Créditos: Julio Rebelo/JC Imagem
Integrantes da Oposição Rodoviária paralisaram suas atividades na manhã desta sexta-feira (14), por cerca de 3h, pegando muita gente que se dirigia ao trabalho de surpresa. Os motoristas e cobradores fizeram uma greve de advertência, das 6h às 9h, bloqueando algumas das principais avenidas do Centro do Recife - Boa Vista e Guararapes, entre elas. A paralisação terminou por volta das 9h15 de forma pacífica, embora tenha deixado o trânsito caótico. De acordo com um representante de oposição da categoria, a paralisação serviu para advertir os patrões e enfrentar a direção do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, que está à frente da entidade há 33 anos. Nesta sexta-feira à tarde, em local e hora não divulgados, será feita uma avaliação do movimento desta manhã.
Créditos: Julio Rebelo/JC Imagem
De acordo com um motorista que pediu para não ser identificado, todas as linhas que compõem o Sistema Estrutural Integrado (SEI), que circulam no Centro do Recife, aderiram à paralisação. Segundo Fernando Bandeira Filho, presidente do Sindicato Patronal, estes trabalhadores se anteciparam à reunião que vai ocorrer na próxima semana. "Parar neste horário é um absurdo, já que impede o direito de ir e vir da população. Isto é um desrespeito ao nosso cliente".
“Estamos fazendo esse movimento porque soubemos que, mais uma vez, o Sindicato dos Rodoviários está planejando um acordo com o setor empresarial para que o reajuste salarial seja de apenas 7% e o vale-refeição suba de R$ 160 para R$ 200. Vão ensaiar uma greve e depois cederão a esses percentuais. Está tudo orquestrado, como vem acontecendo nos últimos anos. Por isso queremos mostrar que a categoria está unida e agora tem uma dissidência do sindicato. Que não estamos para brincadeira. Nossa profissão é estressante, arriscada e precisamos receber por tudo isso”, defendeu um dos colaboradores, pedindo o anonimato, em entrevista ao Jornal do Commercio.
Nas primeiras horas desta sexta-feira, a movimentação nas principais vias da capital pernambucana estavam tranquilas. A reportagem observou ônibus das empresas Cidade Alta, Caxangá, Pedrosa, Cidade Alta e São Paulo, circulando pelas avenidas Agamenon Magalhães, Rua do Príncipe, Rua da Aurora e Cais de Santa Rita. No terminal do Cais de Santa Rita, logo cedo, poucos ônibus e alguns passageiros no local, com presença de viaturas da Polícia Militar.
Pouco depois das 6h, os motoristas começaram a concentração na Rua do Sol, Avenida Guararapes e Conde da Boa Vista, chegando a estacionar os ônibus na via exclusiva para circulação de coletivos. Muita gente teve que descer dos ônibus e seguir a pé para o trabalho. A comerciante Maria de Lourdes, 62 anos, que trabalha na Rua da Palma, no Centro do Recife, disse que ficou revoltada com a paralisação. "Já sou idosa demais para ficar andando, acho isso um absurdo". A paralisação também acontece nos terminais integrados do Barro, Macaxeira e Tancredo Neves. A expectativa é que cerca de 2 milhões de passageiros sejam prejudicados.
Pelas redes sociais, muita gente comenta sobre a paralisação. "Um parcial que se torna total ja que fechou-se o cruzamento perto do Shopping Boa Vista, nem vai, nem vem", disse a internauta Beatriz Pessoa. "Sou a favor de protesto NÃO de vandalismo", reforçou Maria Lopes Nogueira. "o ideal seria nenhum passageiro pagar passagem, pois iriam doer no bolso dos empresários, donos de ônibus", destacou Cristiane Etna, pelo Facebook. "Eu apoio a categoria. Eles tiveram uma boa ideia de parar em protesto, e para aqueles que estão dando entrevista que foi pego de supresa, já faz uma semana que se comenta de uma possivel greve e outra esta pessoa não usa ônibus e nem ler jornal e nem assiste os noticiarios", comenta Paula Thorpe.
Os integrantes da Oposição Rodoviária querem um percentual de reajuste igual ao aumento da cesta básica, de 33%, e que o vale-refeição suba para R$ 300. Assim, o salário do motorista passaria de R$ 1.500 para R$ 2 mil e o do cobrador de R$ 690 para R$ 1.200. Segundo Patrício Magalhães, presidente do Sindicato dos Rodoviários, uma reunião entre o Sindicato e o grupo de oposição já está marcada para a próxima terça-feira (18) para que o impasse seja resolvido. De acordo com a dissidência do Sindicato, não haverá mais paralisações no decorrer desta sexta-feira.
NE 10
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