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Os terminais rodoviários já foram as principais alternativas para viagens interestaduais no país. Esses locais podem ser responsáveis por várias histórias de encontros e desencontros, principalmente de familiares que, em alguns casos, passam anos sem contato pessoal. No entanto, com a popularização dos preços das passagens aéreas, a rapidez das viagens de avião resultou na diminuição de deslocamentos por ônibus.
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Uma rápida visita ao Terminal Rodoviário do Recife (TIP) revela que o local parou no tempo, não acompanhando os processos de modernização a que foram submetidos os aeroportos e demais setores dos serviços públicos. O primeiro conceito defasado no local é o de acessibilidade. Não existe nenhum elevador para pessoas com mobilidade reduzida, apenas o que seria a estrutura abandonada de um equipamento.
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O TIP também conta com seis escadas rolantes, porém, todas desligadas. O acúmulo de poeira nessas estruturas revela que há muito tempo o serviço não é oferecido aos passageiros. O subir e descer dos andares são realizados, principalmente, por uma rampa.
O que inviabiliza a possibilidade de pessoas em cadeira de rodas conseguirem subir os dois pavimentos sem ajuda. No local, também é comum ver famílias sentadas nas cadeiras espalhadas pelo terminal, segurando suas bolsas, esperando o horário do embarque.
Mas o que dificulta a situação é que as cadeiras não comportam a quantidade de gente que circula, por isso, muitas pessoas sentam-se no chão para esperar o horário de embarque. “Cheguei aqui às 8h e só vou embarcar às 13h. A minha sorte é que o dono da lanchonete deixou que eu ficasse aqui. Não fosse isso, eu não teria onde ficar. Não tem um lugar confortável para quem vai esperar”, pontuou.
Esmeralda de Jesus, de 45 anos, que esperava um ônibus para voltar para Paulo Afonso, onde mora. Diferente do aeroporto, o TIP não possui conforto para quem se submete a longas esperas. “Não tem ar-condicionado e, por isso, muitas moscas ficam nos incomodando”, salientou Rafaela Dourado, 35, que há sete anos vive em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e estava esperando um ônibus para Natal, no Rio Grande do Norte.
A mulher também se queixou da falta de preparo de alguns funcionários das empresas que oferecem o serviço, já que sentiu dificuldade de obter informações mais precisas. O segundo andar do terminal, que poderia ser utilizado para quem está esperando ou para instalação de uma praça de alimentação mais qualificada, é uma grande área inutilizada.
Nesse grande vão é possível ver fios expostos e muita poeira, o que ratifica a inutilidade a que o terminal está submetido. Neste cenário, o que se leva de positivo, para quem passa pelo terminal, são apenas as memórias adquiridas durante a viagem, já que a estadia no TIP é das piores.
Folha de Pernambuco
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