sábado, 16 de junho de 2012

Sustentabilidade e Transportes: Chinesa testa ônibus elétrico em São Paulo e indústria nacional mostra tecnologia na Rio +20

Mercedes Benz vai transportar as delegações com ônibus rodoviários movidos com 100% de Diesel de Cana de Açúcar

 Ônibus movido com mistura de 30% de diesel de cana de açúcar ao diesel comum S 50 já circulam pelo Rio de Janeiro. Desempenho do veículo não deveu em relação ao abastecimento apenas com diesel de petróleo. Foto: Divulgação Mercedes Benz

A Rio +20, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, tem sido uma grande oportunidade para as fabricantes de veículos de transportes coletivos mostrarem as tecnologias ambientalmente corretas.
O transporte coletivo, mesmo sem nenhuma inovação tecnológica, já ajuda o meio ambiente pelo fato de poder ajudar a retirar veículos particulares das ruas. O excesso de veículos nas cidades é um dos principais geradores de poluição e desperdícios de recursos econômicos.

Em regiões, como a Grande São Paulo, o grande número de carros é responsável por 80% da poluição do ar e, de acordo com o Instituto de Poluição Atmosférica da USP, 7 mil pessoas morrem por ano apenas por problemas relacionados a poluição gerada pelos veículos automotores.

A solução para este quadro se dá por diversas frentes que devem ser concomitantes.

Pelo poder público, é necessário pensar em cidades não para carros, mas para pessoas, com prioridade ao transporte coletivo, que ocupa menos área urbana e reduz a emissão de poluentes.

Dar prioridade ao transporte público é, além de criar espaços exclusivos, como trilhos para metrô e corredores para ônibus, planejar uma malha de serviços que atenda a população com conforto, rapidez, segurança e custos baixos. Caso contrário ninguém vai deixar o carro para ficar no mesmo congestionamento em pé exprimido dentro do ônibus ou em estações de metrô que para conseguir entrar nos vagões, as pessoas batem e apanham, literalmente. Ônibus e metrô devem se complementar de maneira inteligente: um não exclui o outro.
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Os níveis de poluição dos 20 ônibus movidos com 30% de diesel de cana de açúcar também foram reduzidos: Foto: Divulgação Mercedes Benz

A propaganda do Governo do Estado de São Paulo ao dizer que os trilhos são a solução paras as cidades é enganosa. E se a propaganda fosse no sentido de dizer que os ônibus são a solução para as cidades seria tão enganosa quanto. As cidades precisam de transportes coletivos oferecidos em diferentes modais, de acordo com a demanda, complexidade dca obra e disponibilidade financeira. Óbvio, mas que infelizmente não é colocado em prática.

São necessárias soluções rápidas e urgentes, de baixo custo e tempo reduzido de implantação, ao mesmo tempo que são elaborados sistemas que atendem às perspectivas de crescimento econômico e populacional. Os transportes têm de ser pensados para o futuro, mas devido às políticas de mobilidade terem sido desprezadas por longo tempo, os transportes têm de ser pensados para hoje e talvez até para ontem, ou seja, estudar e muito bem os erros do passado.

Da parte da população, consciência e ações são urgentes.

É claro que os transportes coletivos em todo o País, de uma maneira geral, com exceções, estão muito longes de serem o ideal. Mas também, em geral, não é nenhuma coisa de outro mundo às vezes deixar o carro em casa para pequenos deslocamentos, compromissos esporádicos e fora do horário de pico, enquanto os transportes não melhoram.

Os cidadãos precisam deixar de ser individualistas e sedentários. Para ir à escola que é perto, a um estabelecimento comercial ou alguma atividade fora do cotidiano, a pessoa pode de vem em quando ir a pé, pegar um ônibus, um trem, um metrô.
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Em São Paulo, cerca de 100 ônibus da Mercedes Benz que usam o diesel de cana de açúcar prestam serviços na cidade e fazem parte da EcoFrota, veículos de transporte coletivo que emitem menos poluentes. Fazem parte da Ecofrota paulistana ônibus a etanol, elétricos – híbridos e trólebus, de várias marcas. Foto: Divulgação Mercedes Benz.

Muitas pessoas que adotaram esta prática esporádica inicialmente fizeram descobertas. Descobriram um itinerário bom de ônibus, uma conexão boa de metrô e algumas se deram conta que nem sempre vale a pena usar o carro para tudo.

A indústria também precisa fazer sua parte investindo em desenvolvimento de novos veículos de transportes públicos que apresentem maior eficiência e poluam menos, com custos que podem ser bancados pelos frotistas, que também devem ter a mente aberta para estas novas tecnologias.

A corrida por parte de alguns empresários para comprarem ônibus mais poluentes, porém mais baratos, antes da mudança da legislação ambiental neste ano, revela que nem sempre a disposição de investir um pouco mais em prol do meio ambiente e da vida faz parte das ações de vários frotistas.

Na Rio +20, os produtores de ônibus têm mostrado que opções, no entanto, não faltam.

O evento da ONU tem sido uma das grandes oportunidades para os fabricantes mostrarem que ônibus não é mais sinônimo de fumaça preta.

Diversas marcas trazem soluções que revelam que falta de produtos não é desculpa para deixar de investir para os transportes públicos serem mais sustentáveis ainda.
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Interior do ônibus chinês oferece amplo espaço para os passageiros. Baixo ruído é garantido por tração elétrica. Foto Notícias Automotivas

A Volvo e a Eletra exibem ônibus elétricos híbridos, que operam com dois motores: um a combustão e outro a energia elétrica. A Eletra também manda o recado de que o trolebus, solução no Brasil desde 1949 e no mundo desde o início do século passado, se modernizou: tem corrente alternada (um sistema considerado mais moderno), alavancas pneumáticas que evitam quedas constantes no meio do caminho e baterias armazenadoras de energia que dão autonomia suficiente para o trólebus circular independentemente da rede aérea por um certo espaço e período, caso haja algum problema.

A Volkswagen vai transportar as delegações da Rio + 20 com ônibus 17.280 rodoviários flex, movidos a Gás Natural e a Diesel.
Ônibus elétrico híbrido, com motor a combustão a etanol, desenvolvido pela Eletra em parceria com outras empresas, será uma das atrações sobre mobilidade e meio ambiente durante a Rio +20, Conferência das Nações Unidas sobre sustentabilidade. Emissões de alguns tipos de poluentes podem ser reduzidas em até 90%. O transporte coletivo tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões sobre um futuro melhor. Foto: Divulgação.

A Mercedes Benz também participa do evento. A aposta da marca é o diesel de cana de açúcar, que é diferente do etanol, e já é realidade nas ruas do Rio de Janeiro, onde a mistura é de 30% ao diesel S 50, e em São Paulo, que começou com misturas de 10%.

Na Rio +20, a Mercedes Benz vai usar dez ônibus modelo O 500 RS para transportar as delegações também.

De acordo com a Mercedes Benz, o uso do diesel de cana de açúcar aumenta os ganhos para o meio ambiente em ônibus e caminhões novos que seguem os mais recentes padrões de redução de poluição, baseados nas normas Euro V. Mas a utilização do diesel de cana de açúcar é possível também em modelos mais antigos sem necessidade de alteração nos motores, com eficiência igual a do diesel comum, e com redução de poluição também.

A Mercedes Benz divulgou um informe para a imprensa sobre a participação na Rio +20, o uso de diesel de cana de açúcar em maior proporção nos motores e sobre a utilização também de uma quantidade maior de biodiesel, agora com 20%, ao diesel comum:

Pioneira no desenvolvimento e nos testes com o uso de diesel de cana e de biodiesel em caminhões e ônibus no Brasil, a Mercedes-Benz ganha destaque por sua experiência com combustíveis alternativos durante a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Este mega evento de expressão mundial será realizado na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 22 de junho, com a presença de autoridades de vários países, acadêmicos, especialistas, profissionais e diversos outros públicos.

O uso de combustíveis alternativos em veículos Mercedes-Benz traz muitas vantagens para as empresas e os operadores de transporte. Graças aos desenvolvimentos já aplicados aos motores da marca, o diesel de cana com teor de 30% e agora o biodiesel com teor de 20% podem ser utilizados normalmente em caminhões e ônibus, independentemente do ano de fabricação, sem necessidade de modificações no motor.

“Além disso, são mantidos a eficiência e o excelente desempenho, com menores emissões e reduzido consumo”, diz Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil. “Isso reforça a confiança da Mercedes-Benz no uso desses combustíveis alternativos, que se mostram como opções interessantes, pois não requerem alteração na estrutura da frota atual”.

De acordo com o executivo, outra grande vantagem dos veículos comerciais Mercedes-Benz é que eles podem ser abastecidos com diesel comercial, diesel de cana e biodiesel. Ou seja, os caminhões e ônibus da marca são efetivamente multicombustíveis, preservando a qualidade, eficiência, durabilidade e confiabilidade dos produtos.

“Estamos mostrando ao mercado que o diesel de cana e o biodiesel, experiências pioneiras da nossa marca, são as mais viáveis alternativas de combustível ‘limpo’ para o nosso País”, diz Gilberto Leal. “Mais uma vez, nossa marca indica o caminho a seguir, consolidando também um trabalho de parceria na busca por soluções sustentáveis”.

Ônibus a 100% diesel de cana transportam delegações

A Mercedes-Benz disponibilizou 10 ônibus rodoviários O 500 RS, movidos a 100% de diesel de cana, para os organizadores da Rio+20. Esta frota será utilizada para o transporte de delegações participantes do evento. “O uso de 100% de diesel de cana demonstra a alta competência do nosso Centro de Desenvolvimento Tecnológico na preparação de motores para combustíveis sustentáveis”, diz Gilberto Leal. “Isso também atesta a confiança da Empresa nessa nova fonte energética para o presente e o futuro da mobilidade nos veículos comerciais”.

Resultados dos testes com uso de 30% de diesel de cana em ônibus urbanos no Rio de Janeiro serão divulgados na Rio+20

Os excelentes resultados obtidos pela Mercedes-Benz do Brasil com o uso do diesel de cana também estarão em evidência na Rio+20 com a divulgação pela Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) das avaliações dos testes com o uso de 30% de diesel de cana em 20 ônibus urbanos Mercedes-Benz, que circulam em operações regulares na cidade do Rio de Janeiro desde janeiro deste ano.

Realizada em parceria, essa iniciativa envolveu a Fetranspor e a Mercedes-Benz, Amyris Brasil e Petrobras Distribuidora. O acompanhamento e os relatórios técnicos de desempenho, consumo e emissões estão a cargo do Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Maior centro de pós-graduação e pesquisa em engenharia da América Latina, o Coppe foi especialmente contratado para esse projeto.

Após quase um semestre de testes no Rio de Janeiro, os ônibus Mercedes-Benz movidos a 30% de diesel de cana e mais 70% de diesel comercial foram aprovados por seu desempenho e pela eficácia ambiental e econômica. Além disso, cerca de 100 ônibus Mercedes-Benz a diesel de cana já circulam regularmente na cidade de São Paulo, fazendo parte da Ecofrota.

Numa primeira fase de testes nos bancos de prova de seu Centro de Desenvolvimento Tecnológico, a Mercedes-Benz utilizou em um tanque de combustível 90% de diesel comercial (com teor de enxofre S50) e 10% de diesel de cana. Mesmo com um percentual aparentemente pequeno, esse combustível proporcionou redução de 9% nas emissões de Material Particulado, sem aumentar as emissões de Óxidos de Nitrogênio (NOx).

Caminhões e ônibus Mercedes-Benz estão aptos para biodiesel B20

Confirmando os excelentes resultados obtidos pela Mercedes-Benz com a utilização de combustíveis alternativos, durante a Rio+20 será anunciada também a garantia dos motores da marca para uso do biodiesel B20 (teor de 20% de biodiesel). A Empresa já realizou mais de 2.200.000 km de testes de operação com biodiesel B20 em ônibus urbanos.
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Ônibus Chinês da BYD, modelo K 9, vai circular em testes pelas ruas de São Paulo. Ônibus possui baterias recarregáveis. Empresa chinesa está disposta a entrar com força no mercado nacional com uma parceira brasileira. Foto: Notícias Automotivas/Acervo

Atualmente, misturas até B5 (teor de 5% de biodiesel) podem ser utilizadas normalmente em caminhões e ônibus, novos e usados, já incluindo os modelos que atendem ao Proconve P-7, sem necessidade de alterações no veículo e no motor. A partir de agora, isso também será válido para o B20, mantendo-se os mesmos níveis de desempenho, consumo e emissões, com destaque para a redução de 35% na emissão de Material Particulado.

O anúncio da validação do B20 para veículos Mercedes-Benz será feito no dia 19 de junho, durante evento da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) dentro da programação do seminário da GBEP (Global Bioenergy Partnership), fórum de diálogo que busca apoiar a formulação de políticas públicas para maior utilização sustentável da bioenergia. A GBEP reúne 35 parceiros e diversos observadores de governos, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil.

Com sede em Brasília, há cinco anos a Ubrabio desenvolve trabalho sistemático e efetivo na representação de toda a cadeia produtiva desse combustível renovável em prol da evolução do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB. O corpo de associados compreende produtores de biodiesel e matérias-primas, fornecedores de equipamentos e de tecnologias e serviços ligados ao setor.

CHINESA TESTA ÔNIBUS ELÉTRICO NO BRASIL:

Depois da chegada do Nissan Leaf como táxi em São Paulo, agora é vai ser a vez da chinesaBYD colocar veículos elétricos na maior cidade do país.

Ainda não é o elétrico E6 e nem mesmo o híbrido F3DM. O foco é o transporte público, que será feito por meio de 50 exemplares do ônibus elétrico K9. Ao contrário dos trólebus e híbridos que circulam em corredores da capital paulista, o K9 é movido por baterias de fosfato de ferro, sendo recarregáveis quando o veículo está na garagem.

O objetivo da BYD e ter uma participação no mercado de ônibus para então construir uma fábrica no país. O K9 tem velocidade máxima de 90 km e autonomia entre 250 km (a fonte fala em 400 km) e tempo de recarga de apenas 3 horas.

A BYD deve entrar no mercado nacional associada a uma empresa brasileira, mas até agora o parceiro não foi revelado. A CAOA já está descartada, ainda mais que agora possui laços com a Great Wall. Recentemente, a BYD forneceu várias unidades do modelo para a cidade de Windsor, Canadá.

Texto Inicial: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Nota da Mercedes Benz: Assessoria de Imprensa.

Texto sobre o ônibus da BYD: Brasil Econômico – Notícias Automotivas

Canal do Ônibus

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