Créditos: Jovani Cecchin/Ônibus Brasil
A indústria de ônibus esboçou em janeiro uma significativa reação sobre o ritmo do último trimestre do ano passado, que registrou redução. De acordo com balanço divulgado na manhã desta quinta-feira, dia 06 de fevereiro de 2014, pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, em janeiro foram produzidos 2 599 ônibus. O número é 58% maior que a produção de dezembro do ano passado, mas 16,8% menor na comparação com janeiro do ano passado.
Deste total, 382 unidades foram de ônibus rodoviários e 2 217 ônibus urbanos. A alta da produção dos rodoviários sobre dezembro de 2013 foi de 198,4%. Na ocasião foram feitos 128 ônibus para as estradas e fretamento. Já o total de ônibus urbanos produzidos em janeiro representa de 46,1% na comparação entre janeiro de 2014 e dezembro de 2013, quando foram feitos 1 517 urbanos.
O ano de 2013 representou uma recuperação da indústria de veículos de transportes coletivos. Em 2012, com a mudança de tecnologia de restrição a poluição dos motores a diesel, passando das normas com base nos padrões internacionais Euro III para Euro V, os ônibus ficaram mais caros e com equipamentos mais complexos.
Os empresários de ônibus tiveram duas reações: alguns anteciparam as renovações em 2011, para aproveitar as unidades mais baratas e simples do Euro III, e outros esperaram , conheceram melhor a nova tecnologia, e só foram às compras em 2013.
No entanto, o último trimestre do ano passado foi afetado pela diminuição dos investimentos dos empresários. Com o congelamento das tarifas em junho, donos de empresas de ônibus que projetavam renovações, acabaram mudando de planos, principalmente os que operam em sistemas sem subsídios. Como os ônibus são praticamente feitos sob encomenda, o cancelamento de compras no meio do ano se reflete no último trimestre.
Além disso, os governos municipais e estaduais atrasaram as obras de mobilidade, mesmo com os recursos do PAC. Com isso, os operadores de ônibus também deixaram de fazer pedidos de novos modelos que vão servir a estrutura implantada por estas obras, como corredores BRT – Bus Rapid Transit.
O desaquecimento geral da economia brasileira também influenciou o último trimestre do setor de produção de ônibus rodoviários e urbanos. A estimativa é de crescimento para 2014. As obras de mobilidade que não foram concluídas, muitas em andamento em função da Copa do Mundo de 2014, e as estimativas de crescimento do turismo, são fatores vistos com esperança pelos fabricantes de veículos de transporte coletivo.
Já o setor de caminhões registrou um desempenho um pouco melhor, o que prova que o efeito de mudança de Euro III para Euro V foi superado e que no caso dos ônibus, há problemas agora específicos.
Foram fabricados em janeiro 13 709 caminhões, o que significa alta de 86,6% sobre dezembro e de 9,3% em relação a janeiro do ano passado. Somando todos os veículos, entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus, a indústria brasileira produziu 237 491 unidades em janeiro, o que representa uma alta de 2,9% em relação a dezembro de 2013 e uma queda de 18,7% em relação a janeiro de 2013.
Levando em conta somente carros de passeio e comerciais leves, foram feitos em janeiro ficou 221 183 veículos, representando baixa de 0,3% em relação a dezembro e queda de 20% sobre janeiro de 2013.
MARCAS:
Mercedes-Benz e Volkswagen/MAN ainda se mantêm na liderança e vice-liderança respectivamente, tendência que permanece há anos. De acordo com a Anfavea, o ranking de licenciamentos em janeiro de 2014 foi:
1) Mercedes-Benz: 647 ônibus
2) MAN (Volkswagen Caminhões e Ônibus) 467 ônibus
3) Agrale: 385 ônibus, contabilizando os miniônibus vendidos já montados da marca Volare.
4) Iveco: 94 ônibus, contabilizando os miniônibus vendidos já montados CityClass.
5) Volvo 80: ônibus
6) Scania 66: ônibus
7) International 4 ônibus.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
Blog Ponto de Ônibus
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