O Conselho Municipal de Transportes (Comut) aprovou o valor de R$ 2,10 para a passagem de ônibus em Caruaru,
no Agreste pernambucano. A decisão ocorreu na quinta-feira (27) - com
nove votos a favor, três contra e três abstenções - e o prefeito José
Queiroz deve avaliar, podendo sancioná-la. Porém, o Sindicato dos
Empregados no Comércio (Sindecc), que participa do grupo, afirmou ao G1 que há irregularidades neste processo.
Milton Manoel da Silva Filho, presidente do Sindecc, disse que não
foram apresentadas planilhas dos custos para validar o aumento da
passagem; não houve conclusão do processo licitatório para contratar
empresas de transporte público, o que transformaria em ilegal o aumento;
e que algumas das 15 instituições que compõem o Comut não estariam
legitimadas perante a lei. "Nós pretendemos conversar com o prefeito
para suspender a votação", informou.
Já Sirone Rodrigues, presidente do conselho, fez contrapontos à fala de
Milton Manoel. Ele contou que a planilha de custos foi apresentada e
discutida em outras reuniões, desde o ano passado. Em outra ocasião, o
Comut já teria aceitado o aumento e, na quinta-feira, teria apenas
ratificado. "As empresas investiram em salários, tendo havido três
aumentos dos trabalhadores [desde o último aumento, em 27 de janeiro de
2011] - cerca de 1.600 estão envolvidos, como motoristas e cobradores.
Teve também melhoria de frota: por exemplo, 58 ônibus têm acesso para
cadeirantes", disse. Ainda segundo ele, as empresas estariam até fazendo
empréstimos para manter os investimentos.
Em relação às instituições que estariam ilegais, Rodrigues falou que
existiram questões eventuais com duas delas - a dos idosos e a do Bairro
Severino Afonso - e não tinha como distituí-las do Comut, porque estas
estão se regularizando. "E não tenho como tirar. A população é que
escolhe os integrantes do conselho e a próxima conferência será em
2015".
Acerca da licitação, a Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e
Transportes (Destra) informa que o serviço de ônibus é essencial e não
pode parar durante aquele processo, iniciado em 3 de dezembro de 2013 e
que deve sofrer alterações. Sobre a relação entre o aumento e a
contratação após licitação, afirma que não haveria ligação. "Por
exigência da promotoria [do Ministério Público de Pernambuco (MPPE)],
uma empresa foi contratada para fazer a divisão das linhas de ônibus,
inclusive as rurais", comunicou.
Créditos: Guto de Castro/Acervo
G1 Caruaru
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