Créditos: Rodoviária Online/Acervo
Recentemente, um fato chamou a atenção. Uma foto e um post em uma rede social fez menção de comparação entre os modais de transporte coletivo mais utilizados no Brasil pela roupa usada por um passageiro. No aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, uma pessoa, ao vislumbrar um homem trajando uma camiseta e bermuda, tratou logo de tecer um infeliz comentário de um conflito social, relegando-o à um simples e mortal passageiro de ônibus (apelidando-o de Mr. Rodoviária). Isso quer dizer que somente as pessoas que andam despojadamente são os verdadeiros clientes do ônibus, como quis representar tal ponto de vista. Voar ainda é sinônimo de status nos dias de hoje, pelo entender de quem comentou.
Entretanto, é de desconhecimento dessa pessoa, que pelas informações se trata de uma figura letrada, do atual estágio de evolução do transporte rodoviário de passageiros em nosso País, um dos mais modernos do mundo, senão o melhor, oferecendo veículos de última geração, seguros e confortáveis, atendendo à uma extensão inimaginável do território nacional, enquanto que os serviços aéreos mostram vantagem apenas no quesito rapidez, pois efetuam uma velocidade alta e não precisam enfrentar condições adversas nas estradas em solo.
Muita gente com nível superior utiliza os ônibus em seus deslocamentos e com certeza aprovam a sua qualidade. Uma roupa mais simples em um homem não significa que ele deva ser desprezado, pois educação não é revelada pela moda, mas pelo jeito de tratamento de um para com o outro.
É público que sempre houve um tratamento diferenciado ao transporte aéreo, em detrimento o modelo rodoviário (que o diga o ICMS isento para um e cobrado para outro). Os aeroportos sempre foram ambientes sofisticados, enquanto que as rodoviárias não passavam de pontos de paradas dos veículos, apresentando um padrão de qualidade questionável, afinal, ônibus sempre foi reconhecido com um meio de transporte para pobre. Mas nos últimos anos essa imagem vem ganhando uma outra conotação, com a valorização de alguns importantes terminais rodoviários, que se transformaram em verdadeiros aeroportos. Isso mostra que o setor é de grande importância para a economia brasileira e deve também receber especial atenção.
O poder da palavra pode causar danos irreparáveis. Portanto, fazer uma imagem preconceituosa do ser humano e de um sistema, com uma observação maliciosa, tende a aumentar ainda mais um sentimento de repúdio entre as diferentes classes econômicas em nossa sociedade.
Revista Auto Bus
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