Créditos: Alexsander Correia/Ônibus Brasil
A primeira reportagem da série sobre a mobilidade no Grande Recife, que
começou a ser exibida nesta segunda (21) pelo Bom Dia Pernambuco,
mostrou a importância de adequar as calçadas para os pedestres e da
instalação do sistema de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) para melhorar a
fluidez do trânsito. De acordo com o secretário de Mobilidade e Controle
Urbano do Recife, João Braga, 33% da população da capital se desloca
diariamente pelas calçadas. "A calçada tem que ser entendida como um
elemento importante no sistema de mobilidade. Se o governo faz o túnel, o
viaduto, faz todas as vias da cidade, por que não faz a calçada?",
questionou.
Muitos dos pedestres que circulam pelas calçadas são idosos, que estão
entre os que mais vão a clínicas de fraturas devido a quedas nas ruas.
Esse foi o caso da aposentada Carmem Cardoso. "Eu não vi o buraco, fui
andando, ia pro mercado e quando fui me livrar de um carro, caí dentro
do buraco. Um casal que estava sentado foi quem me ajudou a levantar,
porque não conseguia me mexer. Fiquei mesmo imobilizada", explicou.
Cardoso ficou um mês com a perna engessada e passou outro fazendo
fisioterapia.
Outras grandes vítimas das péssimas condições das calçadas são os
deficientes visuais. Nilton e Rafael são cegos e afirmaram preferir
andar na rua. "Tem menos obstáculos. As pessoas colocam moto, isopor,
tudo nas calçadas e a gente fica sem poder se locomover direito", disse
Rafael.
A meta da Prefeitura do Recife
é fazer 120 km de calçadas na cidade. O trabalho começou pelos
hospitais, escolas e grandes centros comerciais. Isto pode ser observado
em frente à Policlínica Albert Sabin, na Tamarineira, Zona Norte, onde a
calçada foi recentemente recuperada.
Corredor de BRT
Para as distâncias que não podem ser vencidas pelas calçadas, uma alternativa é o transporte público. Mas como convencer as pessoas a deixar seus carros em casa e enfrentar o sistema público? São 3 mil ônibus para transportar 2 milhões de passageiros por dia na Região Metropolitana do Recife. Muito mais do que 1,2 milhão de veículos particulares. Em dez anos, a frota da região cresceu 90%.
Para as distâncias que não podem ser vencidas pelas calçadas, uma alternativa é o transporte público. Mas como convencer as pessoas a deixar seus carros em casa e enfrentar o sistema público? São 3 mil ônibus para transportar 2 milhões de passageiros por dia na Região Metropolitana do Recife. Muito mais do que 1,2 milhão de veículos particulares. Em dez anos, a frota da região cresceu 90%.
O ônibus que pode ser a solução é o BRT (Bus Rapid Transit). Na capital de Pernambuco,
estão sendo construídos dois corredores por onde eles vão circular sem
concorrência com os carros. O Norte-Sul, do Centro a Igarassu, terá 38
km. Já o Leste-Oeste, da Avenida Guararapes a Camaragibe, terá 12,3 km.
Cada BRT vai ter capacidade para levar 160 passageiros. As pessoas
pagam pelo bilhete antes de entrar em qualquer uma das 55 estações,
todas climatizadas. Os 150 veículos, também com ar-condicionado, foram
encomendados e serão operados por uma empresa que ganhou uma licitação.
Os deveres dela serão monitoras, o que é diferente do sistema de ônibus
comum.
"Se ela não cumprir, será rigorosamente punida, podendo perder até a
concessão da operação. Isso a partir de indicadores de desempenho que
estão previstos no contrato também, de indicadores de qualidade, de
renovação da frota, do índice de quebra, do índice de queima de paradas
de cumprimentos de viagem. A remuneração do operador passa a ser
condicionada à forma como ele presta o serviço", informou o secretário
das Cidades de Pernambuco, Danilo Cabral.
Outra tentativa da administração pública são os corredores exclusivos. A
faixa azul, implantada na Avenida Mascarenhas de Moraes, na
Imbiribeira, já trouxe resultados. A velocidade dos ônibus aumentou em
40%. Até o fim do ano, a Prefeitura do Recife espera ter 60 km de faixa
azul pela cidade.
G1 PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário