Sem cobrar o pagamento das tarifas aos passageiros na tarde desta quinta-feira (4), motoristas, cobradores e fiscais da Região Metropolitana do Recife (RMR), pretendem protestar contra o reajuste salarial de 7% definido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no julgamento do dissídio coletivo da categoria. Os rodoviários realizam o quarto dia de paralisação nesta quinta-feira (4), afetando dois milhões de passageiros.
Créditos: Julio Rebelo/JC Transito
Em coletiva realizada nesta manhã no Sindicato dos Professores da Rede Municipal Recife (Simpere), no Centro, integrantes da Oposição Rodoviária de Verdade, que não concorda com o sindicato da categoria, anunciaram que vão circular normalmente à tarde, porém com as portas traseira e do meio, usadas para o desembarque de passageiros, abertas. Além do ato, os manifestantes devem fazer panfletagem com a pauta de reivindicações.
Rafael Baltar, advogado da oposição diz que espera uma negociação justa com a classe patronal, e que os rodoviários estão à disposição para um acordo. "Nós queremos resolver essa situação, e entendemos que seria mais rápido a conclusão deste impasse se o Estado interviesse", afirmou Baltar. uestionada sobre o risco de demissões, a oposição dos rodoviários disse que não acredita nessa possibilidade, e que caso aconteça, irá defender individualmente os trabalhadores demitidos.
O movimento, responsável pelo estacionamento dos ônibus em ruas e avenidas do Recife ainda na segunda-feira (1º), está articulado como uma oposição ao Sindicato dos Rodoviários, comandado há mais de três décadas por Patrício Magalhães. Além das reivindicações econômicas de reajuste salarial e aumento no valor do tíquete alimentação, os rodoviários têm nesta greve disputas políticas. A oposição chegou a recolher assinaturas para abrir um processo para destituir o presidente da entidade do cargo.
O Sindicato dos Rodoviários, ao contrário do movimento, protesta ao longo desta quinta-feira da mesma forma que vem acontecendo desde o início da greve: parar os ônibus em ruas e avenidas do Recife, deixando de circular. A entidade prometeu que haverá 80% da frota nas ruas nos horários de pico, entre 6h e 8h e das 17h às 19h. A oposição não concordou com essa atitude.
Para evitar transtornos no trânsito do Centro do Recife, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) realizou bloqueios aos ônibus. "Somos contra os bloqueios promovidos pela CTTU a mando do Grande Recife Consórcio, que obriga os trabalhadores a cobrir grandes distâncias para chegar ao trabalho. Também estaremos circulando com as portas abertas, para que ninguém precise pagar passagens", afirmou o líder da Oposição Rodoviária de Verdade, Aldo Lima.
NE 10
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