Créditos: Bobby Fabisak/JC Imagem
Não é novidade que o sistema de transporte e a mobilidade no Recife precisam de alternativas aos carros particulares. Uma das opções é o sistema de metrô, que entrou em operação na cidade em 1985. Alternativa testada e aprovada nas cidades mais populosas do mundo, o veículo tem a vantagem de correr solto pelos trilhos sem nenhum obstáculo. Na capital pernambucana, no entanto, o metrô cresceu pouco: opera apenas em duas linhas para transportar 380 mil passageiros por dia.
Pelos cálculos da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano da
Prefeitura do Recife, levando em conta as desapropriações que seriam
feitas, os gastos com a implantação do metrô será de R$ 450 milhões. O
valor da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seria de R$ 120
milhões. Já para a instalação do Bus Rapid Transit (BRT), o custo fica
em R$ 20 milhões.
Muitos passageiros sonham com a possibilidade de ampliação do serviço.
“Se tivesse um metrô, como tem em outros estados, ou outros países, um
ônibus que fosse decente, onde a frequência fosse maior. O usuário
esperasse menos, as linhas funcionassem com mais frequência, eu acho que
valia a pena investir pra que o usuário se sentisse melhor”, afirma o
representante comercial Sérgio Lucena. “Imagine, uma linha de metrô de
Piedade [Jaboatão] até Olinda, passando pelo centro do Recife, que
beleza seria isso”, diz o professor Antônio Flávio. Apesar da
necessidade, a ampliação do sistema de metrô está descartada no estado
por enquanto.
Já o uso do VLT na Avenida Norte ainda está sendo estudado pela
Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. Seria necessário dispor de
uma extensão de sete quilômetros, além de obras anteriores à implantação
do serviço. O sistema funciona com o veículo andando sobre trilhos
próprios na rua, como ônibus. Para isso, ele precisa de uma faixa
exclusiva. Cada vagão tem aproximadamente 33 metros e, segundo a
Prefeitura do Recife, não vale a pena fazer uma composição com menos de
dois ou três vagões.
“[É preciso fazer obras iniciais como] por exemplo, criar os binários
da Avenida Norte, uma via muito demandada de trânsito, tanto de ônibus
quanto de automóveis, motocicletas e bicicletas. É preciso criar as
alternativas para construir a obra. Você terá que dar também uma solução
para toda e qualquer possibilidade de alagamento da Avenida Norte por
conta que o VLT não suporta esse tipo de situação. [...] É um
equipamento novo e pode atrair, quem sabe, parcelas da classe média que
usam aquelas vias no entorno para deslocamentos diários”, explica o
secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga.
Todas as iniciativas tomadas para tentar melhorar a circulação de
veículos e pessoas na Região Metropolitana do Recife estão sendo tiradas
do Plano Diretor de Transportes Urbanos, elaborado na década de 80 pela
Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), ligada ao
Ministério das Cidades e atualizado há seis anos. O plano defende um
conjunto de alternativas e projeta soluções para até 2020.
G1 PE
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