Créditos: Guto de Castro/Acervo
Primeiro vieram os anúncios da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 que, em nome da imagem do Brasil no exterior, fizeram o Governo Federal agir em relação à defasagem dos sistemas que transportes que há anos vitima o passageiro e até mesmo as empresas de ônibus. Assim, foram criadas as fases do PAC da Mobilidade, inicialmente para as cidades-sede e depois para outros municípios, muitos das regiões metropolitanas destas cidades.
Depois vieram as manifestações populares, quem por enquanto, de prático só conseguiram as reduções da tarifa e o aumento das discussões em torno da mobilidade. A corrupção parece seguir indiferente e faltam ações práticas em relação aos transportes e outros serviços essenciais.
Nesta quarta-feira, dia 17 de julho, a presidente Dilma Rousseff, disse durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que vai nacionalizar as discussões sobre o valor das passagens de ônibus.
Para isso, devem ser convocados para uma grande reunião prefeitos, especialistas, gestores públicos de transportes, prefeitos, secretários e representações das empresas de ônibus e sociedade civil. A reunião vai discutir modelos de planilhas para cálculos de custos dos sistemas, financiamentos, lucros das empresas e valores das tarifas, além das realidades operacionais de cada região.
Hoje as planilhas tomam como base modelos do antigo Geipot – Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes, depois chamado de Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes.
O modelo de planilha foi elaborado em 1984 e a metodologia renovada em 1993. Depois disso, a economia mudou, as cidades mudaram, a forma de operar transportes mudou, mas as planilhas tiveram poucas alterações.
Dilma disse que mesmo antes das manifestações sobre o valor das tarifas, o Governo Federal havia desonerado o PIS/Cofins e a folha de pagamentos das empresas de ônibus e operadoras de trens e metrô. Segundo ela, isso provocou cortes de 7,23% nos aumentos das passagens de transporte público.
Ela criticou a falta de investimentos em transportes coletivos e disse que o Brasil é “pobre” em relação à mobilidade urbana.
“A questão urbana é extremamente grave em outros países do mundo também, em países ricos e desenvolvidos. Num país pobre como o nosso – entre parênteses pobre porque não foi investido o suficiente nos últimos anos nessa área. Nós somos pobres nessa área. Não foi investido primeiro por causa da crise da dívida e segundo porque não foi investido”, afirmou, segundo nota da assessoria da presidência.
Dilma também disse que o trânsito e os transportes devem ser melhorados nas cidades médias para conter o “caos” que os grandes centros urbanos vivem.
Ainda não foi marcada a data para esta grande reunião do setor planejada por Dilma Rousseff.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Blog Ônibus Brasil
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