Créditos: Guto de Castro/Acervo
Os rodoviários estão divididos sobre os rumos da categoria diante do resultado do julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que manteve o reajuste de 10% sobre os salários, mas reduziu o percentual do reajuste do tíquete-alimentação de 75% para 10%.
Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, os motoristas, cobradores e fiscais decidiram aguardar que o acordão seja publicado pelo TST para tomar uma posição, que pode incluir mais paralisações. Uma nova assembleia está marcada para as 15h30 de hoje, na sede do sindicato, no bairro de Santo Amaro, no Recife.
A assessoria jurídica da classe orienta pela retomada do processo de negociação apenas na campanha salarial de 2015.Os advogados consideram as conquistas surpreendentes e apontam o risco dos trabalhadores perderem o reajuste conquistado, caso o processo siga no Superior Tribunal Federal (STF). O advogado Ricardo Estevão acredita que o acórdão seja publicado em cerca de 10 dias.
De acordo com a decisão do TST, o
valor do tíquete passa de R$ 171 para R$ 188. O percentual fica abaixo
do que havia sido definido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT)
da 6ª Região, que havia votado pelo reajuste de R$ 75% com o qual o
tíquete passaria para R$ 300. Os empresários recorreram ao TST da
decisão do TRT e divulgaram um déficit nas contas do setor de R$ 7
milhões por mês.
O resultado do TST não agradou aos rodoviários. Em entrevista coletiva, a diretoria eleita comunicou a insatisfação e a possibilidade de mais paralisações ou de greve. “Para nós, foi como uma traição. A gente já tinha conseguido o aumento e agora veio essa decisão do TST. Vamos fazer assembleia e decidir sobre os próximos passos”, afirmou o presidente eleito, Benílson Custódio.
Também hoje o Tribunal Regional do Trabalho julgará a ilegalidade das paralisações feitas no mês passado. A categoria enfrenta o Poder Judiciário com as mesmas armas que negocia com os empresários do setor. Na entrevista coletiva, o presidente eleito afirmou que vai aguardar a orientação do jurídico, mas não descartou novas paralisações.
Diário de Pernambuco
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