Bandeira lança o primeiro cartão pré-pago vinculado a um bilhete para transporte coletivo. O alvo: 40 milhões de brasileiros sem conta em banco.
O executivo Alexandre Magnani, vice-presidente de desenvolvimento de novos negócios da MasterCard, não é um usuário frequente dos ônibus. Mesmo assim, a partir do início de agosto, ele vai acompanhar de perto o vaivém do transporte coletivo da cidade de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Os cerca de 600 mil passageiros do sistema de transporte rodoviário andreense que pagam suas passagens com os tradicionais bilhetes únicos serão os novos clientes preferenciais da marca. Em parceria com a empresa de pagamentos SuperBank, a MasterCard – segunda maior bandeira do dinheiro de plástico do mundo – vai tentar convencer os usuários dos ônibus a transformar esses bilhetes em cartões pré-pagos.
“O alvo preferencial são as pessoas que não têm acesso a contas bancárias e querem ter a comodidade de poder pagar suas despesas com um cartão”, diz Magnani. Essa comodidade tem o incômodo de um pagamento mensal de R$ 4,90, mas Magnani diz estar confiante de que o programa será um sucesso. A MasterCard vem desenvolvendo projetos semelhantes na cidade paulista de Ribeirão Preto, e em Belo Horizonte. Esses três municípios reúnem 1,3 milhão de usuários. “Esperamos que, quando o programa estiver maduro, 500 mil cartões terão a dupla função de transporte e pré-pago”, diz Luiz Almeida, principal executivo operacional da Superbank. Não é o único projeto de um cartão vinculado ao transporte.
Em parceria com a também paulista gestora de pagamentos ACG, a Mastercard vai buscar acoplar um pré-pago aos cerca de quatro milhões de cartões usados pelos passageiros do sistema de ônibus da região metropolitana de São Paulo. “Estamos implantando o produto, e esperamos encerrar o ano com 150 mil cartões”, diz Glauber Cunha, principal executivo da ACG. Até há pouco tempo, o universo do transporte coletivo pareceria estar muito distante do universo sofisticado dos meios eletrônicos de pagamento, mas isso é passado. O novo objeto de desejo das empresas de pagamento, sejam processadoras de transações como ACG e Superbank, sejam administradoras de bandeiras como MasterCard, são os cartões pré-pagos, voltados para os brasileiros que usam o transporte público, não têm conta em banco nem um emprego formal.
É um mercado tão novo que a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) não tem sequer estatísticas a respeito. Quem atua nesse setor avalia que, na melhor das hipóteses, o total de cartões emitidos em todas as modalidades (leia quadro) não chega a cinco milhões de unidades. Apesar dos números pequenos, o que estimula as empresas do setor é o enorme potencial de crescimento. “Todo mundo compara esses cartões com os celulares pré-pagos”, diz Cunha. “Eles começaram há menos de 20 anos e eram vistos como um produto marginal, mas hoje representam cerca de 80% do mercado de telefonia móvel.” A explicação é simples.
Apesar da recente popularização, ainda há pelo menos 40 milhões de brasileiros que não têm um relacionamento bancário formal. Trazê-los para os meios formais de pagamento é um problema mundial. Segundo um estudo da consultoria americana McKinsey, de 2009, cerca de 53% dos adultos em todo o mundo estão privados de um relacionamento bancário formal. Embora nos Estados Unidos, Europa e Japão esse percentual seja de apenas 8%, na América Latina o total chega a 65%. Há dois grandes grupos de excluídos do sistema. Os não bancarizados, que nunca foram clientes de uma instituição financeira, por deficiência de renda ou falta de oportunidade.
E os desbancarizados, que já fizeram parte do sistema bancário, mas perderam esse acesso por algum problema de cadastro – uma prestação que não foi honrada, por exemplo. Segundo um estudo da consultoria americana Boston Consulting Group (BCG), os cartões pré-pagos são a maneira mais eficiente e barata de trazer essas pessoas para o lado formal das finanças. Segundo o BCG, o total de pagamentos realizados por cartões pré-pagos em todo o mundo foi de US$ 210 bilhões em 2010, e deverá crescer para US$ 822 bilhões em 2017, uma taxa de crescimento anual médio de 22%. “O potencial é imenso”, diz Magnani. “Além dos vales-transporte, cartões de benefícios e vales-refeição podem receber as funções de pagamento.”
Istoé Dinheiro
É um mercado tão novo que a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) não tem sequer estatísticas a respeito. Quem atua nesse setor avalia que, na melhor das hipóteses, o total de cartões emitidos em todas as modalidades (leia quadro) não chega a cinco milhões de unidades. Apesar dos números pequenos, o que estimula as empresas do setor é o enorme potencial de crescimento. “Todo mundo compara esses cartões com os celulares pré-pagos”, diz Cunha. “Eles começaram há menos de 20 anos e eram vistos como um produto marginal, mas hoje representam cerca de 80% do mercado de telefonia móvel.” A explicação é simples.
Apesar da recente popularização, ainda há pelo menos 40 milhões de brasileiros que não têm um relacionamento bancário formal. Trazê-los para os meios formais de pagamento é um problema mundial. Segundo um estudo da consultoria americana McKinsey, de 2009, cerca de 53% dos adultos em todo o mundo estão privados de um relacionamento bancário formal. Embora nos Estados Unidos, Europa e Japão esse percentual seja de apenas 8%, na América Latina o total chega a 65%. Há dois grandes grupos de excluídos do sistema. Os não bancarizados, que nunca foram clientes de uma instituição financeira, por deficiência de renda ou falta de oportunidade.
E os desbancarizados, que já fizeram parte do sistema bancário, mas perderam esse acesso por algum problema de cadastro – uma prestação que não foi honrada, por exemplo. Segundo um estudo da consultoria americana Boston Consulting Group (BCG), os cartões pré-pagos são a maneira mais eficiente e barata de trazer essas pessoas para o lado formal das finanças. Segundo o BCG, o total de pagamentos realizados por cartões pré-pagos em todo o mundo foi de US$ 210 bilhões em 2010, e deverá crescer para US$ 822 bilhões em 2017, uma taxa de crescimento anual médio de 22%. “O potencial é imenso”, diz Magnani. “Além dos vales-transporte, cartões de benefícios e vales-refeição podem receber as funções de pagamento.”
Istoé Dinheiro
Istoé Dinheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário