segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Das pistas para as estradas



A idéia veio das horas passadas pelo piloto Luciano Burti em um simulador de Fórmula 1. Antes de cada corrida, as equipes fazem seus pilotos gastarem um bom tempo reconhecendo as características de cada circuito, suas curvas, pontos de ultrapassagem e frenagem, áreas de escape e outros detalhes. Agora, influenciado pelos efeitos positivos da experiência virtual e detectando o sério problema da segurança nas estradas e da falta de motoristas, constituiu a empresa Navig, especializada em treinamento e reciclagem para motoristas de caminhões e ônibus, utilizando metodologia calcada em simuladores de direção e tecnologia similar à empregada em treinamentos aéreos. 

Para importação de equipamento, customização da Unidade Móvel de Treinamento, elaboração de conteúdo e contratação de instrutores, a empresa fez um aporte inicial de R$ 3,5 milhões, com projeção para retorno do investimento em um período de três anos. O equipamento, de origem canadense, funciona dentro de um escritório móvel que será transportado de caminhão. “Esse é um dos principais diferenciais da Navig, já que a Unidade Móvel de Treinamento (UMT) irá até o cliente e ficará à sua disposição o tempo necessário”, diz Luciano Burti.

A Unidade Móvel de Treinamento é auto-suficente. Basta um espaço para estacioná-la dentro dos perímetros da empresa. Além de oferecer a Unidade Móvel com o simulador, a empresa disponibiliza dois instrutores que cuidarão do treinamento teórico e prático dos motoristas. “Nos meses seguintes ao treinamento, acompanharemos o resultado desses motoristas em seu dia a dia e ele receberá o Certificado de Qualificação da Navig, caso atinja os resultados de acordo com o curso que foi ministrado”, conta Burti.

O simulador Navig dispõe de diversos módulos de treinamento. O carro-chefe é o curso de direção econômica, que leva o motorista a economizar combustível durante o trajeto. “Após preparar-se com esse módulo, o motorista é capaz de diminuir em até 10% a média de consumo de combustível. Em alguns casos, pode chegar a 15%”, conta. Outro foco do curso é a direção defensiva.  Segundo Burti, o simulador também poderá ser utilizado como uma ferramenta para avaliação de motoristas em processos seletivos.

Simulador

O simulador Navig é produzido pela Virage Simulation, empresa canadense que utiliza em seu processo de desenvolvimento o mesmo conceito de simulação aérea. “Os engenheiros da Virage vieram da CAE, que é uma empresa referência em simuladores aéreos. Foram responsáveis pelo desenvolvimento de alguns simuladores da Airbus, Boing e da Embraer”, conta Luciano Burti.

O conteúdo teórico e prático do curso foi desenvolvido em parceria com o CFTC (sigla em francês que significa Centro de Formação de Transporte de Charlesburg), um centro de treinamento para caminhoneiros baseado em Quebec, no Canadá, que conta com mais de 120 caminhões próprios, 20 cursos, sendo a maioria deles associados ao uso de simuladores.  “Essa parceria foi essencial  para o desenvolvimento dos cursos e métodos de avaliação da nossa empresa. Sabemos que o simulador é a ferramenta principal, porém precisa de uma metodologia apropriada para alcançar seus resultados”, explica Burti.

Por enquanto, a empresa possui duas Unidades Móveis de Treinamento para motoristas de caminhões pesados e ônibus, além de outra para treinamento de motoristas de carros e VUC (Veículo Urbano de Carga). Um dos simuladores para caminhões pesados já está sendo testado em São Paulo pela Braspress, uma das maiores operadoras de encomendas expressas no Brasil. “A ideia é aumentar o número de simuladores conforme a demanda do mercado”, explica. “Além disso, estamos finalizando a climatização dos softwares para as características do nosso país”, conta Burti.

Transpoonline/Portal Ônibus Paraibanos

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