Créditos: Guto de Castro/Maxi Ônibus Olinda |
A segunda etapa da licitação das linhas de ônibus da Região
Metropolitana do Recife, que deveria estar com os contratos assinados
desde o segundo semestre de 2014, será refeita. A principal razão: corte
nos custos da operação dos lotes 3, 4, 5, 6 e 7, que respondem por mais
de 60% do sistema de transporte. Somente entre o fim de junho e o mês
de julho é que um novo desenho da licitação deverá ser apresentado e, se
houver acordo com os consórcios vencedores, os contratos serão
assinados. Até lá, os passageiros terão que esperar pelas melhorias
associadas à concorrência pública.
Quem está propondo a revisão é o governo do Estado, através do Grande
Recife Consórcio de Transportes e da Secretaria das Cidades. “Em 2013,
quando a licitação foi concluída, a realidade financeira do Estado era
outra. Não é mais a de hoje. Não temos condições de andar de BMW,
teremos de andar de Palio ou Fusca”, foi assim, com um exemplo prático, que o presidente do Grande
Recife Consórcio de Transportes, Francisco Papaléo, resumiu a situação.
Papaléo não quis dar detalhes das mudanças – até porque elas ainda
estão sendo ajustadas e serão adotadas somente em comum acordo com os
consórcios vencedores da licitação. Mas, na prática, as alterações
deverão passar pela ampliação do prazo para aquisição de parte da frota
de ônibus com ar-condicionado, flexibilização das exigências dos modelos
de veículos a serem adquiridos pelo setor empresarial, entre outras
mudanças técnicas.
“Deveremos flexibilizar alguns desses prazos, mas essas mudanças
também terão impacto na remuneração por passageiro transportado, por
exemplo.
Será algo balanceado, que não comprometa a saúde financeira dos
contratos. E também só promeoveremos as mudanças em acordo com os
consórcios.
Estamos fazendo o possível para não ter que fazer uma nova licitação.
Por isso precisamos nos prender às limitações legais da Lei das
Licitações (8.666/93)”,
ponderou Papaléo.
Uma portaria autorizando a revisão do processo foi assinada no dia 25
de março por Papaléo e uma comissão composta para promover as mudanças,
que podem alterar em até 25% o valor da concorrência, seja para mais ou para
menos. Nesse caso, deverá ser para menos, já que a intenção do governo é
reduzir custos. A grande questão é o subsídio que o Estado sabe que terá que
aplicar no sistema. Hoje, com os Lotes 1 e 2, operados pelos Consórcios
Conorte e Mobibrasil, respectivamente, o governo já é obrigado a
subsidiar R$ 4 milhões por mês, o que representa R$ 48 milhões por ano. A
questão, pelo que explicou Papaléo, não passa por querer subsidiar o
sistema de transporte – algo elogiável e prática comum em países que
levam o transporte público a sério -, mas poder, ter recursos para tal.
Os dois lotes representam a operação dos BRTs (Corredores Norte-Sul e
Leste-Oeste), que custa caro. Além do subsídio mensal de R$ 4 milhões, o
Estado tem
gasto, em média, 22 mil reais com a manutenção de cada uma das estações
de BRT (refrigeradas e com vidros temperados). Os dois corredores de BRT
terão
mais de 50 estações, mas atualmente pouco mais da metade está
funcionando. Ou seja, quando tudo for concluído, o custo de manutenção
aumentará.
Lotes da 2ª Etapa:
Lote 3 – Corredor José Rufino (metrô) e Corredor Abdias de Carvalho
Lote 4 – Corredor Mascarenhas de Moraes
Lote 5 – Corredor Rosa e Silva/Rui Barbosa e Corredor Avenida Norte
Lote 6 – Corredor Beberibe e Corredor Presidente Kennedy
Lote 7 – Corredor Avenida Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca
* Lote CRT (corredor da Caxangá, já licitado e operado pela empresa CRT)
Lote 3 – Corredor José Rufino (metrô) e Corredor Abdias de Carvalho
Lote 4 – Corredor Mascarenhas de Moraes
Lote 5 – Corredor Rosa e Silva/Rui Barbosa e Corredor Avenida Norte
Lote 6 – Corredor Beberibe e Corredor Presidente Kennedy
Lote 7 – Corredor Avenida Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca
* Lote CRT (corredor da Caxangá, já licitado e operado pela empresa CRT)
JC Online
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