sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eles não devem nada ao Metrô




Em relação a design, tecnologia e conforto, a indústria brasileira desenvolve produtos cada vez mais inovadores que reforçam a tese de que o BRT é uma das soluções mais viáveis para as cidades brasileiras.

Uma nova forma de mobilidade, com sistemas mais modernos e eficientes, e veículos com concepções inovadoras em relação à operação, conforto, acessibilidade e segurança, além da preocupação com as normas em respeito ao meio ambiente têm sido a tônica da edição da Transpúblico 2011, que começou nesta quarta-feira dia 24 de agosto e vai até sexta-feira, dia 26.

Painel do novo Viale BRT. Créditos: Adamo Bazani/Ônibus Brasil

Com olho já nos sistemas de BRTs – Bus Rapid Transit, Corredores de ônibus modernos, que garantem alto atendimento e eficiência operacional, as empresas investem em novidades.

A Mercedes Benz, que recentemente anunciou o sistema Blue Tec 5, para atender às normas de redução de emissão de poluentes, apresentou duas novidades. Tratam-se dos chassis, um para aplicação de fretamento, rodoviário de curta e média distâncias u urbano para operações mais severas e outro para sistemas de alta capacidade urbanos.
O OF 1724, tem 238 cavalos de potência, motor OM 926 LA, capacidade para 17 toneladas e pode receber carrocerias de até 13,2 metros de comprimento. Já o O 500 UDA (piso baixo) ou o O 500 MDA (piso normal) são ônibus articulados que podem ter até 23 metros de comprimento, mas com uma articulação somente, o que promete reduzir os custos operacionais. O segundo carro, após a “sanfona” possui dois eixos, sendo que o último é direcional, para facilitar nas curvas.

As encarroçadoras vêm com novidades também. Um dos destaques foi a Marcopolo que lançou o modelo Viale BRT para atender sistemas modernos e exclusivos de ônibus.A Mascarello apresentou o Roma 370, modelo rodoviário para longas distâncias. Rafael Liotto adiantou ao Blog Ponto de Ônibus que a encarroçadora também terá sua versão BRT, o que mostra a tendência para os transportes nas médias e grandes cidades e a corrida das indústrias para não ficarem de foram deste segmento que se apresenta como promissor.


Às vésperas de Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o que era um problema antigo e que se agravava a cada ano, tornou-se mais evidente: a mobilidade do País precisa ser modernizada. É bem verdade que isso deveria já ter sido uma ação independentemente de eventos internacionais, mas é inegável que eles têm se tornado impulsos para que as medidas que não foram tomadas até agora, fossem apressadas. Afinal, nenhum País quer fazer feio para o mundo diante de acontecimentos que fazem suas sedes se tornarem o centro das atenções.

Mas o momento é de responsabilidade, clamam os especialistas. Isso porque, oportunamente, muitos aproveitam a ocasião para aparecerem diante da população com fins de imagem e eleitoreiros, sem pensar na conseqüência de suas escolhas que podem custar caro no futuro. Mas até o futuro chegar, votos foram dados, “pais e mães das obras foram criados” e muito dinheiro escoado. Não somente as cidades que vão sediar os jogos, mas outras de grande e pequeno porte até mesmo, discutem quais são os tipos de meios de transportes que podem adotar. Nem sempre, estes meios apresentados são os mais adequados e compatíveis com a realidade econômica de estados e municípios.

Siglas e nomes não faltam: BRT (Bus Rapid Transit), BRS (Bus Rapid Service), VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), monotrilho são alguns dos mais pronunciados. A escolha de um modal deve levar vários fatores em consideração: qual a demanda a ser atendida (número de passageiros), tipo de região onde vão operar e a relação custo/benefício: o quanto vão custar para implantação e depois para operação, pois não basta inaugurar obras, elas devem manter servindo, e o quanto vão atender. Será que se a diferença entre um modal e outro for de 10% de capacidade de passageiro, vale a pena pagar uma obra que custe de 5 a 10 vezes mais?
Busca por uso de veículos maiores, mesmo que não articulados, mostra que a demanda por transportes públicos é grande e deve ser melhor atendida. Foto: Adamo Bazani
Créditos: Adamo Bazani/Ônibus Brasil

Quem defende o BRT – Bus Rapid Transit, que não se limita a simples operação tradicional de ônibus, mas corredores modernos que permitem melhor acesso dos passageiros ao veículo, pagamento antes do embarque, pontos de ultrapassagem e uso de melhores veículos, garante que o modal é o mais compatível com a situação econômica das cidades e não só isso, mas à necessidade de responsabilidade com os recursos públicos e à urgência de ações. Seja pela proximidade das Copa e das Olimpíadas e seja pelo real risco de as cidades terem sua mobilidade ainda pior, com ruas e avenidas cheias de carros, congestionando o tráfego e também os pulmões, pelo excesso de poluição.

Números vantajosos ao BRT não faltam:

- TEMPO DE DESLOCAMENTO MÉDIO EM 10 QUILÔMETROS, CONSIDERANDO O QUE É GASTO TAMBÉM PARA O ACESSO ATÉ O VEÍCULO E NÃO APENAS SUA VELOCIDADE APÓS O EMBARQUE, QUE É O QUE REALMENTE AS PESSOAS LEVAM PARA SE DESLOCAREM:
METRÔ: 28,6 minutos
VLT – Veículo Leve sobre Trilhos: 34 minutos
ÔNIBUS CONVENCIONAL: 38,4 minutos
BRT – BUS RAPID TRANSIT: 26 minutos

- CUSTO DE IMPLANTAÇÃO POR QUILÔMETRO COM BASE EM DEMANDA DE 150 MIL PESSOAS POR DIA NESTE TRECHO:
METRÔ: R$ 2,1 bilhões
VLT – Veículo Leve sobre Trilhos: R$ 404 milhões
ÔNIBUS CONVENCIONAL: R$ 55 milhões
BRT – Bus Rapid Transit: R$ 11 milhões

- TEMPO DE IMPLANTAÇÃO DE 10 QUILÔMETROS:
METRÔ: 09 anos
VLT – Veículo Leve sobre Trilhos: 7 anos
ÔNIBUS CONVENCIONAL: Utiliza via existente
BRT – Bus Rapid Transit: 2,5 anos.

- CAPACIDADE DE TRANSPORTES POR HORA – VALORES MÁXIMOS.
METRÔ: 80 mil pessoas
VLT – Veículo Leve sobre Trilhos: 48 mil pessoas
ÔNIBUS CONVENCIONAL: 15 mil pessoas, dependendo de variantes como fluidez no tráfego e total de veículos à disposição
BRT : Bus Rapid Transit: 48 mil pessoas.

****** ATENÇÃO: ESTES DADOS SÃO UMA COMPILAÇÃO DA FUNDAÇÃO CLINTON E DO INSTITUTO JAIME LERNER E FORAM APURADOS POR TÉCNICOS E ENGENHEIROS DO SETOR DE TRANSPORTES *******

A pergunta de quem defende o BRT é: Por que gastar 4 vezes mais, demorar pelo menos o triplo de tempo, para garantir acesso ao transporte à praticamente o mesmo número de passageiros?

Adamo Bazani - Ônibus Brasil

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