28° Encontro de Busólogos em Pernambuco - Auto Viação Progresso
Nenhum outro nome seria mais apropriado para aquela novidade. Muito mais que um veículo de transporte, o "ônibus" assumiu papel de relevância social e ganhou importância cada vez maior na vida de cada indivíduo. Mais tarde, conquistaria a admiração de milhares ou até de milhões de pessoas em todo o mundo, os "busólogos". O termo ainda não consta dos dicionários, porém mais e mais pessoas sabem perfeitamente o seu significado.
Um dos mandamentos da arte de gostar de ônibus é definitivo: "busólogo", que não se limita a tirar e postar fotos dos veículos que admira. É alguém que se interessa por esse meio de transporte, que deseja contribuir e sugerir melhorias; que procura entender a história da evolução dos transportes e, acima de tudo, gosta de se relacionar com pessoas. No Brasil, estima-se que mais de 30.000 pessoas se interessem pelo assunto.
Antes mesmo do termo "busólogo" começar a ser usado, em toda parte, centenas ou milhares de pessoas cultivavam o gosto pelos veículos gigantes que levam vida e progresso aos pontos mais remotos, nos mais diversos países e nas mais diferentes realidades. E gostar de ônibus não é privilégio de brasileiro; hoje, há grupos de entusiastas em diversas partes do mundo. Todos esses amantes dos transportes têm algo em comum: a presença do ônibus em suas histórias de vida. O que reforça a certeza de que, muito mais que gostar da máquina, os "busólogos" de verdade se ligam nas pessoas, no cotidiano.
O primeiro
O termo "busólogo" surgiu dentro de uma fábrica de ônibus, a antiga encarroçadora "Thamco", de São Paulo (SP). E o primeiro admirador de ônibus batizado com esse nome foi o projetista Hélio Luís Oliveira, que trabalhava na "Thamco" e tinha como colegas mais próximos Jean Robert Dierckx e Oscar Pipers, responsáveis pelos projetos das carroçarias. Eles sabiam do gosto algo exagerado de Hélio por ônibus.
"O termo busólogo tomou por base as palavras bus (ônibus), é claro, e logo, (filósofo), aquele que fala bastante sobre algo, aquele que pensa sobre algo. E eu não só trabalhava com ônibus, mas demonstrava o meu gosto em trabalhar com ônibus. O apelido me foi dado de brincadeira pelo Jean Robert e pelo Oscar Pipers, dois grandes profissionais. Para o Jean, busólogo virou meu sobrenome: ele me chama de Hélio Busólogo", relembra Hélio Luís Oliveira que, desde 2003, edita a revista In Bus, obviamente especializada em ônibus.
Hélio foi um dos projetistas do popular "Fofão", o ônibus de dois andares criado por encomenda do político Jânio Quadros, quando eleito Prefeito de São Paulo (SP) pela segunda vez, nos anos 1980. O antigo projetista, hoje jornalista, recorda que o veículo foi um desafio e era ousado para a época no Brasil.
"Inicialmente, ele foi concebido pelo escritório de arquitetura Gapp. Nós da Thamco o adaptamos para a realidade mecânica, para ele rodar de fato. As janelas eram do monobloco Mercedes-Benz "O 364" e a frente foi inspirada no carro para metrô produzido pela Mafersa. O chassi era o Scania "K 112" com motor traseiro. O ônibus tinha 4,20 metros de altura, 10,5 metros de comprimento e 2,60 metros de largura. No total, foram produzidas 91 unidades", conta Hélio.
Tribuna do Norte - Natal
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