 39% dos passageiros que têm direito à gratuidade e já fizeram o cadastramento dividem-se da seguinte forma: 100% dos estudantes universitários, 30% dos estudantes secundaristas, 100% dos rodoviários e 35% do VEM Livre Acesso. “O processo de cadastramento leva tempo porque precisamos atrair os usuários. Mas estamos cumprindo um cronograma. A medida que as pessoas vão atualizar o cadastro dos cartões, retirar a primeira ou a segunda vias nós fazemos o cadastramento biométrico. Nossa meta é atingir 100% dos grupos que têm direito à gratuidade”, garante Pedro Ferreira.


A biometria digital está sendo bancada pelos empresários do sistema. Custa R$ 5 milhões, em média, incluindo os equipamentos embarcados nos ônibus e o software. Nas ruas, a população em sua maioria ainda desconhece a tecnologia. Mas quem usou aprova. “Trabalhei num ônibus no último domingo que possuía o validador digital e alguns passageiros precisaram colocar o dedo para comprovar que eram os titulares dos cartões de Livre Acesso. Funcionou sem problemas. Acho correto porque só deve usar o benefício quem de fato tem direito”, defende a cobradora da linha Brejo, Joana Oliveira, há 15 anos na profissão.


BENEFÍCIOS SÃO FATO, MAS TAMBÉM HÁ ÔNUS
Os benefícios da biometria digital no combate às fraudes no uso das gratuidades são fato, comprovados inclusive por instituições técnicas, como a Associação Nacional das Empresas de Transporte de Passageiros (NTU). Mas nem tudo são bônus. Falhas na leitura do validador acontecem, assim como é comum a falta de habilidade dos passageiros e operadores, criando conflitos no interior dos ônibus e retardando o embarque, principalmente quando os idosos passam a fazer parte do processo.


Levantamento feito pela NTU com base na experiência de algumas cidades mostra que isso é verdade. No caso dos idosos, o fato de possuírem os sulcos ou ranhuras dos dedos já gastos dificultam o reconhecimento pelo leitor biométrico. O acúmulo de sujeira no leitor também influencia na exatidão da autenticação, por isso ele deve ser limpo constantemente. “Percebe-se, em alguns casos, o aumento do tempo de embarque (dwell time) dos usuários, o que provoca a redução da velocidade comercial dos coletivos.


O atraso também gera aumento das filas de ônibus nos pontos de embarque e desembarque ao longo de itinerários e, consequentemente, a formação de comboios. Mas é indiscutível os benefícios da biometria. A questão é usar uma boa tecnologia e fazer a manutenção devida”, argumenta o diretor administrativo da NTU, Marcos Bicalho. Atualmente, pelo menos 15 cidades brasileiras já possuem a biometria digital ou estão em fase de implantação.


BIOMETRIA FACIAL
Há quem defenda que a biometria digital já é coisa do passado e que a tecnologia ideal, moderna, é a facial, ou seja, de reconhecimento da face. A diferença é que, atualmente, a biometria facial não é feita em tempo real. “A identificação do passageiro é realizada no ônibus, mas os dados são checados e confirmados apenas quando o coletivo retorna à garagem. Funciona, mas o ideal é que fosse em tempo real, exatamente para evitar a fraude. Não conheço sistemas que façam uso dessa tecnologia em tempo real”, argumenta Marcos Bicalho.

JC Online

Ônibus é o meio de transporte preferido pelos brasileiros para viajar



O ônibus é o meio de transporte preferido pelos brasileiros para viajar, revela pesquisa anual feita pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e Instituto Ipsos com mil brasileiros em 70 cidades das cinco regiões do país. De acordo com o levantamento, divulgado hoje (5), no Rio, 46,6% dos entrevistados optaram pelo ônibus. Em comparação à sondagem do ano passado, o crescimento atingiu 5 pontos percentuais.


O transporte coletivo rodoviário colocou na segunda opção o carro de passeio (41,2%), que liderou a preferência dos viajantes em 2013. Conforme indica a pesquisa, as viagens de avião mantiveram relativa estabilidade: 13,6%, em 2013, e 13,3% este ano.


Economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos recordou, em entrevista à Agência Brasil, que nos quatro anos da pesquisa, iniciada em 2011, o ônibus foi majoritário como opção para viagens até 2012, sendo ultrapassado pelo carro de passeio em 2013. Segundo ele, isso ocorreu em razão dos incentivos governamentais para compra do automóvel, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).


Destacou que, entre 2013 e 2014, o brasileiro reduziu o consumo. "Indicadores da Fecomércio-RJ e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram isso", salientou. "Então, o que valeu para o consumo em geral também valeu para viagens, principalmente porque, quando você corta despesas, focado em honrar compromissos já assumidos, percebendo impacto da inflação no bolso, o arrefecimento da geração de empregos, além dos juros em elevação, é natural que corte despesas menos essenciais. O lazer é o que sofre primeiro na hora do corte de despesas das famílias".


Para Christian Travassos, a viagem de ônibus se tornou mais atraente por causa do preço. De acordo com a pesquisa, houve, também, queda na intenção de viajar dos brasileiros. No ano passado, 30,7% dos consultados se declararam viajantes. Esse número caiu para 24% em 2014, ficando abaixo do apurado em 2012 (28,1%). Houve queda no uso do automóvel em viagens e no percentual de brasileiros viajantes este ano. Aumento da inflação e dos juros e redução do emprego fizeram o brasileiro diminuir o consumo, de modo a manter o poder aquisitivo. "O lazer é um dos primeiros cortes no orçamento", reiterou o economista.


As viagens dentro do próprio estado em que moram continuou liderando a preferência dos consultados, com 63,9% - 10 pontos percentuais a mais que na pesquisa de 2013. As viagens para fora do estado somaram 40,2%. Já as internacionais subiram de 1,6%, em 2013, para 1,9% em 2014. O motivo mais citado para as viagens são lazer ou férias, com 53,5%, seguido por visita a parentes ou amigos, com 42,5%.


O economista salientou que, entre os meios de hospedagem, casa de parentes ou amigos continua sendo a primeira opção dos brasileiros, com 71,7%. Na sequência, hotel ou pousada, com 19%, e apartamento próprio ou alugado, com 9,8%.


A sondagem avaliou, ainda, o que os brasileiros acham da qualidade dos serviços turísticos oferecidos. De maneira geral, a constatação é que aumentou a qualidade da estrutura turística de todos os itens avaliados, incluindo segurança, sinalização urbana, rodovias, aeroportos, hotéis, bares e restaurantes, limpeza urbana, rodoviárias e serviços de informações turísticas. Nenhum, porém, atingiu nota 7.


O segmento hotéis recebeu a maior nota (6,9), enquanto o de bares e restaurantes conseguiu 6,4 na avaliação. A menor nota (4,6) foi para segurança pública, embora tenha havido avanço de 0,8 ponto percentual em relação à pesquisa do ano passado. Rodovias e aeroportos receberam 6,3 cada, cabendo aos serviços de informações turísticas, sinalização urbana e rodoviárias a nota 5,9. Já para limpeza urbana, a nota foi 5,7.


Christian Travassos observou que o resultado da pesquisa sinaliza que ainda há muita coisa a ser melhorada. "Há uma agenda a ser cumprida. Nós tivemos uma ótima Copa [do Mundo], mas isso não significa que todos os problemas estão resolvidos. A pesquisa corrobora o que o senso comum já identificou", comentou o representante da Fecomércio-RJ.

Diário de Pernambuco

Para onde está caminhando o transporte público no Grande Recife?

Créditos: Agência Estado

Um ano e três meses após os protestos de junho de 2013, a população ainda aguarda melhorias no transporte público. Persistem os ônibus lotados, longas filas, falta de informações e o trânsito travado. Somente na Região Metropolitana do Recife, quase mil viagens deixam de ser realizadas por dia em razão dos congestionamentos. Nem os R$ 50 bilhões disponibilizados pelo governo federal após os protestos pela melhoria do transporte no país tiveram resultados práticos.

Dos R$ 143 bilhões destinados a obras de mobilidade, apenas 10% foram utilizados. O BRT, principal aposta de mobilidade na Copa, funcionou com limitações na maioria das cidades-sede em decorrência de atrasos nas obras. O Recife não conseguiu, ainda, operar 100% da capacidade dos corredores, dois meses após o fim do mundial. Ainda engatinhamos nas discussões sobre os salários dos rodoviários e o valor da tarifa, e não avançamos na questão da qualidade do serviço, usado por cerca de 2 milhões de usuários/dia.


O modelo não atende mais às necessidades de uma clientela cada vez mais consciente, com menos tolerância para sofrer em um transporte que custa a andar. Até domingo, o Diario coloca em discussão o funcionamento do Sistema de Transporte de Passageiros na RMR.


O Brasil se surpreendeu com a explosão das manifestações de junho de 2013 pela melhoria do transporte público. Nunca a necessidade de melhoria do sistema foi tão evidente. As mobilizações começaram em São Paulo, pela revogação de um aumento de R$ 0,20 na tarifa. Mas já se sabia que a raiz do problema não estava no reajuste. Como não está até hoje.


O congelamento das tarifas não satisfaz quando o serviço não é satisfatório. E não há sinais de melhoria. Nem mesmo as desonerações tributárias oferecidas em alguns estados e municípios serviram para mudar o quadro atual. Há uma longa distância entre fazer o sistema funcionar aos trancos e barrancos e manter um serviço regular, eficiente, seguro e confortável.


Enquanto espera por um ônibus comum em uma parada na Rua do Sol, Centro do Recife, o biólogo Diogo Aguiar, 27, que usa três conduções por dia, reclama do tempo que perde nos deslocamentos. “Eu gasto em média uma hora e 20 minutos no trajeto, mas com a integração pago apenas uma passagem de R$ 2,15. Eu não me importaria em pagar um pouco mais se o serviço fosse melhor”, diz ele.

No modelo atual, as contas do sistema ficam nas costas dos usuários. O consenso entre os especialistas é que não é mais possível custear todo o sistema com a tarifa. O sinal de alerta acendeu e revela que a saúde do sistema está comprometida. “O quadro é grave. O que se arrecada não é suficiente. As empresas estatais estão tendo déficits crescentes com a canibalização dos serviços e os equipamentos que não se renovam. É a desorganização do sistema”, alertou o especialista Frederico Bussinger, do Instituto de Desenvolvimento Logístico, Transporte e Meio Ambiente (Idelt).

O anúncio de um déficit mensal de R$ 7 milhões pelo Sindicado das Empresas de Transporte Urbano (Urbana-PE), não foi surpresa para os especialistas. “Não é apenas o Recife que passa por essa crise. Esse modelo é insustentável, e há o agravante das tarifas congeladas e sem nenhuma outra fonte de receita”, disse o diretor-administrativo da NTU, Marcos Bicalho.

A lógica é que a conta também seja dividida com os beneficiários do transporte público, como os usuários de carros. “Quanto mais gente estiver no transporte público mais espaço sobra para o carro. E não há nenhum tributo para beneficiar o transporte público’, ressaltou o urbanista em mobilidade sustentável, Nazareno Stanislau Affonso, do Movimento pelo Direito ao Transporte (MDT).

A criação de um fundo para o transporte público e redirecionamento de verbas para projetos a curto prazo são urgentes. “Com 10% dos R$ 50 bilhões oferecidos pelo governo, seria possível construir 4 mil km de faixas exclusivas e isso traria um ganho significativo na redução do tempo das viagens”, afirmou Otávio Cunha, presidente-executivo da NTU.

Saiba mais
10 propostas para melhoria do sistema de transporte

Instalar e ampliar faixas exclusivas nos corredores de transporte

Equipar paradas e abrigos de ônibus com informações das linhas

Cobrar pedágio urbano nos centros para estacionamento de veículos

Proibir estacionamento em todas as vias de corredores de transporte

Criar tributos na compra de veículos e na gasolina para fundo do transporte público

Ampliar as redes de integração do sistema de transporte

Destinar IPTU de imóveis de grande porte para o transporte público

Discutir a gratuidade em órgãos como Correios e Polícia Militar

Aumentar a eficiência da fiscalização dos beneficiários com a gratuidade

Fonte: ANTP;NTU e MDT

Diário de Pernambuco

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Audiência entre rodoviário e sindicato do empresários do setor termina sem conciliação

Créditos: Bobby Fabisak/JC Imagem


A audiência de conciliação e instrução a respeito da legalidade das paralisações dos rodoviários realizada na tarde desta terça-feira acabou sem acordo. A reunião no Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região contou com representantes do Sindicato dos Rodoviários e do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE). Pela falta de acordo, o vice-presidente do TRT-PE, o desembargador Pedro Paulo Nóbrega, marcou o julgamento do processo para a próxima terça (09), às 10h.

O julgamento contará com 19 desembargadores que deverão decidir se as últimas paralisações de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus foram ilegais. Na última sexta-feira (29), Pedro Paulo, em liminar, considerou as manifestações como não abusivas. Porém, o desembargador exigiu que 80% dos ônibus circulassem no horário de pico, de 5h30 às 9h e de 17h às 20h.


Caso ocorra descumprimento da norma, o sindicato dos rodoviários terá que pagar multa de R$ 50 mil por dia. A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho (TST) julga, na próxima sexta-feira, o recurso do Urbana-PE relacionado ao salário e ao auxílio-alimentação.

MOTIVO DA PARALISAÇÃO - A categoria está realizando paralisações por não aceitar a retirada dos 10% de reajuste que tinha conquistado no final do mês de julho. As empresas de ônibus entraram na justiça alegando que não tinham como pagar os 10% e o reajuste acabou caindo para 6%. O mesmo aconteceu com os tíquetes-alimentação. A justiça tinha dado um aumento de 75%, mas a liminar conseguida pelas empresas derruba esse valor. Com isso, o valor cai de R$ 300 para R$ 180.

JC Online
 

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