No terceiro dia de funcionamento, o terminal de Cajueiro Seco estava lotado, com usuários brigando por vaga no transporte.
Créditos: Alexandre Gondim/JC Imagem
Plataforma lotada, empurra-empurra no
acesso ao metrô, usuários desorientados e longas filas no embarque de
ônibus. Esse é o cenário que a reportagem do JC encontrou ao examinar o
terceiro dia de funcionamento do novo Terminal Integrado (TI) de
Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do
Recife. Somente no final deste mês será avaliado o impacto gerado pelos
13 destinos do mais recente TI da Linha Sul do Metrô. Se antes uma média
de 45 mil pessoas circulavam diariamente, agora são 51 mil. Ontem, um
novo trem entrou em funcionamento para atender a essa demanda. Em março,
mais dois podem começar a operar.
No primeiro horário de pico do dia, por
volta das 7h30, foi possível observar, também, a ausência de
fiscalização no embarque dos ônibus. Passageiros reclamam da
inexistência de condução para os bairros localizados na região litorânea
do município, como Jardim Piedade, Candeias e Barra de Jangada. Outro
problema é que as paradas no Centro do Recife não estão atualizadas com
as mudanças de itinerário.
Em entrevista por telefone, o diretor de
operação do Grande Recife Consórcio de Transporte, Mário Sérgio
Cornélio, justifica as falhas apontadas. “Se não existe informativo em
alguma parada, a falha é nossa. Se não houver resultado no trabalho de
conscientização dos passageiros, vamos colocar organizadores de fila. E o
novo TI não atenderá a região das Praias. Ele foi concebido para o
corredor da Avenida Mascarenhas de Morais”, esclarece.
O tempo das viagens é outro alvo de
reclamação. Um trabalhador que pegava apenas um ônibus para ir ao Centro
do Recife precisa, agora, pegar duas condições ou uma e o metrô. “Para
alguns, a passagem ficou mais barata. No entanto, para mim, o custo
continua sendo o Anel B (R$ 3,25). E demoro mais para chegar em casa.
Cerca de 40 minutos a mais. Largo às 22h. Tenho que pegar ônibus lotado
para não perder o último do TI, às 23h”.
Não existe ainda praça de alimentação no
Terminal de Cajueiro Seco. O ambulante Afonso Ferreira de Souza, 58
anos, estava vendendo lanches, água e refrigerante no local e contou que
foi retirado à força pela Polícia Militar, anteontem. A Prefeitura de
Jaboatão dos Guararapes informa que, na última segunda, dois vendedores
ambulantes foram foram notificados e informados da irregularidade. Como
não cumpriram, foi feita a retirada involuntária. De acordo com Mário
Sérgio Cornélio, a praça de alimentação estará funcionando até o próximo
sábado.
Usuários da Linha Sul que se dirigem ao
Cabo continuam sendo transportados por três trens antigos no trajeto. Em
breve, três VLTs vão começar a funcionar. Mas a data não foi definida.
Eles estão em testes desde novembro do ano passado, aos sábados.
Passageiros não pagam pela viagem nesse dia da semana. Com os VLTs, os
usuários terão direito a um transporte mais moderno, com ar-condicionado
e capacidade para 600 pessoas.
O próximo TI a ser inaugurado será o de
Prazeres, também em Jaboatão dos Guararapes. Orçado em R$ 3,8 milhões, a
obra será entregue em setembro. O terminal deverá beneficiar mais de 17
mil pessoas.
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