Créditos: João Bosco/Ônibus Brasil |
O lacre de proteção do dispositivo de abertura da porta do ônibus em
que a estudante Camila Mirele Pires da Silva, 18 anos, havia sido
violado. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelas
investigações da morte da jovem, Newson Motta, em entrevista à Folha no último dia 21. Ele afirma que em depoimento, testemunhas
garantiram que o veículo trafegava com a peça exposta. Nesta
quinta-feira (21), outras duas pessoas que estavam no coletivo envolvido
na ocorrência foram ouvidas na Delegacia de Delitos de Trânsito (DPDT),
no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife.
Segundo Motta, esses passageiros foram listados no Boletim de Ocorrência
registrado pelo patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Marcos
Augusto Gonçalves Nunes, o primeiro a chegar ao local. As testemunhas
relataram do ocorrido ao policial logo depois do acidente.
"O patrulheiro também foi ouvido por nós. Segundo ele, não havia
vestígios de sangue da vítima na parte exterior do ônibus. Além disso,
considero a ouvida dos passageiros como muito harmoniosa com os demais
depoimentos colhidos. Eles informaram também que momentos antes de cair,
Camila estava de costas no primeiro degrau de acesso do coletivo
encostada à porta. Porém, elas não conseguiram visualizar se algum outro
passageiro acionou a destrava da porta", comentou o delegado.
O investigador ainda aguarda os laudos periciais realizados pelo
instituto de Criminalística (IC), mas adiantou que há possibilidade de
que a estudante de Biomedicina não teria sido vítima de atropelamento.
"Pelas circunstâncias da queda e das lesões sofridas pela vítima, há uma
grande possibilidade de descartamos o atropelamento. Mas, prefiro
aguardar a conclusão da perícia do IC para confirmar qual foi à
decorrência da morte da garota", complementou Newson Motta.
De acordo com o laudo da tanatoscópico do Instituto de Medicina Legal
(IML), a estudante morreu em decorrência de lesões pelo corpo e
politrauma com contusões no tórax e abdome.
Em relação à violação do lacre de proteção do dispositivo, o presidente
do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Benilson Custódio, informou
que a fiscalização para coibir essa infração é de responsabilidade do
Grande Recife Consórcio de Transporte junto às empresas prestadoras do
serviço. “Mas, infelizmente essas fiscalizações não acontecem. Agora,
acredito que a partir do caso de Camila, essas vistorias sejam
realizadas. Quando esse dispositivo é violado, é recomendado que o
veículo não saia da garagem. No caso que haja a violação deste
dispositivo, é necessário que o motorista registre o ocorrido na linha
de serviços, para que logo após, a empresa assine a ordem de serviço e a
manutenção reponha a peça”, comentou o gestor da entidade sindical.
Procurada pela Folha, o Grande Recife informou que só irá se pronunciar
após a conclusão do inquérito sobre a morte da estudante Camila Mirele.
Já a Empresa Metropolitana, detentora do coletivo em que a vítima
despencou, informou em nota que opera seguindo as exigências do Grande
Recife.
Folha de Pernambuco
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