Uma pesquisa divulgada pelo Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) revelou que, para os recifenses, o trânsito e o transporte público são os maiores problemas de infraestrutura da cidade. Das duas mil pessoas entrevistadas, 65% afirmaram que os problemas relacionados à Mobilidade urbana são os que causam maior impacto na vida da população.
Em horário de pico, carros e ônibus chegam a ficar presos por mais de uma hora em congestionamentos, para percorrer trechos que normalmente são trilhados em quinze minutos. O levantamento é parte do evento "De olho no futuro: Como estará Recife daqui a 25 anos?", que foi realizado no último dia 17.
Da Zona Norte a Zona Sul da Capital não faltam exemplos de vias que ficam estranguladas nos horários de maior movimentação. Quem passa pelas avenidas Norte, Caxangá, Agamenon Magalhães, Boa Vista e Boa Viagem sabe bem o sufoco que é. O aumento na frota de veículos, provocada pela redução de impostos, é um dos principais fatores que contribui para as extensas filas de carros nas ruas.
Dados do Detran-PE dão conta que de 2003 a 2013 a quantidade de veículos na cidade passou de 374 mil para 629 mil. Trabalhando como taxista há trinta anos, Carlos Alerto Costa, 68, conhece bem a cidade e os problemas enfrentados no trânsito. Para ele é difícil dizer qual a região que mais sofre com isso. "Nos últimos anos, a situação só piorou. Infelizmente, nossos governantes só pensam em quatro anos. Se pensassem em 50 anos, esse caos nas cidades não existiria", acredita.
Folha de Pernambuco
Usuária de ônibus e carro para se locomover, a administradora Rineide Barros, 39, apontou as ruas esburacadas como um dos elementos para o trânsito travado. "Além disso, o serviço de transporte público deixa a desejar. É muito usuário para pouco ônibus", comentou.
A presidente do Sinaenco, Michelle Pessoa, destacou que os projetos e planejamentos precisam ser efetivos. "Sabemos que existem obras visando a melhoria do transporte público, como a implantação do corredor de ônibus (BRT). Ao mesmo tempo, temos conhecimento que, na última década, a quantidade de carros dobrou. Logo, percebemos que a ação do planejar precisa ser colocada em prática de forma integrada", argumentou.
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